Por Kelly Lima*
Alinhamento sobre agenda climática e investimentos em ações sustentáveis se tornam essenciais para estratégias de negócios das empresas
As mudanças climáticas representam hoje um dos desafios mais significativos que a humanidade enfrenta, exigindo uma liderança efetiva em múltiplos níveis: governos, empresas, organizações não governamentais e toda a sociedade. Portanto, trata-se de uma questão global que transcende as repercussões ambientais e envolve as transformações nos padrões climáticos, resultado principalmente da exploração excessiva de combustíveis fósseis, do desmatamento e da prática intensiva na agricultura.
Essas mudanças têm consequências significativas para as empresas em vários aspectos, pois trazem riscos operacionais, financeiros, de responsabilidade legal e até mesmo afetam a imagem das organizações. Além disso, nos últimos anos, desastres ambientais têm causado desvalorização das empresas no mercado e gerado duras críticas da imprensa e das comunidades, expondo publicamente as más decisões tomadas pelo corpo executivo. Essa exposição não afeta apenas a reputação geral, mas também abala o orgulho dos profissionais e seus consumidores. No entanto, esse cenário não pode ser atribuído a uma única pessoa, mas sim à falta de coerência entre os valores e as práticas organizacionais.
Para enfrentar esta crise é necessária uma ação decisiva e coerente com impactos significativos sobre os trabalhadores, comunidades, indústrias e regiões. Uma transição que torne a economia mais justa e inclusiva para todos, criando boas relações com os stakeholders e oportunidades de trabalho decentes, começando pela base da pirâmide contemplando desde colaboradores a fornecedores. Nesse momento o papel da liderança é fundamental para conduzir o caminho, influenciar na direção certa, no alinhamento interno a respeito da agenda climática e priorizar recursos voltados a este tema.
Diante disso, a liderança desempenha um papel vital ao tomar decisões e estabelecer metas climáticas ambiciosas, claras e inspiradoras. É crucial que os líderes alcancem um alinhamento com a força de trabalho em relação à agenda climática e que o engajamento dos profissionais demonstre a autenticidade das intenções da empresa em relação a isso. Além disso, é essencial que todos os envolvidos – fornecedores, investidores, patrocinadores, clientes, reguladores e comunidades – atuem em conjunto neste ecossistema. Esses são pontos fundamentais que devem ser considerados para alcançar o objetivo final de garantir a sustentabilidade a longo prazo e a capacidade de adaptação às mudanças ambientais.
De acordo com o estudo “CxO Sustainability Report 2023” da Deloitte, a maioria das organizações brasileiras (85%) aumentou investimentos em ações de sustentabilidade no ano passado. O mesmo estudo revela ainda que mais da metade dos líderes executivos brasileiros (53%) acreditam que as mudanças climáticas impactarão as estratégias e operações de seus negócios em um grau alto ou muito alto nos próximos três anos.
Em outra pesquisa realizada pela Deloitte recentemente, a Agenda, foi levantado que a maior parte das empresas (74%), apesar dos desafios, tem ao menos uma ação em andamento na agenda de responsabilidade ambiental. Entre as ações voltadas a engajamento e uso consciente de recursos, a mais adotada é investir em educação e conscientização para os colaboradores: 46% já o fazem, enquanto 29% pretendem iniciar em 2023.
Aproveitando as crescentes expectativas dos colaboradores e o desejo de abordar as questões das mudanças climáticas, o novo “Ponto de Vista de Clima e Sustentabilidade” da Deloitte oferece orientações às empresas sobre como envolver sua força de trabalho na adoção de comportamentos sustentáveis novos e duradouros. Isso resulta em resultados mais rápidos em relação aos objetivos de emissão zero de carbono, permitindo que todos os stakeholders realizem seu desejo de ver seu impacto pessoal e fazer a diferença em suas comunidades.
*Kelly Lima é gerente de Capital Humano da Deloitte
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