Mais energia renovável, menos geração por combustíveis fósseis. Essas são algumas das novidades do novo Plano Decenal de Energia (PDE 2025) apresentado ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico no final de junho, e que ainda será oficialmente publicado.
Por Redação do WWF Brasil –
O plano decenal é um documento de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética EPE, atualizado anualmente e que serve como um indicativo de tendências da política energética.
De acordo com o novo PDE, houve uma redução de cerca de 1% no parque gerador de eletricidade em relação ao projetado no PDE anterior (saindo de 212,5 GW para 210,8 GW), mas ainda assim 50% maior quando comparado ao parque atual (140,9 GW em 2015). Por outro lado, a qualidade da energia gerada será mais ambientalmente correta, com diminuição da representatividade de carvão, óleo e gás industrial, manutenção da predominância da energia hidrelétrica e crescimento de eólica, biomassa, gás natural e solar (atualmente pouco explorada).
No total, a capacidade de geração a partir de fontes renováveis deve somar em 2025 até 175 GW, o que representaria 83% do parque instalado. Hoje o país possui 112 GW de usinas baseadas em fontes renováveis, o que significa cerca de 79% do total. Juntos, biomassa, eólica e solar devem reunir 28% do parque gerador brasileiro em 2025. Esta é uma demanda do WWF-Brasil, que vê a possibilidade do Brasil chegar a 100% de sua energia de forma renovável até 2030, com destaque para as alternativas não hidráulicas.
“Existem cenários no Brasil que mostram que é possível chegarmos ao 100% de energia renovável em nossa matriz sem a criação de novas usinas hidrelétricas, aproveitando principalmente as fontes solar, eólica e de biomassa”, diz o coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, acrescentando a necessidade de criação de políticas governamentais, como incentivos fiscais e facilitação de crédito para quem decida investir em energia renovável alternativa.
Apesar de uma diminuição de representatividade (caindo de 65% atuais para 55% da base em 2025), a energia hidrelétrica teria um aumento de 24 GW, segundo a previsão do PDE 2025. Nahur relembra que recentemente o Ibama cancelou a permissão de construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós exatamente por reconhecer os danos que esta grande obra traria ao meio ambiente e à população indígena que vive na região.
“A geração de energia solar, por exemplo, é a fonte que tem o maior porcentual de geração de empregos. Com investimentos neste setor, podemos diminuir as emissões de gases de efeito estufa, gerar economia na conta de eletricidade para empresas e residências e estimular o desenvolvimento do país. Incentivar este mercado traz benefícios para todos”, comenta André, citando a existência da iniciativa Selo Solar, do qual o WWF-Brasil faz parte, e que estimular empresas e consumidores a fazerem a transição para energia solar. (WWF Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.