Economia

De São Paulo a Gonçalves(MG) a bordo de um Volvo C 40 Elétrico

Por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde* – 

Viajar é por si só um momento único repleto de aprendizados. Uma viagem em um carro elétrico com a qualidade do Volvo C 40 é uma experiência pra lá de especial.

Numa quinta-feira no mês de junho eu e Maria Fialho seguimos para a charmosa cidade de Gonçalves, sul de Minas Gerais e cerca de 230 quilômetros da capital paulista inicialmente pela Rodovia Presidente Dutra.

Para quem já viajou em Fusca, Fiat 147 e Ford Ka, entre os automóveis mais simples em priscas eras, a segurança que se tem num veículo com muita tecnologia embarcada e dispositivos que te alertam constantemente sobre os possíveis perigos parece mais brinquedo de criança, mas está longe disso. Até porque a grande estabilidade do veículo – bom lembrar que um cem por cento elétrico pesa quase o dobro de um carro à combustão em virtude da sua bateria – e o torque instantâneo ao pisar no acelerador, dá a sensação de deslizar suavemente e sem trepidação mesmo em altas velocidades. Mas basta olhar ao redor e para o velocímetro para logo ficar de sobreaviso para não exagerar, manter a prudência e os limites das respectivas rodovias.

Algo que chama a atenção no início é a falta do ruído a que, invariavelmente, motoristas que já possuem alguns bons anos de direção estão acostumados.  Depois de um tempo você se acostuma, inclusive, ao saber que o carro está ligado mesmo em profundo silêncio sem a tradicional virada na chave, aliás num Volvo C 40 algo inexistente.

Quando está com seu tanque cheio ou melhor dizendo com a bateria totalmente carregada, sua autonomia irá variar de 230 a 410 quilômetros, pois irá depender uma parte das condições das pistas percorridas, como buracos, excesso de curvas e subidas e, claro, do próprio condutor.

Agora voltando para a estrada e usando o Google Maps no painel do veículo pegamos a Dutra, a Rodovia Monteiro Lobato e passamos pela cidade de mesmo nome entre outras aprazíveis localidades do Vale do Paraíba ainda em São Paulo até o sul de Minas.

Chegamos sem problemas em Gonçalves ainda com cerca de 23% de carga. Nessa informação é que, como você já deveria estar imaginando, reside o momento de preocupação que esteve em nossas mentes desde o início da viagem, qual seja:  onde iremos abastecer?

Os chamados eletropostos existem, claro!  Desde os próprios instalados pela Volvo como  também de outras marcas que já introduziram seus veículos elétricos no mercado brasileiro, mas não existem indicações de postos nas estradas conforme fazemos usualmente com os veículos movidos à álcool, gasolina ou diesel. Eles ainda são poucos e em alguns casos não atendem a todas as “tomadas” o que aumenta o grau de dificuldade na hora de abastecer. Essas circunstâncias exigem dos motoristas e/ou proprietários de carros elétricos um planejamento prévio sobre em quais momentos da viagem e aonde irão carregar seus veículos.

 

No caso específico dessa viagem tomamos o máximo de cuidados e sempre de olho no painel do C 40 para evitar dissabores em nossa viagem. Depois de quatro dias de estadia com visitas a feira de orgânicos, lojas de queijos e geleias, entre outros deliciosos produtos locais, além de caminhadas em trilhas na mata iniciamos nosso caminho de volta para a Paulicéia. Como disse antes a carga que ao chegarmos era de 23% caiu para 20% antes do início do retorno. Não devo negar que fiquei um pouco tenso, mas nada que o painel do carro não me informasse que a distância até o eletroposto mais próximo seria percorrida sem qualquer risco.

O próprio painel do carro te avisa sobre os locais mais próximos para carregamento. Também existem aplicativos que te fornecem informações mais precisas como tempo pra carregar, quantas posições/bombas/tomadas estão disponíveis no local, entre outros detalhes importantes.

 

Jornalista Reinaldo Canto viajou a convite da Volvo

Dito e feito! Conforme orientado no veículo, adentramos ao estacionamento de um shopping center já na cidade de São José dos Campos. Rapidamente localizamos os totens verdes claro da Volvo. Foi fácil fazer a conexão para o carregamento até mesmo para alguém como eu que não tem entre suas poucas habilidades a facilidade para lidar com tecnologia.

Como iriamos aproveitar pra almoçar e dar uma volta no centro de compras não teria problema aguardar pelo carregamento. Mas a nota surpreendente foi quando o painel do veículo registrou o tempo de dez horas e trinta minutos para o abastecimento completo. Tempo demasiado para estar no tal shopping center por mais atrativo que pudesse ser.  De 18% a 41% de carga foram mais de três horas de espera. Gostaria de ter podido sair com 100%, mas diante do tempo decidimos prosseguir viagem com carga mais do que suficiente para chegar ao nosso destino.

No final das contas a viagem foi um sucesso e o C 40 um veículo fantástico na estrada como na cidade.

Como tenho dito com frequência o futuro é, sem dúvida, da mobilidade elétrica, principalmente quando se pensa na poluição nos grandes centros que ceifa milhares de vidas todos os anos, como também na redução dos ruídos, uma chaga também muito presente nas cidades. Mas ainda temos um grande caminho a trilhar para tornar o uso de um veículo elétrico mais cômodo e tranquilo do ponto de vista de seu abastecimento.

Jornalista Reinaldo Canto e Maria Fialho

Um ponto importante a destacar quando o tema é o enfrentamento às mudanças climáticas, o fato do carro elétrico não emitir gases de efeito estufa está diretamente conectado a sua fonte de carregamento, ou seja, de onde vêm a eletricidade que irá abastecer esse veículo. No Brasil a chance de isso acontecer por fontes limpas é enorme dada a nossa matriz energética baseada em hidrelétricas, eólicas, biomassa e solar. Já na Europa cuja matriz se sustenta em gás natural e carvão não terá o mesmo resultado no combate ao aquecimento global.

E para terminar vale ressaltar que tecnologias à parte o principal caminho a ser trilhado e que deve estar presente em quaisquer políticas públicas é o total compromisso com a ampliação do transporte público e do apoio à mobilidade compartilhada de veículos. Pois o mais importante para se avançar num mundo sustentável é poder chegar de um ponto A ao B da maneira mais rápida, confortável, segura e econômica, o que não necessariamente irá significar possuir um veículo próprio.

*O veículo foi cedido pela Volvo

(#Envolverde)