Diretora-geral da agência da ONU decide criar Comitê Internacional de Emergência para avaliar relação entre vírus e má formação neonatal; Margaret Chan afirma que situação é dramática; Brasil participa de sessão especial em Genebra.
Leda Letra, da Rádio ONU –
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou esta quinta-feira que o nível de alarme com o vírus zika é “extremamente alto”. Em Genebra, na Suíça, Margaret Chan promoveu uma sessão especial sobre a situação.
Ela explicou que o zika foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de um macaco na floresta Zika, em Uganda. Durante décadas, a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti afetou somente os macacos. Entre 2007 e 2014, foram confirmados surtos e casos em humanos em ilhas do Pacífico.
Microcefalia
Mas segundo a diretora da OMS, hoje a situação é “dramaticamente diferente”, porque o “vírus está se espalhando pelas Américas de forma explosiva”. São 23 países que já reportaram casos, especialmente o Brasil.
Chan falou sobre a relação entre o zika e a má formação neonatal, já que mais de 3,5 mil bebês brasileiros nasceram com microcefalia. A diretora da OMS anunciou a criação de um Comitê Internacional de Emergência para avaliar a relação.
Possível Emergência
A primeira reunião do grupo acontece na próxima segunda-feira, dia 1, para definir se o surto de zika é uma emergência de saúde pública. A OMS fala em “forte suspeita” da ligação entre a infecção e a microcefalia.
Margaret Chan explicou que preocupa também a falta de imunidade da população e de vacinas, tratamento específico e de testes rápidos para o diagnóstico.
A sessão especial da OMS sobre o vírus zika contou com a participação, por telefone, do diretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil.
Prontidão
Claudio Maierovitch reafirmou que uma das prioridades do governo é buscar novas tecnologias, especialmente uma vacina contra o vírus, sendo que as pesquisas já estão em andamento.
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, elogiou o Brasil por ter reportado com rapidez os primeiros casos de zika no país, em maio do ano passado.
Segundo Carissa Etienne, muitas perguntas sobre a infecção e a microcefalia continuam sem resposta. Junto com especialistas brasileiros e de outros países, a Opas trabalha para melhorar o entendimento epidemiológico.
A diretora da Opas afirmou “não ser possível tolerar que mais bebês nasçam com má formação neurológica”. (Rádio ONU/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Rádio ONU.