Devido às altas temperaturas, estádios contam com sistema de resfriamento local utilizando energia solar
A energia está sendo um dos destaques na Copa do Mundo 2022, realizada no Catar até o dia 18 de dezembro. Devido às altas temperaturas, se fez necessário mudar o mês de disputa do campeonato (que, tradicionalmente, é realizado em junho) para novembro e, mesmo assim, o calor continua sendo um grande desafio aos organizadores.
Para tentar dirimir os efeitos das altas temperaturas, a FIFA aprovou oficialmente o uso do Sistema de Avaliação de Sustentabilidade Global, para os locais e todas as instalações desta Copa. Trata-se de um ‘resfriamento local’, somente das áreas necessárias, como o campo de jogos e as arquibancadas, por meio de energia solar. O sistema se adapta ao design e características de cada um dos estádios. A tecnologia utiliza 40% menos energia do que os sistemas de refrigeração convencionais .
“Mais do que nunca, esse é o momento de discutir sobre o investimento em pesquisas que contribuam com o desenvolvimento do mercado de energia e estimular a implementação de projetos e ações com foco no fomento à Eficiência Energética, valorizando a expertise das ESCOs (Energy Services Company), destaca Bruno Herbert Batista Lima, presidente da ABESCO.
Nos estádios da Copa, utilizando-se a energia solar, o ar externo é resfriado e distribuído por meio de grades nas arquibancadas e grandes bocais nas laterais do campo. Os sistemas são isolados e refrigerados localmente para torná-los o mais ecológicos possível. Nas laterais do campo, existem alguns painéis que atraem o ar quente para máquinas localizadas abaixo do campo que, por sua vez, além de resfriar o ar e devolvê-lo ao estádio, eliminam odores corporais, filtram pólen, poeira, etc. Localizadas a alguns quilômetros de distância, há usinas cujas máquinas recebem água gelada que, por sua vez, é bombeada para dentro do estádio por meio de canos.
“Mesmo com os efeitos da pandemia na economia global, o mercado de energias renováveis apresenta boa perspectiva e um grande volume de projetos em curto e médio prazo. Projetos como o utilizado na Copa demonstram que ainda há muito a se desenvolver neste campo e que há muitos craques espalhados pelo mundo que podem contribuir para a evolução da Eficiência Energética”, salienta o presidente da ABESCO.
Outra grande contribuição para o futuro é que esta tecnologia não é patenteada, portanto, empresas e especialistas podem utilizá-la para desenvolver sistemas similares e até aperfeiçoá-la. “Não existe progresso, desenvolvimento e conforto para a sociedade sem a utilização de energia elétrica, e este consumo precisa ser racional e eficiente, alinhado com os princípios da sustentabilidade”, finaliza o presidente da ABESCO.
Sobre a ABESCO
Fundada em 1997, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), entidade civil sem fins lucrativos, representa oficialmente o segmento de Eficiência Energética brasileiro. Composta por empresas de diversas áreas, a ABESCO busca fomentar e promover ações e projetos para o crescimento do mercado de Eficiência Energética, atividade que busca proporcionar meios para se produzir mais com a menor quantidade de energia.
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