“Temos desafios mais amplos e ambiciosos para reunir diversos atores dentro da agenda de agricultura e fome zero sustentável. Com o apoio da sociedade civil organizada, do setor privado e do governo, teremos grandes chances de garantir uma alimentação de qualidade para todas as pessoas”, afirma assessor sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A segurança alimentar e nutricional é prioridade na agenda brasileira no contexto do esforço do país para erradicar a fome e a miséria. Com a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o Brasil, por meio de políticas públicas, conseguiu alcançar, com antecedência, sete dos oito ODM estabelecidos no ano 2000, sobretudo no que tange ao objetivo número um – redução da pobreza –, o qual tem impacto direto ou indireto em todos os outros.
De acordo com relatório da FAO de 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome global. Para garantir que a expressiva parcela da população que passou a se alimentar regularmente continue tendo acesso à alimentação, a Agenda 2030, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mantém o compromisso de garantir a segurança alimentar e nutricional.
O objetivo, agora, é avançar no combate à desnutrição em todo o território nacional, com o apoio de instituições públicas, sociedade civil organizada e setor privado. A Agenda 2030, que amplia e aprofunda os ODM, trouxe, dentro dos ODS, metas específicas para fortalecer as políticas da área.
“Nós conseguimos, desde 2003, uma prioridade para o tema de combate à fome. Foi um conjunto de vontade política, participação efetiva e maciça da sociedade civil organizada e monitoramento de projetos. Com os ODS, a população deve ter uma participação ainda mais ativa”, afirma Francisco Menezes, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).
Com o título de “Fome zero e agricultura sustentável”, o ODS 2 tem foco na necessidade de garantir a erradicação da fome e propiciar uma alimentação de qualidade para todos no planeta até 2030.
O assessor sênior para o desenvolvimento sustentável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Haroldo Machado Filho, explica que o objetivo de garantir a segurança alimentar para todos é uma agenda comum. “Temos desafios mais amplos e ambiciosos para reunir diversos atores dentro da agenda de agricultura e fome zero sustentável. Com o apoio da sociedade civil organizada, do setor privado e do governo, teremos grandes chances de garantir uma alimentação de qualidade para todas as pessoas”, afirma.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, destaca, em entrevista após a 42ª reunião do Comitê de Segurança Alimentar da FAO, realizada entre os últimos dias 12 e 16, que a trajetória brasileira pode contribuir para atingir o ODS 2.
“O Brasil está engajado nessa estratégia e é uma das grandes referências no combate à fome hoje”, diz Campos, para quem a insegurança alimentar é um dos pilares para a discussão no conselho mundial porque África, Ásia e América Latina ainda têm problemas graves que precisam ser monitorados e avaliados constantemente.
Combate ao desperdício
O setor privado também já participa da agenda para o avanço no campo da segurança alimentar e nutricional. “Investimos em tecnologias e inovações constantes que visam ao crescimento da produtividade e da segurança alimentar ao garantir maior durabilidade e qualidade dos produtos de maneira sustentável”, afirma o gerente de sustentabilidade corporativa da BASF, Emiliano Graziano.
Anualmente, aproximadamente um terço da comida produzida em todo o mundo é desperdiçada ou perdida. Trata-se de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que deixam de chegar à mesa dos mais necessitados. Reduzir esses números também é um desafio de todos os atores envolvidos com o ODS “Fome zero e agricultura sustentável”.
“Realizamos no Brasil uma série de atividades relacionadas com a redução do desperdício de alimentos em comemoração aos 150 anos da empresa. O objetivo foi identificar, em conjunto com especialistas, cientistas, estudantes e cidadãos, soluções sustentáveis e inovadoras para esse tema”, diz Graziano. (ONU Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.