Na Assembleia Geral, engenheiro português e ex-alto comissário para Refugiados declara aceitar posto com gratidão e humildade; António Guterres diz que defender a dignidade humana estará no centro do seu trabalho.
Por Leda Letra, da Rádio ONU –
O engenheiro português António Guterres será secretário-geral das Nações Unidas a partir de 1º de janeiro de 2017, por um período de cinco anos. Ele foi escolhido por aclamação pelos 193 países-membros da organização, durante cerimônia na Assembleia Geral.
Quem fez o anúncio foi o presidente do órgão, Peter Thomson, durante o evento nesta quinta-feira, em Nova York. Para Thomson, este é um “dia memorável”.
Ao fazer seu primeiro discurso como secretário-geral designado das Nações Unidas, Guterres disse aceitar o cargo com gratidão e humildade.
Dignidade
Ao falar sobre os “problemas dramáticos de um mundo complexo”, António Guterres afirmou que a “dignidade humana” estará no centro do seu trabalho como chefe das Nações Unidas.
O ex-primeiro-ministro de Portugal também ressaltou outras prioridades: a igualdade de gênero; a proteção e a autonomia das mulheres e das meninas; a diversidade, que segundo ele deve unir povos e não afastá-los; e a “diplomacia para a paz”.
Compaixão
Ao discursar em espanhol, Guterres lembrou ser nas Nações Unidas, representada pela bandeira azul, que o mundo pode “encontrar-se e construir a paz, com determinação, criatividade, solidariedade e compaixão”.
A nomeação de António Guterres foi celebrada pelo atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que o parabenizou em vários idiomas.
Ao prestar seu apoio à escolha, Ban lembrou que “vários homens e mulheres qualificados tiveram a chance de mostrar sua visão para o futuro da organização” durante o processo de seleção.
Experiência
Segundo Ban Ki-moon, o “secretário-geral eleito Guterres é mais conhecido onde realmente importa: na linha de frente de conflitos armados e do sofrimento humano”.
Ban lembrou o trabalho de Guterres durante 10 anos como alto-comissário da ONU para Refugiados, cargo que ocupou até dezembro do ano passado. Segundo o chefe das Nações Unidas, compaixão e solidariedade estiveram no centro da advocacia de Guterres ao redor do mundo.
Depois de 10 anos no cargo, Ban Ki-moon disse concordar com Guterres sobre a ONU ser o “melhor lugar para se trabalhar no mundo”.
Ao passar o “bastão da liderança” da organização, Ban acredita que “países-membros, homens e mulheres das Nações Unidas e todas as pessoas do mundo veem o mandato de Guterres com confiança e ânimo”. (Rádio ONU/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site da Rádio ONU.