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Produto usado em cosméticos pode combater a malária

Um estudo conduzido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que o triclosan – composto antimicrobiano encontrado em sabonetes, cremes dentais, desodorantes e muitos outros produtos – é capaz de inibir genes-alvo do parasita causador da malária em duas fases cruciais do seu ciclo de vida em humanos: o hepático, quando se reproduz nas células do fígado, e o eritrocitário, nas células do sangue.

Apoiada pela FAPESP, a pesquisa foi feita em colaboração com as Universidades de Cambridge e de Manchester, no Reino Unido, além da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e da Universidade de São Paulo (USP). Resultados foram divulgados na revista Scientific Reports.

No texto, os autores destacam que o triclosan, usado há 40 anos, é considerado seguro pelas autoridades sanitárias. O fato de a substância combater até mesmo parasitas resistentes aos medicamentos hoje usados, como mostrou o novo estudo, o torna um “excitante candidato para o desenvolvimento de um antimalárico com ação tanto sobre a fase aguda da doença [no sangue] quanto sobre a fase crônica [no fígado]”.

“O composto em si poderia ser uma opção terapêutica, porém acredito ser mais interessante desenvolver moléculas análogas, ou seja, com pequenas alterações estruturais que podem torná-lo ainda mais eficiente no combate ao parasita”, disse Elizabeth Bilsland, professora do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biologia da Unicamp e colíder do projeto, à Agência FAPESP. Fonte: Unicamp (#Envolverde)