por Adriano Angelotti, analista de sustentabilidade da Synergia Socioambiental –
De modo geral, nos países desenvolvidos, as pressões criadas pelos ativos ambientais (ou seja, a emissão de poluentes tradicionais de ferro e aço, assim como a fabricação de metais e petroquímicos) têm crescido lentamente. Por outro lado, problemas como a contaminação do solo, com subsequente alta nos custos de tratamento, têm recebido atenção crescente. Nos países em desenvolvimento, a pressão ambiental – proveniente dos poluentes tradicionais criados pela indústria – ainda é muito pesada.
Para ambos, a crescente indústria de base tecnológica criou novos problemas devido ao uso de material tóxico concentrado em seus processos de produção, causando – entre inúmeras possibilidades – a contaminação do solo e da água.
A indústria é um componente-chave no mundo e desempenha um papel importante no bem-estar econômico da sociedade. Em 2022, a indústria brasileira respondeu por 23,9% do PIB. Os dados mais recentes também mostram que o setor industrial responde por 69,3% das exportações brasileiras de bens e serviços, e por 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, as atividades industriais são uma fonte de pressão sobre o meio ambiente na forma de emissões de gases e resíduos para a atmosfera e o ecossistema, gerando desperdício e consumo de recursos naturais. Além disso, a indústria é uma das principais contribuintes para a carga global de poluição.
Com base na OCDE (Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento), as atividades industriais são responsáveis por cerca de um terço do consumo global de energia e água de seus estados-membros. A contribuição relativa para a carga total de poluição é maior para o setor industrial, que gera tanto os poluentes tradicionais (como substâncias orgânicas, dióxido de enxofre, partículas em suspensão e nutrientes) quanto os poluentes recentemente reconhecidos como substâncias tóxicas específicas, por exemplo.
Sabendo-se que o setor industrial inclui diversas atividades, como resultado tem-se uma ampla gama de diferentes recursos e ambientes impactados. Assim, a indústria tem responsabilidades ambientais particulares em termos de fatores como localização e projeto de planta, poluição ambiental, controles de vibração e ruídos, descarte de resíduos, planejamento de longo prazo e aspectos de segurança no trabalho e saúde ocupacional.
Programa Brasileiro GHG Protocol e o enfrentamento à poluição industrial
Especificamente no Brasil, muitas empresas têm enfrentado o problema da poluição industrial por meio de compensações baseadas na redução de seus gases do efeito estufa, os GEEs. Dessa forma, essas empresas têm aderido ao Programa Brasileiro GHG Protocol para a divulgação de seus inventários de emissões.
É o caso da Synergia, que em 2023 elaborou seu primeiro inventário de GEE, de forma a estabelecer sua linha de base para a comparação de dados com os inventários posteriores e, assim, destacar suas atividades e projetos de redução de emissões.
Padrões de emissão e controles mais rigorosos, novas legislações e crescentes demandas de consumidores/as por produtos ecologicamente corretos têm promovido a implementação de tecnologias amigáveis ao meio ambiente como forma de proporcionar avanços por meio de estratégias integradas de gerenciamento de poluição.
(Publicado no âmbito da parceria de conteúdos entre a Synergia Socioambiental e a Envolverde)