Economia

Governo de SP assina convênio inédito de turismo ecológico para comunidades tradicionais

Iniciativa visa o desenvolvimento socioeconômico de 140 famílias do Parque Estadual Ilha do Cardoso

O Governo de São Paulo, por meio da Fundação Florestal, assinou, nesta sexta-feira (27), convênio inédito com a Associação de Moradores do Itacuruçá e Pereirinha (AMOIP), no Parque Estadual Ilha do Cardoso, para operação de turismo ecológico na região do Vale do Ribeira.

A medida, válida por cinco anos, vai garantir a capacitação de 140 famílias locais para administração da chamada “área de uso público”, que inclui pontos de hospedagem, trilhas, refeitórios, centro de visitantes, entre outros espaços. Além de fomentar o ecoturismo, o convênio vai gerar renda para a comunidade.

A Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de SP, Natália Resende, visitou o local e acompanhou a assinatura. “Essa é uma parceria muito importante para diversificar a oferta de serviços e melhorar a experiência dos visitantes, além de incentivar o desenvolvimento da região com a compatibilização da conservação da biodiversidade e respeito aos direitos das comunidades tradicionais residentes”, explicou.

Para Rodrigo Levkovicz, diretor executivo da Fundação Florestal, o convênio gerará benefícios coletivos. “O Turismo de Base Comunitária é um modelo de gestão de visitação protagonizado pela comunidade e promove a vivência intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da cultura dessas populações, além da utilização sustentável para fins recreativos e educativos dos recursos da Unidade de Conservação”, completa.

O modelo da operação foi construído conjuntamente com AMOIP, Ministério Público Federal e Defensoria Pública Estadual.”O trabalho é fruto de um exercício mútuo de aprendizado, troca de saberes e diálogo, que poderá servir de referência e inspirar iniciativas semelhantes em outras unidades de conservação”, comemorou Sérgio Carlos Neves, presidente da AMOIP.

Atribuições

Será responsabilidade da associação gerenciar e operar as atividades de apoio ao uso público, destacando a cultura tradicional, realizar manutenções rotineiras, ações de limpeza e gerenciamento dos resíduos sólidos.

A AMOIP deverá, ainda, disponibilizar vagas de hospedagem para integrantes da rede pública de ensino, reduzir valores de estadia para pesquisadores, promover roteiros pedagógicos, além de apoiar eventos técnico-científicos sediados no parque.

Já a Fundação Florestal entregará as estruturas em condições de receber os visitantes, além de disponibilizar o site de venda on-line e organizar cursos de capacitação e aprimoramento.

Sobre o Parque Estadual Ilha do Cardoso

Na década de 70, o Governo de SP criou uma estrutura chamada de Cepan-IC (Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas em Recursos Naturais da Ilha do Cardoso), com o objetivo de juntar os órgãos e instituições para estudar os ecossistemas costeiros da Ilha do Cardoso. “Por volta da década de 90, essas estruturas começaram a ter um segundo uso, que era voltado à visitação pública.

Na época, o Instituto Florestal fez uma série de trabalhos de melhoria para receber escolas e universidades a fim de realizar trabalhos nesses ecossistemas costeiros”, explica o gestor da área Edson Rodrigues. Posteriormente, em 2006, a Fundação Florestal assumiu o local e expandiu estas atividades, bem como o turismo ecológico.

A unidade de conservação recebe, em média, 35 mil visitantes por ano. Dividido em dois núcleos, Marujá e Perequê, possui área de 13.600 hectares. A ilha conta com lanchonete, auditório, alojamento, pousada, centro de artesanato e placas para energia fotovoltaica.

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