- Festival exibe 47 filmes de temática socioambiental no MIS Cine Santa Tereza
- Homenagem a Silvio Tendler, Competição Latino-Americana, Panorama Internacional, Mostra Brasil Manifesto e Sessão Infantil compõem a programação
- Premiados filmes e inéditos no circuito como Bem-vindo a Sodoma, Memórias do Oriente, Vulcão de Lama, Golpe Corporativo, Frente Atômica, Ebola: Sobreviventes, Mulheres Contra a AIDS e GIG – A Uberização do Trabalho são alguns dos destaques
- Todas as exibições têm entrada franca
Entre os dias 12 e 31 de outubro, Belo Horizonte receberá pela primeira vez a Mostra Ecofalante de Cinema, considerada como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado à temática socioambiental.
Realizada em parceria com o MIS Cine Santa Tereza, a itinerância terá 47 filmes de 21 países, trazendo reflexões sobre temas urgentes ligados a questões socioambientais contemporâneas.
Fazem parte da programação os filmes de diversos programas da Mostra Ecofalante: a Homenagem a Silvio Tendler, o Panorama Internacional Contemporâneo, a Mostra Brasil Manifesto, a Competição Latino-Americana e a Sessão Infantil. Todas as exibições acontecerão no MIS Cine Santa Tereza e são gratuitas e abertas ao público.
Homenagem
Este ano, a Mostra Ecofalante homenageia o cineasta carioca Silvio Tendler, realizador dos documentários brasileiros que bateram recorde de público nas salas de cinema do país. São exibidas três recentes obras do diretor, entre elas “O Fio da Meada” (Brasil, 2019, 77’), que estreou na edição mais recente da Mostra. O filme acompanha a luta de povos tradicionais brasileiros contra a urbanização opressora, denunciando a violência no campo e nas comunidades tradicionais. Caiçaras, quilombolas e indígenas lutam para sobreviver e para tentar impedir que suas reservas naturais sejam destruídas pelo processo de urbanização.
Na programação está também “Dedo na Ferida” (Brasil, 2017, 90′), que foi o grande vencedor na categoria ‘Longas’ da Competição Latino-Americana na 7ª Mostra Ecofalante de Cinema. A obra trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos, em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social.
Já “Utopia e Barbárie” (Brasil, 2009, 120’) é um road-movie que passa pela Itália, Estados Unidos, Brasil, Vietnã, Cuba, Uruguai e Chile, entre outros países. A produção focaliza lugares e protagonistas da história, a fim de reconstruir uma narrativa do mundo a partir da Segunda Guerra Mundial. Mas tão importante quanto os temas retratados é o olhar do autor, que se constrói à medida em que o filme vai acontecendo, de maneira a dar voz a diferentes personagens, independentemente de suas orientações político-partidárias, com o objetivo de chegar a um rico painel de nossa época.
Panorama Internacional Contemporâneo
O Panorama Internacional Contemporâneo traz filmes premiados em diversos festivais internacionais, representando todos os eixos temáticos que fizeram parte da 8ª Mostra Ecofalante: Cidades, Economia, Povos&Lugares, Recursos Naturais, Saúde, Sociobiodiversidade e Trabalho. No total, são 19 títulos programados, representando 12 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, Finlândia, França, Gana, Índia, Paquistão, Reino Unido e Serra Leoa.
A temática Saúde (uma das novidades da 8ª edição da Mostra) tem três obras nesta itinerância. “Frente Atômica” (EUA, 2017, 96’) trata de cidadãos de uma cidade norte-americana que lutam contra a negligência governamental e corporativa que levaram ao despejo permanente de resíduo nuclear em duas comunidades de St. Louis. A produção foi vencedora dos prêmios de melhor documentário no International Docs Awards e no Festival de Uranium, entre outras premiações, e sua diretora, Rebecca Cammisa, já havia conquistado o Oscar de melhor documentário em 2012, por “God is The Bigger Elvis”. “Mulheres Contra a AIDS” (EUA, 2017, 67’), de Harriet Hirshorn, é o primeiro documentário sobre a história das mulheres na vanguarda do movimento global contra a AIDS. O filme revela como as mulheres não apenas formaram grupos de base como o ACT-UP nos EUA, mas como também exerceram funções essenciais na prevenção do HIV e no movimento de acesso ao tratamento em toda a África Subsaariana. Já em “Ebola: Sobreviventes” (Serra Leoa/EUA, 2018, 86’) o cineasta Arthur Pratt apresenta um retrato de Serra Leoa durante o surto de Ebola, expondo a complexidade da epidemia e da agitação sócio-política que a envolve.
Povos&Lugares, uma das temáticas favoritas do público do Panorama Internacional Contemporâneo, reúne seis títulos, entre eles “Pra Cima, Pra Baixo e Pros Lados: Cantos de Trabalho” (Índia, 2017, 83’), selecionado pelo prestigiado Festival de Documentários de Amsterdã, o IDFA (considerado a “Cannes” dos filmes documentais). Dirigido por Anushka Meenakshi e Iswar Srikumar, retrata uma aldeia no estado indiano de Nagaland, perto da fronteira com Myanmar, com cerca de 5.000 habitantes, quase todos cultivando arroz para consumo próprio. Nele, o ritmo e o movimento de capinar, arar, plantar e colher é acompanhado por músicas e letras que ecoam pelas colinas. Conforme a estação progride, o tom muda e a música fica cada vez mais hipnótica. Em “Ma’Ohi Nui” (Bélgica, 2018, 113’), de Annick Ghijzelings, surge uma outra face da colonização contemporânea na Polinésia francesa, nascida dos 30 anos de testes nucleares. Focaliza o impulso vital do povo Maohi tentando sobreviver e buscar o caminho da independência. A multipremiada animação “Obon” (Alemanha, 2018, 15’), de André Hörmann e Anna Samo, foi indicado ao Oscar e selecionada para o badalado Sundance Festival. O curta-metragem focaliza uma sobrevivente ao bombardeio atômico de Hiroshima (Japão): no meio da destruição total, ela encontra um momento de felicidade. Em “A Ausência dos Damascos” (Paquistão/Alemanha, 2018, 49’), de Daniel Asadi Faezi, uma aldeia nas montanhas é atingida por um deslizamento de terra. O que resta são as pessoas e suas histórias, transmitidas de uma geração para outra. “O Botanista” (Canadá, 2017, 20’), de Maude Plante-Husaruk e Maxime Lacoste-Lebuis, se passa após a queda da União Soviética, quando o Tajiquistão mergulhou em uma devastadora guerra civil. Uma fome atingiu a região montanhosa do Pamir, onde Raïmberdi, um botânico apaixonado e engenhoso, construiu sua própria estação hidrelétrica para ajudar sua família a sobreviver à crise. Premiado no Festival de Zurique, na Suíça, “Bem-vindo a Sodoma” (Áustria/Gana, 2018, 92’), de Florian Weigensamer e Christian Krönes, retrata o maior depósito de lixo eletrônico do mundo, Agbogloshie, em Gana. Lá, crianças e adolescentes desmontam equipamentos, em meio a fumaça tóxica, em uma rotina venenosa.
Em Cidades, a programação conta com “Memórias do Oriente” (Finlândia, 2018, 86’), de Niklas Kullström e Martti Kaartinen, um road-movie passado no Extremo Oriente da Mongólia e no Japão atuais. O filme tem como foco o linguista e diplomata finlandês Gustaf John Ramstedt, considerado pai da moderna Mongolística, e questiona sobre como a linguagem pode conectar as pessoas sobre fronteiras culturais e como a economia de mercado conseguiu substituir os velhos modos do passado. Por sua vez, “A Cidade do Futuro” (EUA, 2017, 9’), de Chad Freidrichs, mostra o projeto Minnesota Experimental City, uma tentativa futurista de resolver problemas urbanos criando uma cidade nova a partir do zero.
Representando o eixo Sociobiodiversidade, “A História do Porco (Em Nós)” (Bélgica, 2017, 120’), de Jan Vromman, aborda nossa relação com esse animal que, por sua gula, se torna metáfora para a infinita ganância humana. O filme foi destaque em eventos internacionais, como os festivais Vision du Réel e European Film Festival.
Em Recursos Naturais, destaca-se “Vulcão de Lama: A Luta Contra a Injustiça” (EUA, 2018, 80’), de Cynthia Wade e Sasha Friedlander, que conta a luta de moradores que tiveram suas vilas soterradas por um tsunami de lama em ebulição. Consagrada mundialmente, a diretora Cynthia Wade ganhou mais de 40 prêmios, com destaque para um Oscar em 2008, além de uma segunda indicação em 2013. Já a animação “Carga Alheia” (França, 2017, 6’) de Auguste Denis, Emmanuelle Duplan, Valentin Machu e Malenaie Riesen, acompanha os dias vividos por um personagem que vive, trabalha, come e dorme em seu navio de carga. Um dia, ele fica sem comida e, para não morrer de fome, deve sair de sua rotina de conforto.
A temática Trabalho traz três produções. O premiado “A Verdade Sobre Robôs Assassinos” (EUA, 2018, 83’), de Maxim Pozdorovkin, mostra como os humanos estão se tornando cada vez mais dependentes de robôs e traz os vários pontos de vista, de engenheiros a jornalistas e filósofos, que falam sobre diferentes situações em que os robôs causaram a morte de seres humanos e como eles representam uma ameaça para a sociedade. “Stratum” (Reino Unido, 2018, 12’), de Jacob Cartwright e Nick Jordan, explora a genealogia social, cultural e ecológica de uma região pós-industrial. Já “Sinfonia Industrial” (Polônia, 2018, 61’), de Jaśmina Wójcik, trabalha com sons e memória do corpo, fazendo com que os ex-operários de uma fábrica reencenem um dia de trabalho.
Finalmente, no eixo Economia, está “Superalimentos” (Canadá, 2018, 66’), de Ann Shin, que revela o efeito cascata da indústria dos superalimentos, super-nutricionais, nas famílias de agricultores e pescadores mundo afora, explorando paisagens e povos da Bolívia, Etiópia e do arquipélago de Haida Gwaii, no Canadá. Ainda no mesmo eixo Economia está incluído “Golpe Corporativo” (Canadá/EUA, 2018, 90’), de Fred Peabody, que retrata como o Presidente Trump é o resultado de fracassadas políticas globalistas neoliberais e um “golpe corporativo”, no qual corporações e bilionários gradualmente assumiram o controle do processo político. No filme estão as histórias das vítimas finais – classe trabalhadora e pessoas pobres em “zonas de sacrifício”.
Mostra Brasil Manifesto
Novidade desta edição, a Mostra Brasil Manifesto é dedicado a filmes que constroem um retrato denso e agudo da atualidade do país. Neste programa está “O Amigo do Rei” (Brasil, 2019, 142’), híbrido de documentário e ficção que estreou na 8ª Mostra Ecofalante. O longa-metragem tem como tema a maior tragédia ambiental da história brasileira: o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), e suas consequências. O trabalho anterior do diretor André D’Elia, “Ser Tão Velho Cerrado”, foi o vencedor em 2018 do prêmio do público da Mostra Ecofalante.
Competição Latino-Americana
A Competição Latino Americana traz 19 filmes, produzidos no Brasil, Colômbia, México, Argentina e Venezuela, incluindo os vencedores dos prêmios de público, de melhor longa-metragem e de melhor curta-metragem, respectivamente: “GIG – Uberização do Trabalho” (Brasil, 2019, 60’), uma abordagem do trabalho mediado por aplicativos e plataformas digitais; “Está Tudo Bem” (Venezuela/Alemanha, 2018, 70’), que retrata a crise do sistema de saúde venezuelano; e “Palenque” (Colômbia, 2017, 25’), uma ode à pequena cidade colombiana San Basilio del Palenque, o primeiro povoado das Américas a se libertar do domínio europeu.
Entre os destaques brasileiros desta seção está “Empate” (Brasil, 2018, 90’), documentário de Sérgio de Carvalho que dá voz aos protagonistas do movimento seringueiro das décadas de 1970 e 80 contra o desmatamento no estado do Acre, refletindo como este momento histórico ecoa ainda hoje na Amazônia e no resto do mundo. Já “Filhos de Macunaíma” (Brasil, 2019, 90’), de Miguel Antunes Ramos, conta a história de três famílias indígenas que vivem na cidade de Boa Vista, no norte do Brasil.
Destacam-se ainda “Um Filósofo na Arena” (México/Espanha, 2018, 100’), sobre o filósofo francês Francis Wolff, grande fã de touradas, que decide fazer uma viagem pela França, México e Espanha acompanhado por dois cineastas mexicanos que nada sabem sobre esse mundo; “O Espanto” (Argentina, 2017, 67’), que conta a história de um povoado onde os remédios caseiros substituem a medicina convencional; e “O Quadrado Perfeito” (Argentina, 2018, 61’), um documentário sobre o mundo da criação de cães de raça pura,
Sessão Infantil
Para comemorar o Dia das Crianças, acontece no dia 12 de outubro a Sessão Infantil, que traz cinco curtas-metragens para introduzir à garotada, de maneira lúdica, uma gama de questões socioambientais contemporâneas.
As produções que fazem parte desta sessão foram exibidos em grandes e importantes festivais internacionais, como o Short Film Corner do Festival de Cannes, Festival de Animação de Annecy, Animamundi e Dok Leipzig. São duas obras brasileiras – “Dara – A Primeira Vez que Fui ao Céu” (2017, 18’) e “Caminho dos Gigantes” (2016, 12’) – e três internacionais – “Dois Trens” (Rússia, 2017, 10’), “O Sonho da Galinha” (Estônia, 2016, 5’) e “Strollica” (Itália, 2017, 10’).
A 8ª Mostra Ecofalante em Belo Horizonte é uma realização da Ecofalante em parceria com o MIS Cine Santa Tereza e tem apoio do Mercado Livre, da White Martins e da Kimberly Clark.
Clique para acessar a programação completa.
Serviço
8ª Mostra Ecofalante de Cinema – Belo Horizonte
Entrada gratuita
Data: 12 a 31 de outubro
Local: MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul 89, Santa Tereza, Belo Horizonte, tel 31-3277.4699)
Programação: http://ecofalante.org.br/evento/bh/programacao
Contato
Ecofalante – Comunicação
[email protected] – tel (11) 3814.9099
Sinopses e dados dos filmes
32-Rbit
México / Alemanha, 2018, 8’ – Victor Orozco Ramirez
Minha avó estava convencida de que o único animal que comete o mesmo erro mais de duas vezes é o ser humano, e eu estava totalmente convencido de que tudo pode ser resolvido com CTRL+Z. Um ensaio sobre minha internet, um mundo paralelo onde perda de memória, erros, vigilância e dependência turvam a tudo e a todos.
A Ausência dos Damascos
Alemanha, Paquistão, 2018, 49’ – Daniel Asadi Faezi
Um vilarejo remoto nas montanhas do norte do Paquistão é cercado por um imenso lago azul-turquesa entre penhascos escarpados e íngremes. Um dia, um deslizamento de terra bloqueou um rio. Em poucos meses, esse rio transformou-se em um enorme lago, com 30 quilômetros de extensão. Milhares de casas e campos ficaram inundados, aldeias inteiras desapareceram e os habitantes foram realocadas. O que resta são as pessoas e suas histórias, que são transmitidas de geração em geração.
A Cidade do Futuro
EUA, 2017, 96’ – Chad Freidrichs
Nos anos 60, enquanto as cidades colapsavam e os subúrbios se espalhavam, Athelstan Spilhaus teve uma visão: uma cidade futurista projetada a partir do zero na floresta isolada, para resolver a dupla crise urbana e ambiental. A cidade experimental usaria as mais recentes tecnologias em comunicação, transporte, energia, controle de poluição e, inclusive, um domo, na tentativa de criar um caminho mais habitável e favorável ao meio ambiente para o século XXI. A proposta de Spilhaus rapidamente ganhou o apoio de poderosos, mas antes que a cidade ideal começasse a tomar forma, as figuras mais inesperadas se levantaram em protesto: camponeses e ambientalistas!
À Cura do Rio
Brasil, 2018, 19’ – Mariana Fagundes
Um velho conhecido da etnia Krenak, o Watú – o famoso Rio Doce – está doente. Através de um ritual xamânico, corpo e natureza se unem para um diálogo profético que enxerga a catástrofe, mas também a salvação do rio. O filme mostra o impacto da tragédia de Mariana em um grupo indígena Krenak.
A História do Porco (em Nós)
Bélgica, 2017, 120’ – Jan Vromman
Histórias e imagens de porcos estão presentes em todo o mundo. O animal causa repulsa e desejo. A maneira com que o tratamos reflete-se em nossa ação como ‘seres humanos’. Poderia este animal glutão ser uma metáfora da nossa ganância infinita? O narrador nos leva em uma jornada centrada no porco, da pré-história ao presente e ao redor do mundo. Visitamos de laboratórios a museus, de matadouros a fazendas orgânicas. Vemos o que o homem faz com os animais e, em última instância, com o mundo. Poderia haver uma transição para um mundo menos ganancioso e mais respeitoso com os seres humanos, animais e meio ambiente?
A Verdade sobre Robôs Assassinos
EUA, 2018, 82’ – Maxim Pozdorovkin
Um filme revelador que toma incidentes em que robôs causaram a morte de humanos – desde uma fábrica da Volkswagen na Alemanha até um dróide policial em Dallas –, como uma janela para a automação global e suas consequências. Quando um robô mata um humano, de quem é a culpa? Quando se apropria de uma série de empregos, qual é o futuro do trabalho? Mas a maior ameaça que os robôs representam para a humanidade vai além da substituição do trabalho e até mesmo desses casos fatais. À medida em que nos ajustamos ao ritmo das máquinas, nossas capacidades se atrofiam, a conexão humana se enfraquece e se torna cada vez mais remota.
Alma Bandida
Brasil, 2018, 15’ – Marco Antônio Pereira
Numa pequena cidade no interior do país, jovens sem oportunidade de emprego precisam garimpar pedras em buracos fundos. Dentre vários caminhos até os sonhos a se realizarem, é preciso ter coragem e determinação para tentar vencer na vida. Mas, às vezes, a gente gosta de coisas e pessoas erradas.
Bem-Vindo a Sodoma
Áustria, Gana, 2018, 92’ – Florian Weigensamer, Christian Krönes
“Sodoma é como uma Besta. Às vezes, você mata a Besta, às vezes a Besta mata você”. Agbogloshie, em Gana, é um dos lugares mais contaminados do planeta: é o maior depósito de lixo eletrônico do mundo. Cerca de seis mil mulheres, homens e crianças vivem e trabalham aqui. Eles o chamam de SODOMA. Todos os anos toneladas de computadores, smartphones, tanques de ar condicionados e outros dispositivos de um distante mundo eletrônico e digitalizado terminam aqui. Ilegalmente. As vozes intimistas dos vários protagonistas permitem uma visão profunda da vida e do trabalho neste local. Se todos aqui estão, de uma maneira ou de outra, vivendo das bênçãos da era do computador, muitos morrem delas.
Caçador
Brasil, 2018, 20’ – Leonardo Sette
Após um voo de monomotor sobre a floresta, ao chegar na aldeia para onde está se mudando, Nakuá se sente mal. Sem entender direito o que está sentindo, solitário, Nakuá se consulta com Dr. Bruno e se apresenta como caçador.
Caminho dos Gigantes
Brasil, 2016, 12’ – Alois di Leo
Uma busca poética pela razão e o propósito da vida. Em uma floresta de árvores gigantes, Oquirá, uma menina indígena de seis anos, vai desafiar seu destino e entender o ciclo da vida. O filme explora as forças da natureza e a nossa conexão com a terra e seus elementos.
Carga Alheia
França, 2017, 6’ – Auguste Denis, Emmanuelle Duplan, Valentin Machu, Melanie Riesen
Todos os dias Ned trabalha, come e dorme em seu navio cargueiro. Um dia, seu estoque de comida acaba e ele é forçado a sair de sua rotina de conforto.
Cartucho
Colômbia, 2017, 55’ – Andrés Chaves Sánchez
Na Colômbia, um rico bairro colonial, formado por famílias e comércios tradicionais, tornou-se o lar de centenas de sem-tetos e criminosos. Suas ruas e casas antigas tornaram-se locais de consumo de crack. O filme reconstrói a memória fragmentada de El Cartucho, bairro de Bogotá violentamente demolido pelo governo e transformado em um parque estéril em 2001. Esta é a história da degradação que representa uma sociedade que tenta varrer o lixo para debaixo do tapete.
Dara – A primeira vez que fui ao céu
Brasil, 2017, 18’ – Renato Candido de Lima
Nos anos 60, Dara é uma garota negra de 10 anos que mora em um sítio com os avós em Nova Soure, na Bahia. Na véspera de migrar para São Paulo, Dara deseja montar um balancinho no cajueiro, mas seus pais já estão em São Paulo e é hora da menina partir.
Dedo na Ferida
Brasil, 2017, 90′ – Silvio Tendler
O filme trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto a perversão do capital só aspira à concentração da riqueza em poucas mãos. Neste cenário de tensões sociais, artistas e intelectuais lutam para transformar o mundo, levantando temas como os fins dos direitos sociais, o desemprego, o mercado e o consumo. A arte se converte em ferramenta de mudança social provocando discussões que não interessam ao 1% mais rico.
Dois Trens
Rússia, 2017, 10’ – Dir. Svetlana Andrianova
Pai e filho, Klick e Trim são trens urbanos que trabalham valentemente para estarem sempre na hora certa em seu caminho pela cidade.
Ebola: Sobreviventes
EUA, 2018, 83’ – Arthur Pratt
O ebola na Serra Leoa é uma das mais graves crises de saúde pública dos últimos tempos. Através das lentes de um cineasta (e pastor) serra-leonês, seguimos as histórias de três personagens no epicentro da epidemia: um motorista de ambulância, um menino de rua e uma enfermeira do centro de tratamento de ebola. O filme explora não apenas como a epidemia devastou famílias e comunidades, mas também os profundos mal-entendidos entre ONGs internacionais e as comunidades que elas atendem, além de desvelar tensões políticas latentes da longa e recente Guerra Civil no país que ainda perduram.
Empate
Brasil, 2018, 90’ – Sérgio de Carvalho
O que é um empate? “É uma forma de luta que nós encontramos para impedir o desmatamento. A gente se coloca diante dos peões e jagunços, com nossas famílias, mulheres, crianças e velhos, e pedimos para eles não desmatarem e se retirarem do local. Eles, como trabalhadores, a gente explica, estão também com o futuro ameaçado. E esse discurso, emocionado, sempre gera resultados. Até porque quem desmata é o peão simples, indefeso e inconsciente.” (Chico Mendes. Jornal do Brasil, 13 dias antes de seu assassinato).
Entremarés
Brasil, 2018, 20’ – Anna Andrade
No chão de lama, mulheres compartilham os seus vínculos e vivências com a maré, a pesca e a Ilha de Deus.
Está Tudo Bem
Venezuela / Alemanha, 2018, 70’ – Tuki Jencquel
A dona de uma farmácia, um jovem cirurgião, um ativista social e dois pacientes com câncer enfrentam a falta de medicamentos que está no centro da crise do sistema de saúde da Venezuela. Sua rotina inclui percorrer diariamente várias farmácias em busca de remédios, que demoram a chegar e nunca vêm em quantidade suficiente, e vasculhar a internet em busca das caixas que sobraram dos pacientes mortos.
Filhos de Macunaíma
Brasil, 2019, 90’ – Miguel Antunes Ramos
Três famílias indígenas vivem na cidade de Boa Vista, no norte do Brasil. Enquanto Maria se despede da mãe, que não fala português e adoece na aldeia, seu filho Daniel, evangélico, procura na dança uma forma de viver. Teuza procura na Guiana uma vida mais intensa e vive se deslocando, entre festas, problemas familiares e buscas por trabalho. Arlen, indígena policial e morador de um conjunto habitacional na periferia, tenta voltar para a aldeia onde sua família mora, enquanto lida com a violência e outros problemas na cidade. Histórias de deslocamento e identidade de personagens em busca de si mesmos.
Frente Atômica
EUA, 2017, 96’ – Rebecca Cammisa
A cidade de Saint Louis, nos EUA, tem um passado nuclear pouco conhecido: ela abrigou um centro de processamento de urânio para a produção da bomba atômica. O filme traz à luz os devastadores efeitos tóxicos de longo prazo que os resíduos nucleares causam nas comunidades. Centrado em um grupo de mães que se tornam ativistas, o filme as acompanha em um enfrentamento com a Agência de Proteção Ambiental estadounidense, os reguladores estaduais e as corporações por trás do despejo ilegal de lixo radioativo em seus bairros.
GIG – A Uberização do Trabalho
Brasil, 2019, 60’ – Carlos Juliano Barros, Caue Angeli & Maurício Monteiro Filho
O trabalho mediado por aplicativos e plataformas digitais cresce no mundo todo. Mas o avanço da chamada ‘Gig Economy’, fenômeno também conhecido no Brasil por ‘uberização’, vem despertando debates sobre a precarização e a intensificação do trabalho numa sociedade cada dia mais conectada.
Golpe Corporativo
Canadá/EUA, 2018, 90’ – Fred Peabody
“Donald Trump não é a doença, é o sintoma.” Este filme narra a história por trás do “golpe corporativo” que se deu muito antes das últimas eleições. Tal golpe seria a origem de muitos dos problemas na democracia atual, controlada por lobistas e pelo corporativismo. Acompanhamos as consequências desastrosas para os mais vulneráveis da sociedade, incluindo residentes das chamadas “zonas de sacrifício”, como o Cinturão da Ferrugem nos EUA, onde a indústria do aço já foi muito próspera, mas que hoje sofre com o fechamento de fábricas e a terceirização. O filme capta ainda histórias devastadoras dos moradores de Camden, na Nova Jersey, que vêm sofrendo os efeitos de ideologias e políticas neoliberais, globalistas e corporativistas.
Homens e Caranguejos
Brasil, 2017, 25’ – Paulo de Andrade
Josué está apenas começando a abrir os olhos para o espetáculo multiforme da vida, e o que ele encontra é um mar de miséria. Ao seu redor, uma paisagem peculiar formada por lama, caranguejos e seres anfíbios, habitantes da terra e da água, meio homens e meio bichos. Seres humanos que se fazem irmãos de leite dos caranguejos e encontram força na maré para resistir, sobreviver, viver.
Ma’Ohi Nui
Bélgica, 2018, 113’ – Annick Ghijzelings
Por trinta anos, no final do século XX, o povo do Taiti sobreviveu a dezenas de testes nucleares do governo francês em sua costa. Desde que o país foi colonizado, em 1880, as explosões deixaram o povo taitiano vasculhando os restos de suas ilhas e cultura, em um esforço para manter vivos seus conhecimentos tradicionais. O filme oferece um vislumbre poético do Taiti contemporâneo e das lutas coloniais que seu povo ainda enfrenta, enquanto resistem para sustentar seu modo de vida.
Memórias do Oriente
Finlândia, 2018, 86’ – Niklas Kullström e Marti Kaartinen
Um inesperado filme de viagem no Extremo Oriente da Mongólia e no Japão atuais. A história das viagens do linguista e diplomata finlandês G. J. Ramstedt ao velho mundo das crenças e tradições do final do século XIX, um mundo hoje substituído por ideologias e pela economia de mercado. Ele testemunhou os eventos dos últimos cem anos, e agora nos lembra de porque e como estamos aqui hoje. O filme entrelaça com perfeição o passado e o presente em uma jornada visualmente deslumbrante de exploração, aventura, amor e morte, conspirações e a queda das nações.
Mesmo com Tanta Agonia
Brasil, 2018, 20’ – Alice Andrade Drummond
É aniversário da filha de Maria. No trajeto do trabalho para a festa, ela fica presa no metrô, que para de correr por alguns minutos.
Meteorito
México, 2018, 15’ – Mauricio Sáenz
Os homens-pássaro sofrem misteriosas quedas em busca do lugar onde nasce o sol. Uma realidade alterada através de ritos que convergem em um objetivo: morrer para gerar vida.
Mulheres contra a AIDS
USA, 2016, 70’ – Harriet Hirshorn
O filme conta a inspiradora história do papel essencial que as mulheres têm desempenhado na luta global contra o HIV/AIDS. As mulheres, particularmente as não-brancas, estão excluídas da história oficial dessa luta. O filme olha com ousadia para as dinâmicas ocultas que mantêm mulheres em todo o mundo expostas a um risco elevado de contrair o HIV, ao mesmo tempo que apresenta mulheres admiráveis, que trazem respostas para acabar com essa pandemia de 30 anos. O filme restaura seu papel crucial na história e no atual ativismo em torno do HIV, além de revelar o trabalho daquelas que, em todo o mundo, lutam por suas vidas.
O Amigo do Rei
Brasil, 2019, 142’ – André D’Elia
Híbrido de documentário e ficção, o filme tem como tema a maior tragédia ambiental da História do Brasil: o rompimento da barragem da Samarco em Mariana-MG e suas consequências. Acompanhando de modo ficcional o cotidiano do deputado federal Rey Naldo, nos bastidores do Congresso Nacional, o filme mostra as relações íntimas existentes entre política e mineração; ao mesmo tempo documentário investigativo e ficção alegórica, ele revela um sujeito político empresarial diluído na sociedade brasileira desde o período colonial.
O Botanista
Canadá, 2016, 20’ – Maude Plante-Husaruk, Maxime Lacoste-Lebuis
Após a queda da União Soviética, o Tajiquistão, uma antiga República Soviética, mergulhou em uma devastadora guerra civil. A fome atingiu a região montanhosa do Pamir, onde Raïmberdi, um botânico apaixonado e engenhoso, construiu sua própria estação hidrelétrica para ajudar a sua família a sobreviver à crise.
O Espanto
Argentina, 2017, 67’ – Martín Benchimol & Pablo Aparo
Em um recôndito povoado da Argentina, os remédios caseiros substituem a medicina tradicional. Toda doença é tratada pelos vizinhos, exceto “o espanto”, uma enfermidade rara que só pode ser curada por um ancião que ninguém se atreve a visitar.
O Fio Da Meada
Brasil, 2019, 77’ – Sílvio Tendler
O filme mostra a luta de povos tradicionais brasileiros contra a urbanização opressora. Neste documentário, Silvio Tendler instiga a denúncia à violência nos campos e nas comunidades tradicionais, cada vez mais ameaçados pela ação do homem em nome do progresso. Caiçaras, quilombolas e indígenas lutam para sobreviver e para tentar impedir que suas reservas naturais sejam destruídas pelo processo de urbanização.
O Quadrado Perfeito
Argentina, 2018, 61’ – Pablo Bagedelli
A partir de seus estudos sobre a eugenia, o diretor lança seu olhar para o mundo da criação de cães de raça pura. Entre biografias, sprays para o pelo, escritórios e teorias genéticas, é revelado todo um sistema que sustenta e reproduz as raças caninas. Uma fotógrafa de competição mergulha nas memórias de seu falecido marido para nos mostrar seus melhores pódios; um casal narra seus próprios problemas de fertilidade enquanto nos ensina as proporções corretas da cabeça de um poodle; a comissão de juízes da Federação Cinológica Argentina discute modificações no regulamento da instituição…
O Sonho da Galinha
Estônia, 2016, 5’ – Andres Tenusaar
Numa tarde de outono a família está reunida no parque e os pássaros migrantes voam pelo céu. A pequena galinha de Miriam sonha com os dias ensolarados do sul e quer seguir a migração!
Obon
Alemanha, 2018, 15’ – Andre Hörmann, Anna Samo
Em um curto documentário de animação, Akiko Takakura, uma das últimas sobreviventes da bomba atômica lançada em Hiroshima, conta sua história de vida. Nesta narrativa, impressionante tanto visual quanto emocionalmente, ela descreve como, em meio a terror e pesadelos, encontrou um raro momento de proximidade com seu pai.
Palenque
Colômbia, 2017, 25’ – Sebastián Pinzón Silva
Guiada por temas que tocam vida e morte e um ritmo musical afro-latino constante, uma ode a uma pequena cidade que contribuiu imensamente para a cultura e a memória coletiva da Colômbia: San Basilio del Palenque, o primeiro povoado das Américas a se libertar do domínio europeu.
Parque Oeste
Brasil, 2018, 70’ – Fabiana Assis
Depois de ser vítima de uma violenta desocupação ocorrida no bairro Parque Oeste, em Goiânia, uma mulher reconstrói sua vida tendo como norte a luta por moradia.
Pra cima, pra Baixo e pros Lados: Cantos de trabalho
Índia, 2017, 85’ – Anushka Meenakshi, Iswar Srikumar
Perto da fronteira entre Índia e Mianmar encontra-se a aldeia de Phek, em Nagaland. Cerca de 5000 pessoas vivem ali e quase todas cultivam arroz para o consumo próprio. Enquanto trabalham em grupos cooperativos – preparando a terra, plantando mudas ou colhendo os grãos e carregando-os por encostas íngremes –, os cultivadores de arroz de Phek cantam. As estações mudam, assim como a música, transformando o mundano em hipnótico. O amor sobre o qual eles cantam é também uma metáfora da necessidade do outro – o amigo, a família, a comunidade – para construir uma polifonia de vozes.
Sinfonia Industrial
Polônia, 2018, 61’ – Jasmina Wojcik
Ursus era uma das maiores fábricas de máquinas agrícolas da Europa. Durante quase todo o século XX, foi a glória da indústria polonesa. O colapso do comunismo foi o começo do fim da fábrica, e hoje seus corredores vazios caem em ruínas. Neste documentário experimental, seus ex-trabalhadores reencenam um dia de trabalho com sons e memória corporal. É uma homenagem à cultura dos operários industriais, uma voz que luta pela dignidade do povo trabalhador e por uma história política que leve em conta suas vidas.
Stratum
Inglaterra, 2018, 12’ – Jacob Cartwright & Nick Jordan
Stratum revela a genealogia industrial, social e ecológica de uma região pan-europeia, capturando a transformação econômica, estrutural e física de locais pós-industriais, onde determinadas espécies de flora e fauna colonizaram a paisagem abandonada.
Strollica
Itália, 2017, 10’ – Peter Marcias
Quando uma turbina eólica é construída em seu parque favorito, a garota Strollica aprende sobre fontes de energia renovável.
Superalimentos
Canadá, 2018, 70’ – Ann Shin
Todos os anos um novo “superalimento”, com propriedades nutricionais extraordinárias, é apresentado ao ocidente. Este filme explora os fatos e mitos por trás dos superalimentos. Revela o efeito cascata dessa indústria nas famílias de agricultores e pescadores mundo afora, explorando paisagens e povos da Bolívia, Etiópia e do arquipélago de Haida Gwaii, no Canadá. Divulga ainda os grandes problemas gerados pela globalização dos superalimentos, incluindo efeitos imprevistos na saúde, segurança alimentar, agricultura sustentável e nas práticas de comércio justo.
Um Filósofo na Arena
México / Espanha, 2018, 100’ – Aarón Fernández & Jesús Muñoz
Após sua aposentadoria, o filósofo francês Francis Wolff, grande fã de touradas, decide fazer uma viagem pela França, México e Espanha, acompanhado por dois cineastas mexicanos que nada sabem sobre esse mundo, hoje com os dias contados. Ao longo da jornada, eles encontram vários personagens, com os quais refletem sobre a relação dos seres humanos com os animais e a natureza, e, acima de tudo, sobre a nossa relação com a morte e o significado da jornada que chamamos vida.
Utopia e Barbárie
Brasil, 2009, 120’ – Sílvio Tendler
A fim de fazer uma reconstrução narrativa do Brasil e do Mundo durante a Guerra Fria, o filme faz paralelos entre as experiências vivenciadas pelo diretor e os acontecimentos ao redor do mundo. Este road movie documentário passa pela Itália, EUA, Brasil, Vietnã, Cuba, Uruguai, Chile, entre outros, mostrando lugares e protagonistas da história. Tão importante quanto os temas retratados é o olhar do autor, que se constrói à medida em que o filme vai acontecendo, de maneira a dar voz a diferentes personagens e traçando um rico painel de nossa história recente.
Vulcão de Lama: A Luta Contra a Injustiça
EUA, 2018, 80’ – Cynthia Wade & Sasha Friedlander
Um tsunami de lama em ebulição soterra 16 vilarejos de uma área industrial e residencial de Java Oriental, na Indonésia, desalojando mais de 60 mil pessoas. Dezenas de fábricas, escolas e mesquitas ficam submersas sob uma paisagem de lama rachada. Cientistas afirmam que a tragédia se deveu às atividades de fracking (extração de gás de xisto), que acidentalmente atingiram um vulcão de lama subterrâneo. Dian, na época ainda criança, é hoje uma jovem ativista que mobiliza seus vizinhos na luta por justiça, questionando o papel do poder e dinheiro de grandes corporações.
Yover
Colômbia, 2018, 14’ – Edison Sánchez
Yover tem apenas doze anos, mas precisa trabalhar. Todos os dias ele pedala pelas ruas da nova Bojayá – um povoado sobrevivente do massacre mais sangrento da guerra na Colômbia – e se mantém, roubando da realidade alguns minutos da fantasia e da alegria típicas do mundo infantil.
#Envolverde