A iniciativa trará um modelo mais eficiente para os gastos públicos com energia, com capacidade de ampliação, tornando-se referência para outros estados ou municípios.
Um projeto de cooperação internacional irá instalar, no primeiro semestre de 2023, uma Usina Modelo de Energia Fotovoltaica no Distrito Federal, além de placas em parques e estações de recarga para veículos elétricos. A instalação da
usina faz parte da estratégia de promoção de energia limpa no DF, prevista no Planejamento Estratégico de 2019 a 2060.
A usina será viabilizada pelo projeto CITinova, executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA-DF), com apoio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e recursos do Governo do Distrito Federal e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O investimento será na ordem de R$ 4 milhões. A planta central será no Parque Ecológico de Águas Claras, enquanto
infra estruturas de menor porte serão instaladas em outras unidades de conservação: os parques ecológicos Ezechias Heringer, Dom Bosco e do Cortado, que abriga o Hospital Veterinário de Brasília. Já o Jardim Zoológico e o Jardim Botânico de Brasília vão receber duas unidades de recarga para veículos elétricos.
A energia gerada pela usina, de aproximadamente 500 kWp, será injetada no sistema de distribuição e compensada de acordo com as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As obras terão início no primeiro trimestre de 2023.
Além de fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, a tecnologia trará um modelo mais eficiente para os gastos públicos com energia, com capacidade de ampliação, tornando-se referência para outros estados ou municípios.
Energia Fotovoltaica
Gerada a partir da captação da luz solar, convertida em corrente elétrica contínua, passando por conversão para corrente alternada de distribuição e uso, a energia fotovoltaica tem, entre suas principais vantagens, a de ser uma energia limpa e renovável, alternativa aos combustíveis fósseis, que reduz as emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Contribui, também, para que comunidades de baixa renda tenham acesso à luz solar, incentivando a melhoria do saneamento básico e outros serviços essenciais.
Localização e clima do DF
Segundo levantamento de 2016 realizado pela Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, a Capital Federal possui diversas razões para ser a impulsionadora da energia solar do país. Sua localização e características climáticas facilitam o desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica, permitindo uma maior geração de energia pelo sistema. A irradiação global horizontal brasileira varia de 4,25 a 6,5 kWh/m2.
Considerando o plano inclinado, onde é possível obter o aproveitamento máximo, o Distrito Federal possui uma média anual de 5,8 kWh/m2, acima da média nacional.
Destaque na COP27
As usinas fotovoltaicas que serão instaladas com financiamento do projeto CITinova no Distrito Federal foram mencionadas como exemplo de boas práticas para a sustentabilidade e gestão integrada, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), realizada no Egito, em novembro. O evento teve como objetivo reforçar o compromisso dos países participantes com ações de mitigação e enfrentamento aos efeitos nocivos da ação humana sobre o meio ambiente.
Durante a COP-27, as usinas, assim como outras ações de mitigação e adaptação implementadas por SEMA-DF, foram
citadas durante o Painel Cidades Verdes Latinoamericanas: o papel do meio ambiente no alcance do carbono zero,
organizado na área de negociações do Local Governments and Municipal Authorities, na Blue Zone.
Quem apresentou a iniciativa foi o secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA-DF), Sarney Filho. Ele também destacou a importância da transição energética para matrizes mais limpas no enfrentamento à crise climática.
Projeto CITinova
O CITInova é um projeto multilateral que oferece soluções tecnológicas, metodologias e ferramentas de planejamento urbano para apoiar gestores públicos. Ele é realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), implementação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado em parceria com a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) e Porto Digital, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e Secretaria do
Meio Ambiente (SEMA/GDF).
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