As últimas semanas têm sido marcadas pela repercussão de inúmeros casos de graves violências contra as mulheres no país. Dentre eles: menina de 12 anos, vítima de estupro coletivo na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, cujo vídeo foi amplamente compartilhado na internet; adolescente grávida de 15 anos, alvo de estupro coletivo em Uruçuí, no Piauí; adolescente de 14 anos atingida por bala de borracha em desocupação em São Paulo, que teve seis dentes arrancados pelo ferimento; defensora de direitos humanos, assassinada na divisa entre Castanhal e São Domingos do Capim, no Pará; feminicídio de designer grávida, após recusar-se a abortar, em Rio das Pedras, em São Paulo; e assassinatos de transexuais nos estados da Bahia e de Goiás.
Todas as meninas e mulheres nas situações mencionadas foram atacadas de maneira abominável por diferentes formas de violência. De maneira cruel e inaceitável, tiveram o direito de viver uma vida livre de violência ceifado. Longe de virar estatísticas, os casos expõem a perversidade da violência de gênero, potencializada pela faixa etária das vítimas, racismo e LGBTI-fobia.
O Sistema das Nações Unidas no Brasil manifesta solidariedade com as vítimas e suas famílias, amigas e amigos, e reitera o compromisso com o Marco de Parceria com o Estado Brasileiro, para fortalecer as políticas públicas e as ações que visem prevenir as diversas formas de violência contra as meninas e mulheres, investigar e punir os responsáveis.
Desde 2008, a campanha global das Nações Unidas UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres é implementada no Brasil. Este ano, ela adotou o lema “Não deixar ninguém para trás: acabar com a violência contra as mulheres e as meninas”, com o objetivo de alcançar as pessoas mais vulneráveis em primeiro lugar. É nesse intuito que o Sistema das Nações Unidas no Brasil conclama a sociedade brasileira para tolerância zero à violência contra as mulheres e meninas. A campanha apoia o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual não terá êxito enquanto mulheres e meninas forem brutalmente atingidas por qualquer forma de violência.
Sistema das Nações Unidas no Brasil