Projeto reúne trabalhos de artistas do mundo inteiro em defesa da floresta
O projeto AMAZÔNIA CHAMA / Amazon Shouts é uma plataforma digital colaborativa lançada em final de agosto de 2019 com o objetivo de produzir um acervo com obras artísticas e informações para promover um olhar de valorização da Amazônia.
A plataforma é uma mobilização internacional da classe artística pela valorização e defesa da maior floresta tropical do Planeta. Artistas e pessoas ligadas a temática da Amazônia podem colaborar com as mais diversas linguagens: textos, ilustrações, livros, fotografias, vídeos e trabalhos acadêmicos.
A iniciativa foi idealizada pelos criadores do Instituto de Leitura Quindim – ILQ, Volnei Canônica e Roger Mello, que acreditam na Arte como a possibilidade de sensibilização e construção de uma narrativa simbólica que amplie a consciência da importância de preservação da Amazônia.
Por conta de suas trajetórias no universo da literatura infantil e juvenil, Volnei Canônica e Roger Mello mantêm contatos com artistas de diferentes países. Em poucos dias já aderiram ao projeto nomes expressivos do Brasil e do Exterior: Alfredo Soderguit (Uruguai), Anabella López, André Neves, Ciça Fittipaldi, Cris Eich, Cristino Wapichana, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Felipe Cavalcante, Gilles Eduar, Isol – ganhadora do Prêmio ALMA (Argentina), Issa Watanabe (Peru), Ivan Zigg, Javier Zaballa (Espanha), Luciana Savaget, Mafalda Milhões (Portugal), Margarida Botelho (Portugal), Mariana Massarani, Marcelo Pimentel, Mauricio Negro, Natalia Borges Polesso, Piet Grobler (África do Sul), Ricardo Azevedo, Roger Ycaza (Equador), Rosana Rios – presidente da AEILIJ, Roseana Murray, Rosinha, Socorro Acioli, Taisa Borges e Walcyr Carrasco.
No endereço www.amazoniachama.com e www.amazonshouts.com é possível acompanhar algumas participações.
– Estamos convidando artistas do mundo inteiro para se engajarem na causa. Neste primeiro momento vamos receber todo o material. O conjunto do acervo será tratado e disponibilizado para uso público de escolas, bibliotecas e instituições. Na sequência, pretendemos que essas instituições que utilizarem o acervo possam contribuir com suas artes e seus trabalhos retornando para o site e inspirando novas instituições, explica Volnei Canônica. “Imagina uma biblioteca no Acre fazendo uma exposição de ilustradores da América Latina sobre a Amazônia? Ou uma escola no interior de Santa Catarina realizando um sarau de poesias com diferentes poetas que escreveram sobre a Amazônia? São para exemplos como esse que o projeto foi pensado”, projeta.
Criador da identidade visual do projeto, o ilustrador e escritor Roger Mello foi vencedor em 2014 do Prêmio Hans Christian Andersen – considerado o Nobel da literatura infantil.
Convidado para ilustrar a capa do catálogo da Feira de Ilustradores de Bolonha – Itália -, em 2015, Roger Mello optou por motivos da Amazônia, temática também presente em outras obras suas.
– Conheci a floresta na década de 1990 e depois estive em todos os estados da Amazônia. Tenho uma admiração imensa por tudo o que vem de lá, a natureza, os povos originários, as histórias, a teogonia. Sem a Amazônia o clima do Planeta Terra não vai mais existir da forma como a gente conhece hoje. O mundo inteiro vai se ressentir disto. Nós acreditamos no poder da arte inclusive como elemento de preservação e de sensibilização de pessoas e povos, especialmente das crianças que viverão o futuro, diz Roger Mello.
Roger Mello
A ilustração de Roger Mello foi capa, em 2014, da Revista Internacional de Literatura para Crianças Bookbird – publicada pelo IBBY – International Board on Books for Young People, organização que concede o prêmio Hans Christian Andersen. A ilustração foi posteriormente leiloada para ajudar as crianças da Síria.
Roger Mello retratou na imagem a chegada dos livros para os povos ribeirinhos que vivem no meio da floresta amazônica. As árvores são Paxiúbas – palmeiras que se deslocam em busca de água para a sobrevivência. Uma analogia ao movimento dos artistas em prol da valorização da Amazônia e em busca da sobrevivência do Planeta.
André Neves
“Quando a vida queima os carvões são poemas que a gente resgata pra sobreviver.” – frase do autor
O ilustrador André Neves foi um dos primeiros a aderir ao Amazônia Chama. Optou por uma imagem feita com tinta acrílica, têmpera e carvão sobre papel, que remete às queimadas.
Roseana Murray
“Se trançássemos as mãos,
humanos com humanos,
humanos com árvores,
com todas as plantas,
com rios e mares,
humanos com bichos,
nessa teia de vida,
nesse abraço
caberia o planeta.”
Sobre o Instituto de Leitura Quindim
O Instituto de Leitura Quindim (ILQ) foi inaugurado em novembro de 2018 pelos artistas Volnei Canônica e Roger Mello na Serra Gaúcha. O espaço vem para aprimorar as ações que o Centro de Leitura Quindim já realizava desde 2014. O rinoceronte Quindim, das histórias de Monteiro Lobato, é sua marca de identidade .
O Instituto tem por missão “garantir o direito à educação e à cultura, por meio da formação de leitores e da promoção do livro, da leitura, da literatura e das bibliotecas públicas no Brasil e no Exterior”. Conta com uma biblioteca com mais de 5 mil livros infantis e juvenis, Centro de Estudos e Pesquisas e uma Livraria. Está localizado num antigo Moinho que fez parte da evolução da história de Caxias do Sul/RS e região. Além do Quindim, a edificação é sede do Grupo de Teatro Ueba e se tornou um ponto de arte e cultura tombada pelo Patrimônio Histórico.
(#Envolverde)