Cientistas britânicos anunciaram, esta semana, que conseguiram transformar o vírus da herpes em um “agente duplo”, expondo as células do câncer de pele ao nosso sistema imunológico. O vírus funcionaria como um “cavalo de Tróia” para destruir os tumores malignos de melanoma. Este é o mais recente avanço em um campo da medicina que luta contra o câncer, chamado de imunoterapia, uma nova arma na luta científica contra a temida doença.
A primeira técnica clínica contra o câncer que a ciência moderna criou, foi a quimioterapia, desenvolvida nos anos quarenta. A quimioterapia tem como alvo todas as células em replicação rápida no corpo, com o objetivo de abater as células cancerígenas, que se multiplicam velozmente. Porém, também mata células importantes do estômago e das raízes capilares, por isso existem os terríveis efeitos colaterais, incluindo a perda de cabelo.
Após o tratamento, os doentes podem ter uma menor resistência à infecções por um tempo. Outros efeitos colaterais podem aparecer, meses ou anos após a quimioterapia ser concluída, incluindo a menopausa precoce, infertilidade, alterações na sensação das mãos e dos pés (neuropatia periférica) e problemas cardíacos e pulmonares. Alguns tipos de quimioterapia contribuem para a perda de massa óssea e risco de osteoporose; homens podem sofrer de disfunção sexual.
Mas, apesar disso, não se engane! A quimioterapia salvou inúmeras vidas. Mas ela é um tratamento que pode ser brutal. Em termos militares, isso seria chamado de danos colaterais. Para minimizá-lo, os cientistas inventaram medicamentos direcionados, tais como o Tamoxifeno, para a terapia do câncer da mama. Pense neles como bombas inteligentes contra o câncer, mas nem sempre acertam o alvo, causando efeitos colaterais perturbadores.
A imunoterapia, em contrapartida, utiliza vírus para identificar as células cancerígenas com delicadeza letal, destruindo-a de dentro para fora. O mais recente avanço foi liderado pelo Instituto de Pesquisa do Câncer e o Royal Marsden NHS Foundation Trust, ambos em Londres.
Ele envolve a injeção de um vírus do herpes que tenha sido alterado geneticamente, de modo que não cause nenhum dano para as células saudáveis, em pacientes com melanoma maligno.
O vírus atua como uma arma letal, atingindo o alvo precisamente no interior do corpo. Ao invadir as células cancerígenas, o vírus modificado libera uma substância química que alerta o sistema imunitário do paciente sobre uma ameaça tumoral, fazendo as defesas do próprio corpo atacarem o câncer.
Este é um elemento crucial da imunoterapia. Muitas vezes, as células tumorais podem ser suficientemente semelhantes às saudáveis, passando imunes pelo radar dos nossos sistemas imunitários. Ao recrutar nosso sistema imunológico natural para a luta, o risco de efeitos colaterais indesejados é reduzido significativamente.Fonte Jornal da Ciência (#Envolverde)