por Roseane Maria Garcia Lopes de Souza* –
As sociedades, mesmo as mais rudimentares, sempre consideraram a vida e a saúde como um bem indispensável. A noção de saúde como condição necessária à vida é percebida intuitivamente pelos agrupamentos humanos e pelas pessoas individualmente. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus países membros, “todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas têm o direito de ter acesso a um suprimento adequado de água potável e segura”.
Mas o que seria “água potável”? Segundo o Ministério da Saúde no Brasil, é água que atenda ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. Mas afinal, e o que seria risco à saúde? Isso não foi estabelecido no padrão de potabilidade, embora, existem várias definições de risco à saúde, incluindo a curto, médio e longo prazo.
Outro termo não bem compreendido é a “água segura”, que refere-se a uma oferta de água que não representa um risco significativo à saúde, em quantidade suficiente para atender a todas às necessidades individuais, disponíveis continuamente e que tenham um custo acessível. Essas condições podem ser resumidas em cinco palavras-chave: qualidade, quantidade, continuidade, cobertura e custo. “
A água para consumo humano deve ter qualidade dentro de padrões de saúde, a fim de não causar agravos e doenças na população, e, ser disponibilizada em quantidade satisfatória, considerando todas as populações, da cidade, do campo, da floresta, etc.
No momento no qual estamos em pandemia, o divisor de água se alarga, entre aqueles brasileiros que podem ter higiene, e aquele excluídos das políticas de saneamento.
Tornar a certeza que as pessoas têm água limpa para beber seria uma grande conquista importante para a saúde pública.
Portanto, produzir água potável é buscar satisfazer a qualidade e quantidade adequada que não representa risco para a população humana.
Por isso quero ser mais contundente ao me referir sobre as instituições a quem cabe a dignidade da prestação desse serviço, afim de que, quem me lesse, fizesse uma parada ao sentir o peso da responsabilidade para encontrar alguém que pudesse assumi-la, pois esse alguém deve ser o responsável paternal e maternal dessa “criança” que diariamente chora dia e noite, por não encontrar esses pais irresponsáveis que a abandonaram em um “orfanato”, sem a perspectiva futura da adoção de políticas pública.
Dessa maneira o “choro” continuará apenas sendo ouvido por todos aqueles que possuem sensibilidade capaz de produzir o ECO do choro da criança abandonada.
Gostaria que meu apelo pudesse chegar mais longe atingindo a âmago insensível das instituições que deveriam assumir esse serviço, para a populações negligenciadas e excluídas do saneamento.
*Roseane Maria Garcia Lopes de Souza, Engenheira sanitarista e ambiental
Imagem de destaque: de moritz320 por Pixabay
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