ODS 13

Organizações pressionam G20 por mais ambição no financiamento de ações climáticas

Organizações pressionam G20 por mais ambição no financiamento de ações climáticas

Organizações da sociedade civil da rede Observatório do Clima realizaram, no Rio de Janeiro, uma manifestação para pressionar o G20, grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo, a taxar os super ricos e redirecionar os recursos para financiar ações climáticas robustas. Os líderes do G20 reúnem-se na cidade até amanhã, sob a presidência brasileira.

Uma moeda de três metros de altura foi instalada em frente ao Posto 12, na praia do
Leblon, para expor a responsabilidade das nações mais ricas em liderar o combate
à crise climática pelo exemplo. Os países do G20 são responsáveis por cerca de
80% das emissões dos gases de efeito estufa e concentram 80% da riqueza do
mundo.

Segundo as organizações, nenhum dos membros do G20 pode alegar falta de
recursos se não taxar seus bilionários de forma justa e progressiva e aplicar essas
verbas na adaptação à mudança do clima e em prol da transição energética justa. O
ato promovido hoje se conecta com a campanha “TaxaOsBi” e com outras iniciativas
globais semelhantes, como o Dossiê Taxando os Bilionários.

A campanha exige uma medida simples e urgente: que 3 mil bilionários contribuam
com uma taxação anual de 2% de suas fortunas para financiar a adaptação
climática em regiões mais vulneráveis
. Já o dossiê destaca oito bilionários como
exemplos de que a tributação da super riqueza poderia gerar trilhões de dólares
para enfrentar a crise climática. Também descreve atividades prejudiciais que
apoiam essas fortunas.

“Taxar os bilionários é uma medida justa e necessária para financiar soluções
climáticas urgentes. Enquanto os super ricos aumentam sua fortuna e recolhem
cada vez menos impostos, o planeta superaquece e milhões de pessoas pagam alto
por isso. Os bilionários contribuem de maneira desproporcional para a crise
climática, que afeta de forma mais intensa as pessoas mais pobres e as nações
vulneráveis ao clima”, diz Marcel Taminato, Coordenador de Alianças Estratégicas
da 350.org.

“A crise climática escancara uma injustiça histórica e tributária que não pode mais
ser ignorada. Enquanto poucos acumulam fortunas e escapam da taxação justa,
bilhões enfrentam os impactos devastadores das mudanças climáticas. É inaceitável
que países e populações que menos contribuíram para a crise sofram as piores
consequências. Não podemos avançar no combate à crise climática sem enfrentar a
desigualdade e a falta de justiça tributária”, afirma Lucas Louback, gestor de
advocacy e campanhas no Nossas.

Nathalie Beghin, do Colegiado de Gestão do Inesc (Instituto de Estudos
Socioeconômicos), destaca: “É preciso cooperar internacionalmente para mobilizar
recursos públicos novos, adicionais e livres de endividamento para o financiamento
climático, em especial, para os países do Sul Global. A cooperação entre países
possibilita taxar os super ricos e as empresas transnacionais, combater os fluxos
financeiros ilícitos e acabar com paraísos fiscais.”

Segundo Tica Minami, do Instituto Climainfo, o G20 precisa sinalizar como um
compromisso sólido para manter viva a agenda climática global. Com a volta de
Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a responsabilidade sobre os
demais países, incluindo o Brasil, de demonstrar ambição e verdadeira liderança
climática aumenta exponencialmente. “As nações mais ricas do mundo precisam
assumir sua responsabilidade de financiar soluções climáticas e de natureza.
A falta
de acordo que implodiu a COP da Biodiversidade em Cali mostrou que o nível de
compromisso dos países ainda é baixo, colocando em risco a agenda multilateral de
clima.”

Envolverde