Por Redação da Envolverde –
Brasil tem oportunidade de protagonizar virada na COP21 –
Os líderes do G7 sinalizaram nesta segunda-feira, 8, durante o último dia da cúpula que acontece na Baviera, sul da Alemanha, uma forte disposição de apoiar os esforços para alcançar a meta de elevação de 2°C na temperatura média global até o final do século, a partir do acordo climático que será fechado em dezembro, durante a COP21 em Paris.
O grupo dos países industrializados mais ricos do mundo concordou com os seguintes objetivos concretos:
1 – a economia deve ser descarbonizada ao longo do século
2 – até 2050 deve-se conseguir uma redução de emissões de gases de efeito estufa de 40% a 70%;
3 – a transformação dos setores energéticos dos países do G7 até 2050.
Além disso, o G7 consentiu em fornecer seguro e proteção para os países mais pobres e vulneráveis contra os impactos das mudanças climáticas. Para Tim Gore, líder da Oxfam para a política de mudança climática, os líderes ainda não estão sendo definitivos sobre como manterão sua promessa de investir US$ 100 bilhões até 2020 em ajuda internacional. “Os países em desenvolvimento precisam de um roteiro financeiro crível, não um conjunto de truques contábeis”, comenta.
O anúncio feito hoje também menciona o comprometimento em acelerar o acesso a energias renováveis na África e apoiar o progresso continuado no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a forma como os créditos à exportação podem contribuir para o combate às mudanças climáticas.
Aposentadoria para as fontes fósseis
Para a organização global, Greenpeace, a notícia é positiva. Os sete países começam a rascunhar uma iniciativa 100% renovável enquanto discursam contra o carvão, mostrando um entendimento de que até o meio desse século, em 2050, as fontes fósseis devem estar aposentadas.
Apesar da chanceler alemã Angela Merkel e o presidente norte-americano Barack Obama conseguirem dissuadir o Canadá e o Japão a travarem o acordo climático, alguns líderes do grupo deixaram a porta aberta para outros graves riscos, como energia nuclear.
Martin Kaiser, coordenador internacional de política climática, comenta que Merkel já se comprometeu a nível nacional em se livrar do carvão, “mas agora vamos ver se ao chegar a Berlim ela vai apresentar o plano de se livrar da fonte mais suja de energia”.
Marcio Astrini, coordenador do Greenpeace Brasil, diz que é urgente a necessidade de se combater as mudanças climáticas. “Muitas pessoas ao redor do mundo já sentem os efeitos de um planeta mais quente, especialmente as populações mais carentes. Precisamos de compromissos ambiciosos, e as nações mais ricas do mundo devem dar o exemplo”, defendeu ele.
O papel do Brasil no acordo global
Para Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, a ambição e a urgência declaradas pelos países mais ricos do G7 não corresponde, porém, aos compromissos colocados na mesa por EUA, União Europeia e Canadá e ao que o Japão tem sinalizado que fará. “Alguém precisa virar esse jogo, e quem está em melhores condições de fazer isso com ganhos para a economia é o Brasil”, finaliza.
* Leia aqui a declaração conjunta do G7.
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