Perdas de água nos sistemas de abastecimento ainda estão próximas de 40%
A segurança hídrica é fundamental para garantir o abastecimento de água da população. No Brasil, 1.975 municípios têm abastecimento de água classificado com segurança hídrica média e 785 cidades apresentam segurança hídrica baixa ou mínima, de acordo com o Atlas da Água, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. No total, são 2.260 localidades que podem passar por racionamento em períodos de seca.
“A vulnerabilidade hídrica de um município afeta, além do abastecimento da população, a atividade econômica, inclusive com capacidade para gerar conflitos pela água. O número de municípios que correm risco de falta de água no Brasil ainda é muito alto”, alerta o engenheiro Ricardo Lazzari Mendes, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).
“O país tem enfrentado sucessivas crises hídricas. Elas não se concentram apenas no semiárido brasileiro, mas alcançam grandes regiões metropolitanas, que concentram uma parcela significativa da população”, analisa o presidente da Apecs. Para Mendes, o país precisa planejar melhor os recursos hídricos e fazer investimento como forma de garantir o abastecimento de água nessas localidades.
Para o dirigente, o Novo Marco Legal do Saneamento trouxe importantes instrumentos, que colaboram para reduzir os riscos de crise hídrica. Um deles é a obrigatoriedade de redução das perdas de água nos municípios: “A maioria das cidades brasileiras tem sistemas de abastecimento com mais de 50 anos. A média de perdas no país chega próximo de 40% de toda água produzida. A Lei 14.026/20 estabelece como meta alcançar 25% de índices de perdas até 2033”.
O presidente da Apecs lembra que o Novo Marco Legal do Saneamento já ampliou os investimentos diretos em sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário pela iniciativa privada, por meio das concessões já realizadas desde a aprovação da nova lei: “Precisamos continuar avançando para garantir a proteção dos recursos naturais e aumento do atendimento à população”.
“Nos últimos anos, os investimentos diretos no saneamento aumentaram, entretanto os desafios continuam presentes. Tanto os investimentos públicos quanto privados devem estar focados no atendimento das metas previstas na nova legislação e todos os ajustes necessários devem contribuir para que a situação continue evoluindo”, afirma Mendes.
Sobre a Apecs
A Apecs foi fundada em 1989 e congrega atualmente cerca de 30 das mais representativas empresas de serviços e consultoria em Saneamento Básico e Meio Ambiente com atuação dentro e fora do país.
Essas empresas reúnem parte significativa do patrimônio tecnológico nacional do setor de Saneamento Básico e Meio Ambiente, fundamental para o desenvolvimento social e econômico brasileiro, estando presente nos mais importantes empreendimentos do setor.
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