Um olhar detalhado sobre estatísticas revela que alguns devem fazer mais do que outros. A mesma UNEP informa que 1% das pessoas mais ricas do planeta emite 76 toneladas anuais por indivíduo, enquanto a metade mais pobre emite apenas 0,7 toneladas. O gráfico em formato de taça da Oxfam Internacional ilustra bem a desigualdade dessa estatística:
O relatório “Igualdade Climática: um Planeta para os 99%”, recém-publicado pela mesma entidade, recupera e atualiza esses dados, pedindo medidas urgentes aos grandes responsáveis pela emissão de carbono.
Segundo o documento, desde 1990, o 1% mais rico produziu o dobro de CO2 que a metade mais pobre da humanidade. Em 2019, gerou carbono equivalente a 5 bilhões de pessoas – 66% da população global. Em 2030, suas emissões deverão ser 22 vezes superiores ao limite seguro de emissões permitidas. Até 2070, terá produzido sozinho carbono suficiente para consolidar o aquecimento global em curso.
Com esses e outros dados, a Oxfam conclui que é preciso um imposto global de 60% sobre os rendimentos do 1% mais rico do mundo. O valor de US$ 64 trilhões financiaria a infraestrutura para energias renováveis. Também são sugeridas taxas para outras parcelas econômicas e para megaempresas.
Assim, espera-se atribuir responsabilidade das mudanças climáticas a todos que efetivamente a produzem. As calculadoras abaixo permitem descobrir qual sua posição na taça e qual a sua parcela para não transbordá-la, a partir de sugestões para reduzir a emissão de carbono na vida cotidiana:
