Por Thalif Deen, da IPS –
Nações Unidas, 18/11/2015 – O número de estudantes estrangeiros nas universidades dos Estados Unidos continua crescendo e se aproxima do milhão no atual ano acadêmico, um recorde segundo os últimos dados publicados pelo Instituto Internacional de Educação (IIE). A maior quantidade de estudantes estrangeiros procede de China, Índia e Brasil, respectivamente, e a América Latina é “a região de mais rápido crescimento” em proporção de alunos nas instituições de ensino norte-americanas, apontou o IIE.
A quantidade de estudantes procedentes do Brasil aumentou 78% este ano, subindo para 23.675, o que representa 12% do crescimento total na matrícula de estrangeiros nos Estados Unidos.
O Informe de Portas Abertas sobre o Intercâmbio Educativo Internacional, divulgado no dia 16 pelo IIE, uma organização independente com sede nos Estados Unidos, indica que América Latina e Caribe são a região de maior crescimento na origem dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, com 19% a mais do que no ano passado.
Os alunos latino-americanos se beneficiam da ajuda dada pela 100,000 Strong in The Americas, uma associação público-privada dirigida pelo Departamento de Estado norte-americano, bem como de outras iniciativas implementadas pelos governos da região. O gasto correspondente aos estudantes estrangeiros nos 50 Estados desse país representou mais de US$ 30 bilhões para a economia norte-americana em 2014, segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
O IIE confirmou que o número de estudantes estrangeiros cresceu 10% no ano acadêmico 2014-2015, seu maior crescimento em 35 anos, até chegar aos 974.926 alunos. “Esse forte crescimento confirma que os Estados Unidos continuam sendo o destino preferido em educação superior”, afirma o Instituto.
Dos 4,5 milhões de alunos presentes a cada ano nas instituições de ensino superior de países estrangeiros, os Estados Unidos, país com população de 319 milhões de habitantes, é o que mais capta, e quase duplica nesse sentido a Grã-Bretanha, que ocupa o segundo lugar na lista, segundo o informe.
O documento, que o IEE publica anualmente em colaboração com o Escritório de Assuntos Educativos e Culturais do Departamento de Estado norte-americano, indica que em 2014-2015 esse país teve 88.874 mais alunos estrangeiros matriculados no ensino superior do que no ano acadêmico anterior. Brasil, China e Índia concentram a maior parte desse crescimento.
Embora a China continue como principal país de origem dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, com expansão de 11% e um total de 304.040 alunos, o crescimento da Índia superou o da China este ano, com 29,4% e 132.888 estudantes. Esta constitui a taxa mais alta de crescimento dos estudantes indianos na história do projeto Portas Abertas, que remonta a 1954-1955.
A última vez em que a Índia cresceu a um ritmo comparável, com 29,1%, foi em 2000-2001, quando o número de seus estudantes nos Estados Unidos pela primeira vez superou os 50 mil. Em 2014-2015, China e Índia juntas acumularam 67% do aumento dos alunos estrangeiros nesse país, e agora constituem quase 45% do total.
“Estamos entusiasmados com o número recorde de estudantes que aproveitam as oportunidades de educação internacional, e aplaudimos os esforços do ensino superior dos Estados Unidos no trabalho conjunto para aumentar o número de alunos norte-americanos que estudam no exterior”, afirmou Evan Ryan, subsecretário de Estado para Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado.
“É fundamental continuarmos fazendo com que os estudos no estrangeiro sejam mais acessíveis. Esses intercâmbios fortalecem os laços entre Estados Unidos e países de todo o mundo. Ao aumentar o acesso aos estudos no exterior, estamos investindo em “nosso futuro e proporcionando um fórum para resolver os desafios globais”, opinou Ryan.
O IIE concluiu que o número de alunos dos Estados Unidos que estudam no exterior aumentou 5% em 2013-2014, a maior taxa de crescimento desde a crise econômica de 2008. O número de estudantes norte-americanos no estrangeiro triplicou nos últimos 20 anos e alcançou o recorde de 304.467. Porém, somente 10% dos alunos dos Estados Unidos estudam no estrangeiro antes de ingressar na universidade.
O informe destaca ainda os grandes aumentos no número de estudantes de Arábia Saudita, Brasil e Kuwait nos Estados Unidos. Os governos desses países realizam um grande investimento em bolsas internacionais para seus alunos e envia dezenas de milhares ao exterior para desenvolver uma força de trabalho que seja competente em nível mundial. A Nigéria também está na lista de países com maior expansão quanto ao número de estudantes de cursos superiores nos Estados Unidos. Envolverde/IPS