Por CartaCapital –
Nos primeiros quatro meses deste ano, uma área com o dobro do tamanho da cidade de Nova York foi destruída
Segundo o veículo, os investidores direcionaram uma carta ao governo brasileiro sinalizando preocupação com o aumento das taxas de desmatamento no País sob o governo de Jair Bolsonaro.
“Considerando o aumento das taxas de desmatamento no Brasil, estamos preocupados com o fato de as empresas expostas a desmatamento potencial em suas operações e cadeias de suprimentos no Brasil enfrentarem uma dificuldade crescente de acessar os mercados internacionais. Também é provável que os títulos soberanos brasileiros sejam considerados de alto risco se o desmatamento continuar”, escreveram, conforme reproduziu o jornal.
“Como instituições financeiras, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos”, assinala o grupo, representado por 29 instituições financeiras que gerenciam mais de US$ 3,7 trilhões em ativos totais.
Ainda de acordo com a publicação, um gerente de portfólio de um grupo europeu de gerenciamento de ativos, que assinou o documento, disse não se tratar de apenas uma ameaça. “Consideraríamos desinvestir. Acreditamos que o Brasil pode enfrentar desafios econômicos estruturais se não ajustar seu curso de ação.”
A principal preocupação dos investidores gira em torno da indústria brasileira de frigoríficos que corre o risco de ser excluída dos mercados internacionais por causa de seu suposto papel no desmatamento. A JBS do Brasil tem sido repetidamente acusada por ambientalistas de comprar vacas de terras desmatadas na Amazônia.
Ainda de acordo com a publicação, os investidores destacam que, nos primeiros quatro meses deste ano, uma área com o dobro do tamanho da cidade de Nova York foi destruída. Madeireiros ilegais e garimpeiros aproveitaram a diminuição da fiscalização durante a pandemia de coronavírus para derrubar florestas. A terra é geralmente convertida em pasto para criar gado, continua o diário.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que, de janeiro a maio deste ano, o desmatamento na Amazônia alcançou 2.032 km². A taxa é a maior desde agosto de 2015, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a medir a devastação da floresta. Há um aumento de 34% em comparação com a devastação no mesmo período no ano passado e 49% acima da média histórica, entre os anos de 2016 e 2019. A área devastada é 33% maior do que a cidade de São Paulo.
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