Por ONU Brasil –
O Fundo Global para a Educação em Emergências da ONU lançou um relatório chocante, na terça-feira (21), mostrando que 222 milhões de crianças em idade escolar precisam de apoio educacional.
O Fundo Global destacou que uma em cada dez crianças afetadas por crises que frequentam o ensino primário, fundamental ou médio está, de fato, atendendo aos requisitos de proficiência em matemática e leitura.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que governos, empresas, fundações e indivíduos precisam apoiar o trabalho vital do Fundo Global. Milhões de crianças vulneráveis se agarram desesperadamente à esperança de que a educação realize seus sonhos. A necessidade delas nunca foi tão grande e urgente, apontou o fundo.
Um novo relatório chocante da ONU, divulgado na terça-feira (21), mostrou que o número de crianças em idade escolar afetadas por crises e que precisam de apoio educacional cresceu de cerca de 75 milhões em 2016 para 222 milhões atualmente.
O Fundo Global para a Educação em Emergências e Crises Prolongadas da ONU, A Educação Não Pode Esperar, destacou que entre 222 milhões de meninas e meninos, 78,2 milhões não frequentam a escola e cerca de 120 milhões dos que frequentam não estão alcançando a proficiência mínima em matemática ou leitura. Na verdade, apenas uma em cada dez crianças afetadas pela crise que frequentam o ensino primário, fundamental ou médio está, de fato, atendendo aos requisitos de proficiência.
Apoio às crianças
222 milhões de crianças estão perdendo o tempo necessário de sala de aula ao redor do mundo e seus sonhos para o futuro estão sendo arrebatados por conflitos, deslocamentos e desastres climáticos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “diante dessas crises, o fundo global da ONU para a educação em emergências, A Educação Não Pode Esperar, está apoiando crianças em 40 países. Precisamos de governos, empresas, fundações e indivíduos para apoiar o trabalho vital do fundo global”.
Necessidade
Análises indicam que 84% das crianças que não frequentam a escola vivem em áreas com conflitos prolongados, e a grande maioria está em países especificamente selecionados para os investimentos plurianuais inovadores do fundo global, incluindo Afeganistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen.
Nos campos de refugiados provisórios, nas salas de aula com paredes danificadas e nas comunidades destruídas pela guerra e desastres, milhões de crianças vulneráveis se agarram desesperadamente à esperança de que a educação realize seus sonhos de se tornarem médicos, engenheiros, cientistas ou professores. A necessidade delas nunca foi tão grande e urgente, apontou o fundo global.
Ao alcance das crianças
As análises iniciais também sugerem que os prejuízos educacionais provocados pela pandemia de COVID-19 são mais acentuados entre os mais pobres e aqueles que já estavam atrasados em termos de aprendizado anteriormente, duas categorias que normalmente incluem crianças atingidas pela crise.
Em conjunto com parceiros estratégicos, o compromisso coletivo do fundo global é defender o direito fundamental das crianças afetadas pelas crises a uma educação igualitária, inclusiva e de qualidade, proporcionando oportunidades de aprendizagem, incluindo abordagens de aprendizagem integral e global para ajudá-las a superar os desafios específicos que enfrentam em meio a crises e a alcançar objetivos relacionados à aprendizagem.
Em relação à Cúpula sobre Transformação da Educação que acontecerá em setembro, o chefe da ONU disse que as “ideias e inovações” do fundo global são essenciais e pediu a todos que “façam com que a educação esteja ao alcance de todas as crianças no mundo”.
Sonhos
Para responder a esta crise educacional global preocupante, o fundo global A Educação Não Pode Esperar e parceiros estratégicos lançaram uma campanha de mobilização de recursos 222 Milhões de Sonhos (#222MillionDreams) em Genebra.
Embora já ofereça educação de qualidade a mais de cinco milhões de crianças em mais de 40 países afetados pela crise, a campanha apela a doadores, fundações filantrópicas e indivíduos de alta renda para mobilizar mais recursos urgentemente a fim de aumentar os investimentos do fundo global. “Ajudem-nos a realizar 222 milhões de sonhos”, pede o chefe da ONU.
O enviado especial da ONU para Educação Global e presidente do Grupo de Alto Nível do fundo global A Educação Não Pode Esperar, Gordon Brown, pediu mais recursos financeiros “para garantir que todas as crianças e jovens possam receber uma educação de qualidade no mundo. Governos, setores privados e fundações podem e devem desbloquear esses recursos”.
Apelo de ação global
Enquanto o mundo luta contra os impactos devastadores de conflitos armados, COVID-19 e mudanças climáticas, 222 milhões de crianças passam por essas experiências horríveis.
“É um apelo de ação global”, disse a diretora da A Educação Não Pode Esperar, Yasmine Sherif, se referindo à campanha que será levada à Conferência de Alto Nível para Financiamento do fundo global no próximo ano (2023), de 16 a 17 de fevereiro, em Genebra. “É nosso dever capacitar as crianças por meio da educação e ajudá-las a realizar seus sonhos”.
Crédito da imagem destacada: Legenda: Crianças deslocadas em uma escola em Camarões. / Foto: © Daniel Beloumou/A Educação Não Pode Esperar
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