Por Katherine Rivas, da Envolverde –
Pesquisadores futuristas avaliam um crescimento rápido aliado à inteligência artificial.
Com a intenção de planejar a sociedade brasileira de 2050 o Núcleo de Estudos do Futuro (NEF) reuniu nesta semana profissionais e especialistas em São Paulo. O programa faz parte do Projeto Millenium, think tank que atua como um recurso internacional de pesquisas e aprimoramento constante do pensamento social e futurista.
O Encontro contou com a participação de Jerome Glenn fundador do projeto Millenium e os palestrantes Rosa Alegria, Arnoldo de Hoyos, Lala Deheinzelin e Marina Miranda. Os convidados debateram com o público as novas estratégias globais e tecnológicas necessárias para evitar o desemprego em massa e garantir à sociedade melhores perspectivas de vida.
O Núcleo de Estudos do Futuro realiza reuniões mensais para debater as tendências dos próximos anos, definir políticas públicas, educação política e interagir com meios de informação e comunicação. O objetivo deste ano é adaptar as sugestões em um relatório que servirá como norte as políticas públicas.
Segundo Arnaldo de Hoyos o mundo mudou e hoje a fronteira entre o real e virtual não existe mais. Para o especialista a realidade virtual está produzindo grandes transformações e precisamos pensar de forma no assunto.
Lala Deheinzelin, especialista em Economia Criativa e Colaborativa afirma que o universo atual é tangível e intangível ligado de forma intrínseca à tecnologia, no entanto, aponta a resistência sociocultural de alguns países fazendo com que as mudanças sejam lentas. “Hoje estamos passando de uma dinâmica lineal a uma exponencial. Tenho certeza que em 2020 nossa democracia se transformará para um sistema digital direto. Não falta dinheiro, pessoas nem tecnologia temos déficit de escolhas”, comenta.
Para os especialistas não há crise e sim consequências da resistência a mudanças. O Núcleo manifestou a necessidade do Brasil se adaptar as novas tecnologias como geração de trabalho e renda. Sobre o Governo, eles acreditam que é impossível falar de uma democracia lineal que consiga dar conta de uma sociedade exponencial nos próximos dez anos.
Consultora da Crowd Envisioning, Marina Miranda destaca a importância da formação de programadores dentro das escolas. “O próximo século será a era da digitalização, precisamos de escolas digitais 24h por dia, que trabalhem de forma aberta, privada e gratuita”.
Fundador do Futurismo a nível Global, Jerome Glainn concorda com Mariana e afirma que a tecnologia pode substituir o trabalho humano por tal motivo devemos estar prontos para enxergar novas alternativas aliadas à inteligência artificial.
Propostas e Leis
Na procura de novas alternativas a sociedade do Futuro o projeto Millenium promove debates com os participantes nos quais eles apresentam alternativas para os países até 2050. Durante o encontro os grupos propõem mudanças que serão traduzidas num relatório e encaminhadas ao Poder Público.
Entre os assuntos analisados estavam Trabalho, onde os participantes acreditam em um futuro com economia compartilhada e solidária, novas tecnologias e modelos de negócio e incremento do home office. No setor educação os pesquisadores idealizam um sistema de troca feito pelas redes, capacitação de professores com tecnologia e a praticidade do ensino. Na Governança as propostas englobam sustentabilidade e pensamento global, políticas educativas para o futuro, tecnologia controlada pelo homem, dialogo aberto com políticos e a tecnologia em favor da longevidade (expectativa de vida humana de 150 anos).
Outras propostas dos futuristas são o fim da civilização do petróleo, tecnologia do genoma e independência da Energia Elétrica. Em relação a Mídia e Cultura as propostas do grupo foram enxergar a cultura como matriz e não como arte e a criação de games e hackatons para erradicar do Brasil a cultura do medo.
O Brasil de 2050
Ao respeito da crise econômica Jerome Glainn considera importante avaliar os acontecimentos em um período de dez anos para entender as melhorias ou prejuízos.
Na visão de Lala Deheinzelin o Brasil está em recessão por causa da política industrial. Para ela a mudança do modelo econômico é inevitável “Um emprego no setor petroquímico custa milhões de dólares, um emprego em economia criativa custa 75 dólares o que estamos incentivando? ”defende.
Glainn atribuí a ideia de crise à mídia, que apresenta o lado problemático e distorcido da história. No contexto de trabalho ele acredita que o Brasil precisa ensinar a população a conectar pessoas e oferecer serviços aliadas a tecnologia. E a instalação de escolas e laboratórios que ensinem e ofereçam equipamentos para criar websites.
Lala acredita que mudando a perspectiva a sociedade brasileira de 2050 pode ser uma referência internacional, que utiliza a tecnologia como meio para obter qualidade de vida. No mercado de trabalho ela acredita na extinção do conceito de emprego para dar lugar a trabalho “Precisamos comunicar o resultado positivo disto, ensinar aos mais pequenos a estar preparados para trabalho e para a econômica colaborativa” explica
No seu discurso a palestrante apresenta o Brasil como uma sociedade sexy que comunica de forma interessante e criativa, um fator que pode alavancar a mudança do mundo. (#Envolverde)