Nos últimos dias, uma pesquisa divulgada pela Oxfam chamou a atenção pelos números alarmantes: 62 pessoas têm a mesma renda de 3,5 bilhões de pessoas e, pelas projeções do estudo, se o modelo socioeconômico predominante não for alterado, em cinco anos 1% da população terá a mesma renda dos demais 99%.
Por Redação da SER –
Insano este mundo que provoca tamanha disparidade. Mais louco é pensar que os diversos hábitos e costumes que nos levaram a esta crise estrutural do capital estão longe de serem transformados. Fica ainda mais evidente que vivemos uma verdadeira crise de consciência e de valores quando a manutenção do sistema de acúmulo de capital que rege políticas internas e externas tem mais importância no processo de tomada de decisão do que a vida e a dignidade de bilhões de seres humanos.
E aqui chegamos a uma pergunta crucial nos dias de hoje: o que é ser humano? Por que é tão difícil nos reconhecermos nos outros e compreender as múltiplas conexões que nos unem?
O que mais precisa acontecer para que se compreenda que não dá para separar problemas sociais de ambientais? As conexões não são mais ocultas, como diria Fritjof Capra, elas estão aí, escancaradas, como uma súplica da natureza para que acordemos da inércia.
Muitos já acordaram. Homens e mulheres que muitas vezes foram chamados de “portadores de sonhos”, hoje são apontados como empreendedores sociais/socioambientais por estarem criando soluções que têm o potencial de transformar positivamente vidas. São indivíduos que criam tecnologia de baixo custo para limpar água ou que desenvolvem espaços educacionais que respeitam a liberdade infantil e resgatam a importante cultura do brincar.
Homens e mulheres que estão criando soluções que permitam a melhoria do atendimento na área da saúde e viabilizam o acesso a reformas de baixo custo. Para estes indivíduos, valores, princípios e propósito de vida estão conectados diretamente com o trabalho que realizam e consequentemente não existe separação entre a realização pessoal e profissional. Para estas pessoas existe a certeza do legado positivo que deixam nas suas famílias e comunidades.
Mas ainda somos poucos. Precisamos de mais e mais homens e mulheres com coragem para romper com o status quo e repensar as pequenas e grandes atitudes do dia a dia. Não dá para esperar! A atitude precisa ser tomada HOJE! Vamos, juntos, escrever uma nova previsão para os próximos cinco anos. (EcoD/ #Envolverde)
* Publicado originalmente pela SER na plataforma Medium e retirado do site EcoD. A SER é uma empresa que desenvolve soluções e negócios com impacto socioambiental positivo.