Sociedade

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental - 121 filmes de 31 países

A Mostra Ecofalante de Cinema já se consolidou como o mais importante evento sul-americano dedicado á temática socioambiental. De 31 de maio a 13 de junho 81 salas de cinemas e espaços educacionais terão atividades relacionadas à mostra. São 121 filmes de 31 países com acesso gratuito. 

Veja a programação completa!

* Presentes títulos de destaque nos festivais de Cannes, Berlim, Veneza, Sundance, Roterdã, Locarno, Toronto e SWSX

 * Retrospectiva traz 18 produções do polêmico cineasta alemão Werner Herzog

 * Chico Mendes: homenagem ao seringueiro, ativista e ambientalista marca os 30 anos de sua morte

 * Diretores renomados como Jia Zhangke, Julien Temple, Silvio Tendler, D. A. Pennebaker e Wang Bing

 * Competição Latino-Americana reúne 28 títulos de oito países da região

 * Programa especial em realidade virtual leva espectador a uma aldeia indígena na Amazônia

 * Com entrada franca, evento acontece de 31/05 a 13/06 em diversas salas de SP

 * Festival celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente

 * Concurso Curta Ecofalante premia trabalhos de instituições de ensino

 *  Nova sessão é dedicada ao público infantil

 * Organização é da ONG Ecofalante

 * Programa Ecofalante Universidades e Mostra Escola promovem projeções e discussões em instituições educacionais.

 * Seminários, workshops e debates completam a programação

Uma retrospectiva dedicada ao polêmico cineasta alemão Werner Herzog, uma homenagem ao ativista e ambientalista brasileiro Chico Mendes no marco dos 30 anos de seu assassinato, a Mostra Internacional Contemporânea (com filmes assinados por nomes como Jia Zhangke, Julien Temple D. A. Pennebaker e Wang Bing) e uma Competição Latino-Americana, com produções representando oito países da região, além de apresentação em realidade virtual  que oferece uma experiência com imagens, sons e aromas de uma aldeia amazônica.

Estas são algumas atrações da sétima edição da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais e que acontece de 31/05 a 13/06.. No total, são exibidos 121 filmes, representando 31 diferentes países. A iniciativa celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente (que se comemora no dia 5 de junho)  As exibições são todas gratuitas.

A programação inclui ainda uma competição de produções socioambientais de escolas e cursos audiovisuais, sessões infantis, o Programa Ecofalante Universidades e a Mostra Escola, ambos voltados à exibição e à discussão em espaços educacionais, o Seminário de Cinema e Educação e dois workshops: “A Prática do Cinema Documental”, com Jorge Bodanzky, e “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”.

O evento ocupa 82 salas de cinema e espaços culturais e educacionais de São Paulo, como Reserva Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Espaço Itaú Augusta e o Circuito Spcine, entre outros. É uma realização da ONG Ecofalante, do Ministério da Cultura do Governo Federal, e da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Uma correalização da Spcine, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo e do Goethe-Institut, tem patrocínio da Sabesp, Tigre e Kimberly-Clark, com apoio da White Martins,  Reciclo Pepsico e Instituto Clima e Sociedade, é viabilizado através da  Lei de Incentivo à Cultura  e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC).

A retrospectiva dedicada a Werner Herzog traz algumas de suas mais impactantes obras, onde o conflito entre a natureza e o homem estão fortemente evidenciados. Marcam presença desde seus primeiros títulos, como “Hércules” (de 1962) e “Fata Morgana” (de 1971), até os mais recentes, “O Homem-Urso”, “Encontros no Fim do Mundo” e “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”. Estão programados os longas-metragens realizados na Amazônia e interpretados pelo ator Klaus Kinsky: “Aguirre, a Cólera dos Deuses” e “Fitzcarraldo”, este vencedor do prêmio de melhor direção em Cannes. Participam do debate em torno da obra de Herzog, a ser realizado no dia 9 de junho, no Espaço Itaú de Cinema, o teórico,  – especialista nos documentários de Werner Herzog –  doutor pela Unicamp Gabriel Tonelo e a montadora Cristina Amaral.

Chico Mendes

O tributo a Chico Mendes exibe “Chico Mendes, Eu Quero Viver”, de Adrian Cowell, e “Crianças da Amazônia”, de Denise Zmekhol. Está agendado ainda um debate sobre o legado deste ativista pela proteção da floresta com presença de sua filha, Elenira Mendes e da atual vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros Edel Nazaré de Moraes Tenório.

As produções apresentadas na Mostra Internacional Contemporânea estão organizadas em seis temas: ‘campo’, ‘cidades’, ‘consumo’, ‘povos & lugares’, ‘preservação’ e ‘trabalho’.  Merece destaque “Safári”, sobre a indústria de safáris na África, lançado no Festival de Veneza, exibido nos festivais de Roterdã, Toronto e Londres, e atração da sessão de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. Já “Os Hedonistas”, de autoria do mais importante realizador chinês da atualidade, Jia Zhangke, fala de trabalhadores de um parque de diversões e foi selecionado para o prestigioso Festival de Locarno. “Alforria Animal” tem como codiretor D. A. Pennebaker, um dos nomes centrais do movimento ‘cinema direto’. Já “Troféu”, sobre a indústria da caça, destacou-se nos festivais de Sundance e SXSW. Dirigido pelo cineasta cult britânico Julien Temple, “Habaneros” traz a história da cidade de Havana ao som de diversos ritmos musicais. Premiado em Veneza, “Sangue Sami” retrata o racismo na Suécia nos anos 1930.

Na Mostra Internacional Contemporânea estão ainda os curtas-metragens “Às Margens”, sobre moradores despejados na capital da Coréia do Sul e exibida no Festival de Locarno, “Oh, Irmão Polvo!”, selecionado para o Festival de Berlim, e “Restos do Naufrágio”, projetado no Festival de Roterdã. Destaques no circuito internacional de festivais, estão incluídos ainda os longas-metragens “O Futuro do Trabalho e da Morte” (Reino Unido), exibido em Roterdã, e “Dinheiro Amargo”, dirigido pelo importante documentarista chinês Wang Bing e duplamente premiado em Veneza.

Mundukuru – Foto Fabio Nascimento – Greenpeace

Programa especial da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, o trabalho em realidade virtual “Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia” permite a incursão dentro de uma aldeia indígena na Amazônia, com direito a estímulos táteis, auditivos e olfativos.

Na Competição Latino-Americana 28 trabalhos da região concorrem a premiações de R$ 15 mil e R$ 5 mil. Estão incluídos os brasileiros “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler, sobre o fim do estado de bem-estar social; “Baronesa”, de Juliana Antunes, premiado nos festivais de Havana, Marselha, Valdívia, Mar del Plata, Mostra de Tiradentes e Mostra Internacional em São Paulo; e “Sertão Velho Cerrado”, de André D’Elia, exibido em première mundial. Participam também trabalhos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Honduras, México e Peru.

Também competitivo, o Concurso Curta Ecofalante apresenta nove produções curriculares de instituições de ensino de Brasília, Mato Grosso,  Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Elas concorrem a um prêmio do júri e a um prêmio do público.

Já a nova Sessão Infantil exibe animações, ficções e documentário produzidas no Brasil, Chile, EUA, França e México.

O Programa Ecofalante Universidades e a Mostra Escola promovem projeções e discussões em instituições educacionais. No total, 14 filmes produzidos na Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, China, EUA, Espanha, França e Reino Unido.

Completam a programação uma série de debates, o Seminário de Cinema e Educação, uma parceria do SESC-SP e da Ecofalante, os workshops “A Prática do Cinema Documental”, ministrado pelo renomado cineasta Jorge Bodanzky, e “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”, de responsabilidade de Edson Grandisoli, diretor educacional da Reconectta, biólogo, ecólogo e doutorando em Educação para a Sustentabilidade pelo Procam-USP

Os debates giram em torno de filmes e temas do Panorama Internacional Contemporâneo e são os seguintes: “Burros Mortos Não Temem Hienas” (tema campo), “Cidadã Jane: A Luta pela Cidade” (tema cidades) “N-Água” (tema povos & lugares), “O Futuro do Trabalho e da Morte” (tema trabalho), “Triste Oceano” (tema preservação) e “Uma História de Desperdício” (tema consumo)

Responsável pela Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, a organização não –  governamental sem fins lucrativos Ecofalante tem como objetivo criar e trabalhar em projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável do planeta por meio da educação e da cultura. A entidade promove ainda projetos como o Programa Ecofalante Universidades e exibições com debates e atividades de formação em unidades Etec – Escolas Técnicas Estaduais, Centros Educacionais Unificado (CEU), e Fábricas de Cultura, entre outras instituições culturais.

Sobre a programação

Fitzcarraldo -1982, indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes

1 – Retrospectiva Histórica Werner Herzog

Um dos nomes mais importantes da história do cinema alemão e um dos cineastas mais originais e polêmicos de todos os tempos, Werner Herzog está no centro da retrospectiva preparada pela sétima edição da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

No total, estão reunidos 18 títulos dirigidos pelo visionário diretor germânico, considerado pela crítica especializada como obsessivo em seus temas recorrentes, com destaque para sua peculiar visão das relações, sempre extremas e audaciosas, entre o homem e a natureza.

A retrospectiva cobre um período de quase meio século de carreira do autor, incluindo seu primeiro curta-metragem, “Hércules” (1962), feito quando tinha 19 anos de idade e que retoma o heróico personagem da mitologia grega que cumpriu 12 difíceis trabalhos para se tornar imortal.

A programação contempla também os recentes e bem-sucedidos, documentários de sua filmografia, como é o caso de “O Homem-Urso” (2005), “Encontros no Fim do Mundo” (2007) e “A Caverna dos Sonhos Esquecidos” (2010). Eleito como melhor documentário do ano segundo as associações de críticos de cinema de Chicago, Flórida, Kansas City, Los Angelas e Nova York, entre outras premiações, “O Homem-Urso” causou controvérsia ao abordar a história de um especialista em ursos e incluir os chocantes sons de sua morte por estes animais. Já “Encontros no Fim do Mundo”, que foi indicado ao Oscar de melhor documentário, encontra na Antártida um cenário árido onde vivem seres humanos absolutamente isolados da civilização. E “A Caverna dos Sonhos Esquecidos” visita desenhos e pinturas rupestres datadas de 30 mil anos atrás, aclamado como melhor documentário do ano de 2010, segundo as associações de críticos de cinema de Chicago, Central Ohio, Dallas-Fort Worth, Kansas City, Los Angelas, Nova York, Vancouver e Washington DC.

A Amazônia, por sua vez, é um caso especial na filmografia do realizador. Na região Herzog  se propôs  a completar o desafio do inglês Dieter Plage de atingir locais remotos por meio de um dirigível, mas que havia lhe custando a vida, em  “O Diamante Branco” (2004, melhor filme no festival de documentários CPH:DOX e melhor documentário pela Associação de Críticos de Cinema de Nova York). Em “Juliane Cai na Selva” (2000), o diretor retorna à floresta amazônica acompanhado de Juliane Koepcke que, quando tinha 17 anos, foi a única sobrevivente de um acidente de avião ocorrido no Peru. A proposta do filme é reviver com ela essa experiência insólita no coração da selva.

Aguirre, a Cólera dos Deuses

Foi ainda na Amazônia que o cineasta fez produções que marcaram sua mais notória parceria, com o ator alemão Klaus Kinski. “Aguirre, a Cólera dos Deuses” (1972), que tem o diretor Ruy Guerra no elenco e foi baseado em fatos históricos, acompanha uma expedição de conquistadores espanhóis em busca do Eldorado, lendária cidade de ouro. Em “Fitzcarraldo” (1982, indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes), a dupla retorna à região (acompanhada pelos atores Claudia Cardinale e José Lewgoy), desta vez para mostrar o delírio de um personagem real que busca construir um teatro na selva para seu ídolo, o tenor italiano Enrico Caruso.

O Brasil foi ainda uma das locações para mais uma colaboração entre os dois inquietos artistas.  “Cobra Verde” (1987) retrata a vida de um comerciante de escravos, um insano e perigoso bandido, tendo sido eleito como melhor produção e melhor som no prêmio do cinema da Bavária. A programação ainda traz o vencedor do Leão de Prata do Festival de Berlim (por excelência na realização), “Nosferatu, o Vampiro da Noite” (1979), que conta no elenco, ao lado de Kinski, a musa Isabelle Adjani. Trata-se de uma adaptação da obra de Bram Stoker, que havia servido de referência ao clássico do cinema alemão realizado por F.W. Murnau em 1922. E a lendária e tempestuosa relação entre Werner Herzog e Klaus Kinski é objeto do documentário “Meu Melhor Inimigo” (1999), um testemunho do cineasta  sobre seu amigo, que rendeu o prêmio de melhor documentário na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Ainda no campo da ficção, está incluído “Coração de Cristal” (1976), obra passada em um vilarejo alemão, onde se busca a fórmula secreta de um precioso vidro, cujo receita se perde após a morte do único homem que a conhecia. Suas imagens fantasmagóricas renderam ao filme ganhou a melhor fotografia no Prêmio do Cinema Alemão.

Outros seis documentários completam a retrospectiva. “Medidas Contra Fanáticos” (1969) é, na verdade, um falso documentário no qual cuidadores de cavalos de corrida contam como fazem para proteger seus animais dos fãs. Já “Fata Morgana” (1971), talvez o mais visionário dos filmes de Herzog, parte de imagens registradas na região do Saara para compor uma aventura impressionista e uma crítica à civilização. Melhor curta-metragem no Prêmio do Cinema Alemão, “La Soufrière” (1977) focaliza o último senhor restante em uma ilha onde um vulcão está prestes a entrar em erupção.

“Onde Sonham as Formigas Verdes” (1984) foi selecionado para o Festival de Cannes e se passa na Austrália, no período de colonização inglesa, onde um grupo de aborígenes tenta defender um território sagrado que é ameaçado por uma mineradora de urânio. A coprodução teuto-francesa “Wodaabe, Pastores do Sol” (1989) explora os rituais sociais da tribo nômade de Wodaabe do Saara, com foco especial à celebração de Gerewol, que apresenta um elaborado concurso de beleza masculina para ganhar esposas. Vencedor do grande prêmio no Festival de Melbourne, “Lições da Escuridão” (1992) foi filmado a partir da perspectiva de um observador quase alienígena e explora os campos de petróleo, incendiados e devastados no pós-Guerra do Golfo no Kuwait, descontextualizado e caracterizado de tal maneira a enfatizar a estranheza do cataclísmico que atingiu a região.

2 – Homenagem Chico Mendes

Trinta anos após a morte do ativista e ambientalista Chico Mendes, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental presta sua homenagem. Serão exibidos os filmes “Chico Mendes, Eu Quero Viver” (de Adrian Cowell, sobre a trajetória do líder seringueiro em defesa da Amazônia, e “Crianças da Amazônia”, de Denise Zmekhol,  que percorre a rodovia BR 364, no coração da região.

Adrian Cowell, diretor de Chico Mendes, Eu Quero Viver

Além da cerimônia de homenagem, será realizado um debate em torno do legado de Chico Mendes e dos principais problemas socioambientais atuais da Amazônia, como desmatamento da floresta e a morte de ativistas. O encontro acontece em 05/06, às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural, com as presenças de Elenira Mendes (filha de Chico Mendes), Edel Nazaré de Moraes Tenório (vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros), e mediação de Mauro Barbosa Almeida (professor da Unicamp e especialista em reservas extrativistas da região amazônica, que conheceu e acompanhou a militância de Chico Mendes). O objetivo do tributo é chamar a atenção das novas gerações para a luta de Chico  pela proteção da floresta e contra os interesses predatórios do grande capital na região amazônica.

Sobre Chico Mendes

Chico Mendes nasceu e foi criado no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia. Aos nove anos de idade, tomou para si a mesma profissão do pai, de seringueiro. Ao longo dos anos, se viu cercado de uma injustiça crescente

A vida no seringal, que sempre fora pautada por exploração e miséria, começou a ser ameaçada quando a borracha passou a ser substituída pela pecuária em prol de benefícios econômicos para os fazendeiros da região. Chico passou a atuar ativamente na resistência dos seringueiros. Integrou a diretoria do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, o primeiro criado no Acre, organizou o primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros e participou da criação do Conselho Nacional dos Seringueiros. Ele era uma das principais lideranças dos “empates às derrubadas” – uma importante forma de resistência ao avanço da pecuária e o desmatamento que ameaçavam os seringais do Acre.

A repercussão internacional veio, em 1987, com o lançamento do documentário produzido por Adrian Cowell, cinegrafista inglês que filmou o Encontro Nacional dos Seringueiros e decidiu acompanhar o cotidiano do líder brasileiro.

Chico denunciou a destruição da floresta no congresso norte-americano ganhou o Global 500, prêmio da ONU, na Inglaterra e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos.

O líder seringueiro era praticamente  desconhecido  do público brasileiro até ser assassinado, em 1988, por conta da sua atuação que desagradou as forças conservadoras o que levou ao seu assassinato e provocou uma comoção internacional .

3 – Panorama Internacional Contemporâneo

Este ano, o Panorama Internacional Contemporâneo é organizado em seis eixos temáticos: ‘campo’, ‘cidades’, ‘consumo’, ‘povos & lugares’, ‘preservação’ e ‘trabalho’.  Estão reunindo um total de 43 títulos, representando 22 diferentes países.

Safari, filme da abertura da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema

Entre os destaques está o perturbador Safari, título de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental 2018, com sessão para convidados agendada no dia 30/05, quarta-feira, às 19h30, no cine Reserva Cultural. Lançado internacionalmente no Festival de Veneza e selecionado para os festivais de Roterdã, Toronto e Londres, o filme acompanha turistas caçando animais em safáris no continente africano. A crítica internacional o classificou como um brilhante retrato da natureza humana. Seu diretor, Ulrich Seidl, é uma das principais figuras do cinema austríaco contemporâneo e seus filmes exploraram as fronteiras entre documentário e ficção e trazerem temáticas espinhosas para a tela, como a herança colonial europeia e tensões multiculturais.

“Safári” faz parte da temática ‘preservação’, assim como o australiano Triste Oceano (de Karina Holden), um alerta sobre o fato de que metade da toda a vida marinha foi perdida nos últimos 40 anos. Participam da obra ativistas que alertam sobre a necessidade da preservação dos oceanos e a produção está no centro de um debate que acontece no dia 07/06, às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural.

Na seção também está programada a superprodução francesa “As Estações, além dos norte-americanos Alforria Animal, uma codireção de Chris Hegedus com o lendário cineasta D. A. Pennebaker, e Troféu, de Christina Clusiau e Shaul Schwarz.  “As Estaçõesconta a longa e tumultuada história que vincula intrinsecamente humanidade e natureza a partir de florestas europeias, desde o degelo até a chegada do ser humano, da indústria e da guerra. Ao lado de Jacques Cluzaud, o filme é codirigido por Jacques Perrin, ator em clássicos como “Z”, que rendeu à Constantino Costa-Gravas o Oscar de melhor filme estrangeiro, e o sucesso “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatoro. Pelo conjunto de sua obra, em 2016 foi premiado com o Prêmio René Clair, dos mais importantes do cinema francês.

Já D. A. Pennebaker é um dos ícones do documentário internacional e um dos pioneiros do chamado ‘cinema direto’. Em Alforria Animal, exibido em festivais como Sundance, Hot Docs e Visions du Réel, acompanhamos o advogado de direitos dos animais Steven Wise – que há 30 anos luta contra leis ineficazes – em seu desafio sem precedentes de garantir direitos cidadãos (como liberdade individual) aos animais.

Investigando a indústria da caça, reprodução e conservação animal,Troféu mostra como a cada ano, espécies africanas ameaçadas, como elefantes, rinocerontes e leões, aproximam-se mais da extinção. O filme. A obra causou impacto nos badalados festivais norte-americanos de Sundance e SXSW. Completa ‘preservação’ o longa-metragem

No eixo temático ‘povos & lugares’ está o novo longa-metragem do britânico Julien Temple, Habaneros. Trata-se de uma produção exibida no MoMA de Nova York e no IDFA – Festival de Documentários de Amsterdã (considerado a “Cannes” do cinema não-ficcional), e ainda inédito no Brasil desse cineasta cultuado por seus muitos filmes sobre a história do rock, em uma filmografia que inclui documentários sobre os Sex Pistols, Paul McCartney e The Clash.  O longa-metragem traça a história da capital cubana embalado pelo ritmo da salsa, do jazz, da rumba, do mambo e do hip-hop. Temple utiliza imagens de arquivo, animações, trechos de filmes e entrevistas com moradores da cidade, testemunhas e especialistas.

Congo em Guerra – Criança em Kanyarucina, acampamento de refugiados

Também em ‘povos & lugares’ estão programados o italiano N-Água, de Pietro Belore e Martina Rosa, o sueco Sangue Sami, dirigido por Amanda Kernell e “Congo em Guerra” (Canadá/EUA/Congo/Qatar), de Daniel McCabe. O primeiro, que merece debate em 04/06 às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural, explora questões sociais e ambientais por trás da construção de um novo canal interoceânico na Nicarágua, uma alternativa comercial ao Canal do Panamá megaempreendimento feito em conjunto com a China que está sendo planejado. Premiado nos festivais de Veneza, Seatle e Tóquio, Sangue Sami retrato de forma delicada o passado colonial sueco através de uma adolescente da etnia sami que enfrenta o racismo na capital Estocolmo na década de 1930. “Congo em Guerra” aborda aquela que já é a guerra mais longa do mundo seguindo quatro personagens, tendo sido lançado internacionalmente no Festival de Veneza e selecionado para importantes festivais, como o IDFA – Amsterdã, DOC NYC e CPH:DOC.

O segmento ‘povos & lugares’ se completa com “A Ilha e as Baleias” (Inglaterra/Escócia), de Mike Day, pelo norte-americano A Terra Não Pôde Falar”, dirigido por Javier Briones, “O Dia em Que o Sol Se Foi” (Suíça/Japão/Finlândia), de Aya Domenig e selecionado para o Festival de Locarno, e Pulso (Bélgica/Hungria/Portugal), de Robin Petré.

Atração do segmento ‘campo’ do Panorama Internacional Contemporâneo, “Burros Mortos Não Temem Hienas” (Suécia/Alemanha/Finlândia), de Joakim Demmer, explica como é possível que um país como a Etiópia, que exporta alimentos, dependa de ajuda humanitária para combater a fome. O filme é debatido em 02/06 às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural.

Cinco outros títulos integram a temática ‘campo’. Direção do realizador internacionalmente consagrado Jia Zhangke, “Os Hedonistas” (China) tem como foco três amigos que perderam emprego com o fechamento de uma antiga mina de carvão e passam a trabalhar em um parque de diversões. Exibida no Festival de Locarno, a obra apresenta um olhar ácido sobre a China e a insegurança econômica do mundo atual.

“Obrigado, Chuva” (Noruega/Reino Unido) é assinado por Julia Dahr, eleita pela Forbes como uma das 30 personalidades jovens que estão definindo a mídia mundial. A cineasta acompanha um pequeno agricultor queniano para registrar os impactos das mudanças climáticas e a obra foi selecionada para os festivais IDFA – Amsterdã, CPH:DOX e Hot Docs.

Por sua vez, Dolores, de Peter Bratt e que teve première mundial no Sundance, é centrado em uma das mais importantes ativistas da história dos Estados Unidos, Dolores Huerta. Filha de imigrantes mexicanos, ela é referência na luta por direitos civis.

Repolhos, Batatas e Outros Demônios

Completam o bloco ‘campo’ “Repolhos, Batatas e Outros Demônios (Alemanha/Romênia), de Serban Georgescu, e o holandês “Terra do Silêncio”, dirigido por Jan van Den Berg, selecionado para o IDFA – Amsterdã.

A temática dedicada a ‘cidades’ é composta por nove produções, com debate promovido em torno do filme  “Cidadã Jane: A Luta pela Cidade” (EUA), em 07/06 às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultura. O foco do longa-metragem é a ativista Jane Jacobs, que em meados do século 20 esteve envolvida em uma série de lutas contra o brutal processo de modificação da cidade. O diretor Matt Tyrnauer examina as cidades atuais através desta que foi uma das mais importantes pensadoras do assunto.

Selecionado para o prestigioso IDFA – Amsterdã e premiado em festivais como o canadense Hot Docs e o mexicano DocsMX, A Primavera Cambojana (Reino Unido) tem como protagonistas mulheres ativistas em sua luta contra um governo daquele país, que está há mais de 30 anos no poder e tem forte vínculo com o capital internacional. O diretor Christopher Kelly é importante jornalista investigativo e esteve nove anos no Camboja para a realização do filme. Outro destaque da obra é sua trilha sonora, de autoria do renomado produtor e dj britânico James Holden.

Dirigido pelo cineasta sírio residente em Berlim Ziad Kalthoum, “Gosto de Cimento” (Alemanha) foi selecionado pelo festival suíço Visions du Réel e tem pegada ensaística em sua abordagem sobre imigrantes sírios em Beirute, capital do Líbano. Eles trabalham na construção civil, reconstruindo a cidade sobre as ruínas deixadas pela última guerra libanesa.

Formado em História na Universidade de Paris (Sorbonne) e realizador de filmes sobre urbanização e patrimônio, o diretor Hendrick Dusollier assina “Os Últimos Dias de Shibati” (França). Aqui ele aborda a cidade chinesa de Chongqing, com mais de 30 milhões de habitantes, onde o último antigo bairro está prestes a ser demolido. A produção foi premiada no tradicional festival francês Cinema du Réel e foi selecionado para o importante IDFA – Amsterdã.

Já o curta-metragem “Às Margens (Coréia do Sul), de Kim Hyung-Cheol, focaliza um bairro em Seul, capital da Coréia, que cresce em ritmo acelerado e seus moradores são despejadas com violência. Produção suíça exibida no Festival de Locarno, “Favela Olímpica, de Samuel Chalard, focaliza o embati entre a administração municipal do Rio de Janeiro e os moradores de uma comunidade às vésperas dos Jogos Olímpicos Rio 2016. “O Que Nos Move?”, de Marie-Monique Robin, conta a história da pequena cidade francesa de Ungersheim (no departamento Alto Reno) e de seu programa que busca diminuir a dependência de petróleo, produzir energia renovável e promover a alimentação sustentável. No curta-metragem alemão Oh, Irmão Polvo!, de Florian Kunert, focaliza a crença dos nômades do mar da Indonésia de que todo recém-nascido tem um irmão gêmeo em forma de polvo e foi projetado no Festival de Berlim. Fechando o ciclo ‘cidades’, o finlandês “Restos do Naufrágio, dirigido por Jan Ijäs e selecionado para o Festival de Roterdã, focaliza a ilha italiana de Lampedusa, famoso destino turístico e recentemente pontos de chegada de africanos que rumam à Europa.

No eixo temático ‘consumo’ estou nove títulos, entre eles “Uma História de Desperdício (EUA), de Anna Chai e Nari Kye, que tem agendado debate em 06/06 às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural. A obra expõe o gigantesco desperdício de alimentos: enquanto um terço de nossa comida vai para o lixo, milhões de pessoas sofrem com a fome.

O Custo do Vício Digital

A cineasta Sue Williams mostra, no longa-metragem “O Custo do Vício Digital (EUA), como os modernos equipamentos advindos pela revolução tecnológica carregam consigo danosas condições de trabalho em sua produção e riscos para a saúde de todos. Uma resenha da publicação The Hollywood Reportar classificou o filme como um “eco-doc que pode abrir os olhos mesmo para aqueles que já estavam preocupados com o desperdício eletrônico”.

Até o Pescoço (Canadá), de Scott Harper, mostra como a nova era da propaganda baseia-se em ciência, matemática complexa e alta tecnologia. E indaga se vivemos no ápice da invasão de privacidade ou apenas o preço que pagamos por uma internet livre? O austríaco Bebês do Futuro”, de Maria Arlamovsky, focaliza o lucrativo negócio de “bebês industrializados”, no qual são selecionados genes mais desejáveis para os futuros pais. “O Caso do Chocolate” (Holanda), de Benthe Forrer, denuncia como a maioria dos produtores de chocolate se beneficia de alguma forma do trabalho escravo infantil utilizado na colheita de cacau da África Ocidental.

Em Coração de Açougueiro” (Holanda), dirigido por Marijn Frank e selecionado para o IDFA – Amsterdã e para o CPH:DOC, um adolescente vive o dilema de seguir a tradição familiar e tornar-se açougueiro, já que ele prefira trabalhar com animais vivos. “Imigrantes Digitais” (Suíça), de Norbert Kottmann e Dennis Stauffer, trata de um grupo de terceira idade que tenta adaptar-se ao acelerado avanço tecnológico e foi projetado nos festivais de Locarno e Dok Leipzig, na Alemanha). No curta-metragem de animação belga “Inhibitum: Boicotados”, do Atelier Collectif, temos cinco incríveis invenções verdes boicotadas por poderosas indústrias interessadas em incentivar o consumismo. Por sua vez, “Natureza: Todos os Direitos Reservados” (Holanda), de Sebastian Mulder, é um ensaio no qual a natureza aparece em gramas sintéticas nas sacadas, salas de reunião com papel de parede de floresta ou palmeiras na sala de espera do dentista.

No segmento ‘trabalho’ do Panorama Internacional Contemporâneo destaca-se “O Futuro do Trabalho e da Morte” (Reino Unido), exibido nos festivais de Roterdã e CPH:DOC. Trata-se de um documentário sobre os impactos que a tecnologia do futuro pode vir a ter sobre o trabalho e a morte. Os diretores Sean Blacknell e Wayne Walsh ouvem cientistas, engenheiros e acadêmicos sobre temas como o fim do trabalho humano ou a distopia do desemprego generalizado. O longa-metragem ganha debate em 03/06, às 20h00, na sala 2 do Reserva Cultural.

Lançado internacionalmente no Festival de Veneza e dirigido pelo chinês Wang Bing, um dos principais documentaristas contemporâneos, “Dinheiro Amargo” (China) revela, através de três jovens trabalhadores, como os migrantes em busca de trabalho em gigantescas cidades daquele país acabam encontrando poucas oportunidades e péssimas condições de vida.

Já o cineasta Christian Tod indaga, no longa-metragem “Sociedade do Almoço Grátis (Alemanha) o que você faria se a sua renda básica estivesse garantida. Essa antiga utopia é vista através de especialistas e figuras-chave de diversas escolas de pensamento, da ala neoliberal à esquerda utópica.

4 – Sessão Especial

Experiência Sensorial: Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia

Trabalho em realidade virtual, “Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia reproduz uma vivência dentro de uma aldeia indígena na Amazônia. Nele, cápsulas simulam uma visita à aldeia Sawré Muybu, com estímulos táteis, auditivos e olfativos.

O filme retrata o modo de vida do povo Munduruku e sua luta para manter o Rio Tapajós vivo e livre de barragens. Se viabilizadas, as hidrelétricas planejadas para a região vão destruir uma grande área de floresta e o modo de vida deste povo.

Com dirigido por Grace Boyle e James Manisty, “Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia” é exibido no Circuito Spcine Olido durante a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

A obra percorrer o rio Tapajós e permite uma imersão na aldeia Munduruku. Graças à experiência de realidade virtual multissensorial, o usuário pode literalmente sentir o cheiro da mata, a brisa em um passeio de barco, o frescor da mandioca recém colhida da terra.

5 – Competição Latino-Americana

A Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental reúne 28 títulos selecionados para a sua Competição Latino-Americana deste ano. Os prêmios serão de R$ 15 mil para o melhor longa e de R$ 5 mil para o melhor curta-metragem (filmes de até 60 minutos) eleitos pelo júri. Haverá ainda a entrega de um troféu para o melhor filme designado pelo público. Estão representadas produções de oito países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, México e Peru. A competição recebeu novo recorde de inscrições, em um total de 383 filmes, de 18 nações da região. Segundo a curadoria, a Competição Latino-Americana chega a sua quinta edição sinalizando, por um lado, questões socioambientais agudas da região e, ao mesmo tempo, o crescimento e a sofisticação de sua produção audiovisual voltada ao tema.

A Selva o Conhece Melhor que Você Mesmo, de Juanita Onzaga, Colômbia/Bélgica

Entre os destaques da competição está o curta-metragem colombiano A Selva o Conhece Melhor que Você Mesmo (de Juanita Onzaga, Colômbia/Bélgica), que focaliza dois gêmeos em busca de paisagens místicas na selva colombiana e foi vencedor do prêmio especial do júri da mostra Generation 14plus do Festival de Berlim, além de ter participado de eventos na Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Islândia, México e Suécia, entre outros países. Já “Cidade Maia (de Andrés Padilla Domene, México/França) é uma mistura de documentário e ficção científica que aborda um grupo de descendentes maias urbanos que operam um misterioso instrumento a fim de realizar uma pesquisa num sítio arqueológico, tendo sido selecionado para o prestigioso Festival de Roterdã e para eventos na Alemanha, Rússia, Suíça, Brasil, Croácia e Kosovo.

Transcorrido em um povoado mineiro na Bolívia, no qual um rapaz vai conhecer histórias obscuras sobre seu passado, “Velha Caveira” (Bolívia), do estreante Kiro Russo, se transformou no título boliviano mais laureado dos últimos anos, tendo vencido o Festival de Cartagena de Índias e conquistando o grande prêmio no IndieLisboa, o prêmio da crítica internacional para produções latino-americanas no Festival do Rio, o prêmio de melhor fotografia no Festival RiverRun (EUA) e menções especiais nos festivais de Locarno e BAFICI de Buenos Aires. O longa-metragem peruano Rio Verde, o Tempo dos Yakurunas” (de Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento, Peru) é guiado por cantos ayahuasca para promover uma jornada poética pelas profundezas da Amazônia, tendo sido lançado internacionalmente na seção Fórum do Festival de Berlim e premiado em festivais na Itália, Tailândia e na Venezuela, foi ainda selecionado em eventos nos EUA e Chile.

Premiado no Festival de Guadalajara, a Produção de Honduras Berta Vive (de Katia Lara, Honduras) aborda o assassinato da líder indígena Berta Cáceres e a luta contra a instalação de uma barragem em um rio sagrado para o povo Lenca. Dois títulos representam na Competição Latino-Americana deste ano a produção argentina. Corp (de Pablo Polledri, Argentina), tem por tema a ambição, exploração do trabalho e poluição ambiental, tendo vencido o laureado como melhor animação nos festivais de Havana e Caostica (Espanha), entre outros prêmios. Por sua vez, “Fronteira Invisível (de Nicolás Richat e Nico Muzi, Argentina) discute a Colômbia após o tratado de paz com as FARC e a atual corrida de latifundiários para aumentar sua produção de óleo de palma. A obra foi selecionada para eventos de 24 países, da Austrália aos EUA, da Argentina à Rússia, da Itália ao Peru.

Do Chile foram selecionados O Eterno Retorno (de Roberto Mathews, Chile) e “Terra Solitária(de Tiziana Panizza, Chile). O primeiro é um ensaio colhido após a catástrofe do incêndio da cidade chilena de Valparaíso em 2014 e foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem nacional experimental no Fesancor – Festival Chileno de Curtas-Metragens, além de ser selecionado para eventos na Argentina, Bolívia e Colômbia. “Terra Solitária focaliza documentários filmados na Ilha de Páscoa há quase um século e revela que este destino turístico já foi uma prisão. A obra foi selecionada para festivais nos EUA, França, Espanha, Suíça, Portugal e Ucrânia, entre outros.

Baronesa

A representação brasileira é integrada por 19 filmes, sendo oito deles longas-metragens. Entre eles está “Dedo na Ferida”, novo filme do diretor Silvio Tendler (dos sucessos “Os Anos JK – Uma Trajetória Política”, “Jango” e “O Veneno Está na Mesa”). Aqui ele trata do fim do estado de bem-estar social, com milhões de pessoas peregrinando em busca de melhores condições. Já “Baronesa” (de Juliana Antunes) acontece em um bairro na periferia de Belo Horizonte onde duas mulheres enfrentam os perigos da guerra do tráfico e as tragédias das chuvas. A obra conquistou, entre outras premiações, a de melhor documentário no Festival de Havana, prêmio do público no Festival de Marselha e o prêmio da crítica no Festival de Valdivia e na competição latino-americana do Festival de Mar de Plata. No Brasil, venceu a competição Aurora da Mostra de Tiradentes, o prêmio de melhor montagem e de melhor atriz na Mostra Internacional em São Paulo e de melhor filme e melhor roteiro no Festival de Vitória.

Exibido em première mundial na Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, Sertão Velho Cerrado”, revela buscas alternativas empreendidas por moradores da Chapada dos Veadeiros para o desenvolvimento de sua região. A direção é assinada por André D’Elia, que venceu com “A Lei da Água” o prêmio de melhor filme pelo público da Competição Latino-Americana na 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. A história da tribo indígena Krenak, desde a declaração da “guerra justa”, pelo rei português D. João 6º em 1808, até o desastre ambiental no Rio Doce, causado pela ruptura da barragem de minérios em Mariana, em 2015, está no longa-metragem Krenak. Atualmente, o povo reivindica uma revisão territorial de suas terras demarcadas com a adesão da área de Sete Salões – conjunto de cavernas considerado por eles terra sagrada –, além de seu direito à vida. A produção tem direção de Rogério Corrêa, do longa “No Olho da Rua”.

Selecionado para os festivais Hot Docs (onde foi um dos 12 finalistas segundo o público), Guadalajara, Havana, Toulouse e Human Rights Human Wrongs (Oslo), “Estado de Exceção é uma coprodução Brasil/Canadá dirigida por Jason O’Hara que focaliza, às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, uma comunidade indígena urbana ameaçada de despejo. Filmado ao longo de seis anos, o filme retrata como, à medida que os megaeventos começam a ameaçar uma série de outras comunidades, os residentes se unem para lutar em defesa dos seus direitos constitucionais. Em meio à maior crise hídrica da história de São Paulo, os realizadores Flavia Angelico e James Robert Lloyd promovem uma investigação sobre a gestão de recursos hídricos no longa Agua Mole Pedra Dura. Premiada no Festival Awareness, a produção foi ainda selecionada para os festivais de documentários de Atlanta e G2 Green Earth (ambos nos EUA) e para o Eco Film de Kuala Lumpur (Malásia).

Espólio da Cidade

Em “Espólio da Cidade”, a dupla de cineastas Paulo Murilo Fonseca e Andre Turazzi retrata a visão de seis pessoas que têm suas vidas relacionadas a edifícios tombados na cidade de São Paulo. Está presente a tensão entre memória e desenvolvimento urbano, além da complexidade das questões ligadas a preservação e a conservação do patrimônio arquitetônico da cidade. Premiado como melhor longa-metragem baiano e vencedor do prêmio do público no Panorama Internacional Coisa de Cinema, “Quilombo Rio dos Macacos”, de Josias Pires Neto, mostra como aquela localidade enfrenta conflito pela propriedade da terra de uso tradicional, que é também reivindicada pela Marinha. Além de denunciar graves violações de direitos humanos, o filme registra processos de negociações e documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território

Completa a programação um total de 11 curtas e médias metragens brasileiros. Obra selecionada para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, Abigail (de Isabel Penoni e Valentina Homem) focaliza a indigenista Abigail Lopes, que viveu em um ambiente masculino e formou-se imbuída dos princípios humanistas da ‘pacificação’ Dirigido por Fellipe Fernandes e protagonizado por Nash Naila (de “Tatuagem”), “O Delírio é a Redenção dos Aflitos” também esteve selecionado em Cannes, na seção Semana da Crítica. O enredo acompanha a última moradora de um edifício condenado e que precisa se mudar o mais rápido possível para salvar sua família. O filme foi ainda premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como melhor direção, melhor roteiro e melhor direção de arte.

Na escuridão de uma boate, um cabeleireiro e uma bombeira tentam a sorte como cantores enquanto promovem sua carreira do estúdio para o palco. Este é o enredo de “Estás Vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, selecionado para o Festival de Berlim e vencedor do prêmio Canal Brasil no Festival de Vitória, além de ter sido selecionado para eventos no Canadá, Bélgica, Espanha, Inglaterra, Israel, México, Noruega, Portugal, Suécia, Turquia e Ucrânia. Em “A Terceira Margem”, uma coprodução francesa dirigida por Fabian Remy, acompanhamos uma jornada pela região central do país em busca do passado de João Kramura, filho de sertanejos roubado e criado pela tribo Kayapó. A obra foi premiada pela Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema no É Tudo Verdade, recebeu o prêmio do melhor primeiro filme no Festival Traces de Vies (França) e foi selecionado para eventos nos EUA, França, Colômbia, Grécia e Taiwan

Uma personagem que foi expulsa de casa e precisa construir seu próprio barraco enquanto um projeto de expansão do maior porto da América Latina avança, não só sobre ela, mas sobre todos os moradores da Favela da Prainha (Santos, SP) está no centro de “Estamos Todos Aqui”. Dirigido por Chico Santos e Rafael Mellim, o curta foi selecionado para o Festival de Cartagena de Índias e venceu o prêmio de melhor curta-metragem brasileiro segundo o público no Festival Mix Brasil, além de ter sido eleito como o melhor curta-metragem pelo júri do Canal Brasil na Mostra de Tiradentes. Já uma história familiar da diretora Manuela Andrade está em foco no curta Fantasia de Índio” quando ela resolve continuar as pesquisas de um tio que investigou sua ascendência indígena. A produção foi selecionada para os festivais Janela de Cinema do Recife, Mostra de Tiradentes, Mostra do Filme Livre e Mostra de Cinema Feminista.

Por sua vez, Histórias de Cumaru, de Simone Giovine, aborda o cumaru, que era usada pelo povo Kayapó como remédio e hoje é utilizado para a produção de cosméticos. A obra já esteve selecionada para eventos nos EUA, Dinamarca, Itália e Bangladesh. Nanã” mostra como, em um complexo portuário e industrial, a população enfrenta o processo de gentrificação de seu território. Dirigido por Rafael Amorim, o filme esteve convidado para eventos na Bulgária e Portugal, além de premiado nos festivais de Triunfo e Cine Cariri.

Plantae, dirigido por Guilherme Gehr e selecionado para o festival Anima Mundi

Ao cortar uma grande árvore no interior da floresta amazônica, um madeireiro contempla uma inesperada reação da natureza. Assim Plantae, dirigido por Guilherme Gehr e selecionado para o festival Anima Mundi, propõe uma reflexão sobre as conseqüências irreversíveis do desmatamento. Dirigido por Marcio Isensee e Sá e selecionada para eventos na Itália e na Eslováquia, “Sob a Pata do Boi” revela que a Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante da região e como a pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da região. O filme acompanha que, a partir de 2009, o jogo começou a virar, quando o Ministério Público obrigou os grandes frigoríficos a monitorarem o desmatamento nas fazendas de onde compram gado.

No sul do Mato Grosso do Sul, quase fronteira com o Paraguai, indígenas e produtores rurais disputam a posse da terra. Num clima tenso, sobram confrontos, despejos, ataques e até mortes, como testemunha “Terras Brasileiras”, de Dulce Queiroz. Exibido em sessão especial no Parlamento Europeu, em Bruxelas, o filme foi eleito como um dos três melhores média-metragens no Fricine Rio – Festival Internacional de Cinema Socioambiental.

6 – Concurso Curta Ecofalante

A mostra competitiva Concurso Curta Ecofalante selecionou nove filmes, oriundos de instituições de ensino de Brasília, Mato Grasso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As produções concorrem a um prêmio do júri, de R$ 3.000,00, e a um prêmio de público. A iniciativa tem por objetivo incentivar a produção audiovisual de jovens realizadores e exibe curtas-metragens de estudantes universitários, de cursos técnicos e de cursos livres de cinema.

Em 2018, foram recebidos trabalhos de mais de 40 instituições de ensino de 16 estados e do Distrito Federal, contemplando todas as regiões do Brasil. Os títulos selecionados, e respectivas instituições, são os seguintes: “Árvore de Sangue” (UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro), de Igor Leite Araújo; Carne e Casca (AIC – Academia Internacional de Cinema), de Dani Drumond; Concreta Memória (É Nóis na Fita – Curso Gratuito de Cinema), de Vitor Xavier; “Dos Antigos aos Filhos do Amanhã” (PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), de Leonardo A. Gelio; “Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce” (Unirio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), de Pâmela Peregrino; Vazio do Lado de Fora (UFF – Universidade Federal Fluminense), de Eduardo Brandão Pinto; Xavante: Memória, Cultura e Resistência (UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso), de Gilson Costa; “Outro Fogo” (de UnB – Universidade de Brasília), de Guilherme Moura Fagundes; e “O Conto do Burro Amarelo” (UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais), de Diana Mendes.

Estão presentes diferentes aspetos da realidade brasileira, explorando usos e contradições do espaço urbano, a memória e a mitologia de culturas tradicionais, permanências e tensões em torno da luta indígena, e lançando mão de uma criativa gama de recursos cinematográficos.

O júri é formado por Patrícia Moran, cineasta e doutora em comunicação e semiologia; por Paulo Henrique Martinez, livre-docente em História Ambiental e autor de “História Ambiental no Brasil: Pesquisa e Ensino”; e Raquel Rosenbarg, ativista e empreendedora social.

7 – Sessão Infantil

Novidade na Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental 2018, uma seleção com oito curtas-metragens compõe a Sessão Infantil. São animações, ficções e um documentário que apresentam tratamento lúdico para questões socioambientais contemporâneas para crianças de faixa etária entre xx e xx anos de idade.

Pedro e o Velho Chico

Produzidas no Brasil, Chile, EUA, França e México, as obras são as seguintes: “Em Busca da Luz”, de Rodrigo Martínez; “Estrelas”, de Han Zhang; “Idade (Identidade)”, de Marcela López Pazos; Kunumi, o Raio Nativo, de Mauro D’Addio; Outono , de Hélène Letourneur; e “Pedro e o Velho Chico” , de Renato Gaia.

8 – Mostra Escola / Programa Ecofalante Universidades

O Programa Ecofalante Universidades e a Mostra Escola exibem e discutem, em espaços educacionais, uma seleção de filmes voltados à reflexão e ao debate sobre questões atuais da realidade brasileira e internacional. Com atividades desenvolvidas ao longo do ano e com sessões em salas de cinema ou nas instituições de ensino, estão incluídos, além de debates, formação de professores, exibições abertas para a comunidade e disciplinas de nível universitário que partem da análise das obras.

Em 2018 são 14 os filmes programados, representando países como Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, China, EUA, Espanha, França e Reino Unido.  Todos se destacaram em edições anteriores da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental e no circuito mundial de festivais.

Dirigido por Ronan Kerneur e David Férret, A Experiência Cecosesola focaliza a cooperativa Cecosesola, que administram supermercados populares e feiras através da autogestão. “A Grande Ceia Quilombola”, de Ana Stela Cunha e Rodrigo Sena, retrata um quilombo que se estrutura no trabalho coletivo. “Banco Imobiliário, de Miguel Antunes Ramos, propõe a cidade como um enorme jogo de tabuleiro.

Cheirando Mal de Jon J. Whelan

, focaliza sua jornada pelos segredos da indústria química.  Espólio da Terra, de Kurt Langbein, retrata investidores globais promovendo despejos, trabalho escravo e o fim dos pequenos proprietários. “Malditas Barragens”, de Travis Rummel e Ben Knight, mostra como as barragens passaram a serem vistas como obras de violento impacto socioambiental.

“Modo de Produção, de Dea Ferraz, aborda um sindicato rural do interior do nordeste brasileiro e o seu cotidiano. Não Respire – Contém Amianto”, de André Campos, Carlos Juliano Barros e Caue Angeli, investiga como a indústria do amianto tenta vender a imagem do minério como algo “não tão ruim”. “O Custo do Transporte Global”, de Denis Delestrac, investiga o funcionamento e a regulamentação da indústria de transporte de cargas feito via marítima, responsável por 90% dos bens que consumimos.

“Quando Dois Mundos Colidem”, de Heidi Brandenburg Sierralta e Mathew Orzel, aborda o violento conflito peruano devido aos projetos de extração de petróleo, minério e gás da Amazônia. “Quem Controla a Água?, de Leslie Franke e Herdolor Lorenz, focaliza o mercado privado de água e os movimentos que pretendem trazer o fornecimento de água de volta às mãos dos cidadãos. Sustentável, de Matt Wechsler, investiga a instabilidade econômica e ambiental de sistemas alimentares.

“Terra de Muitos Palácios, de Adam Smith e Ting Song, acompanha uma funcionária do governo chinês cujo trabalho é convencer camponeses a deixarem suas terras, a fim de povoar cidades-fantasmas. “Todo o Tempo do Mundo”, de Suzanne Crocker, focaliza uma família que deixa o conforto do lar para viver por nove meses isolada, sem eletricidade, água encanada e internet.

9 – Atividades Paralelas

Seminário de Cinema e Educação

Organizado em cinco mesas e uma masterclass, o Seminário de Cinema e Educação tem por objetivo mapear as discussões e pesquisas atuais a respeito dos usos do cinema nos processos educativos. Tendo por sede o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, o evento acontece nos dias 29 e 30 de maio e reúne Cezar Migliorin (UFF), Jorge Bodanzky (cineasta), Vincent Carelli (cineasta e fundador do Vídeo nas Aldeias), Bete Bullara (Cineduc), Francisco C. Martins (cineasta), Adriana Fresquet (URJ), Rodrigo Chacon (Cesnik, Quintino & Salinas), João Batista da Silva (SAv-MinC), Hernani Heffner (Cinemateca do MAM-RJ), Maria Angélica dos Santos (SMC Porto Alegre), Ana Dillon (Imagens em Movimento), Carlos Miranda (Unicamp), Inês Teixeira (UFMG), Marcos Napolitano (USP), Moira Toledo (FAAP), Pedro Roberto Jacobi (USP), Edson Grandisoli (Reconectta) e Antonio Carlos Rodrigues de Amorim (Unicamp)

Workshop “A Prática do Cinema Documental”

Ministrado pelo cineasta Jorge Bodanzky, o workshop A Prática do Cinema Documental acontece nos dias 2 a 9 de junho, na Unibes Cultural. A iniciativa tem por objetivo oferecer aos interessados maiores conhecimentos sobre a linguagem e a prática do cinema documental. Serão transmitidos aspectos da experiência de Bodanzky, autor de filmes como “Iracema, Uma Transa Amazônica” (1974), “Jari” (1979) e “O Terceiro Milênio” (1981), e grande homenageado em 2015 da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. O curso propõe exercícios teóricos e práticos de maneira a permitir uma efetiva interação entre professor e alunos, possibilitando a estes aplicar preceitos do cinema documental em projetos concretos, sob orientação de um dos mais experientes cineastas brasileiros vivos.

Workshop “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”

Ministrado por Edson Grandisoli, diretor educacional da Reconectta, biólogo, ecólogo e doutorando

em Educação para a Sustentabilidade pelo Procam-USP, o workshop “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente” é voltado à formação e ao aprimoramento dos usos do cinema em processos de educação formal e não-formal, com foco em disciplinas que trabalham com os temas meio ambiente e desenvolvimento sustentável. A iniciativa tem como público-alvo educadores, estudantes das áreas de cinema e educação, animadores e produtores culturais. Entre os tópicos abordados estão o papel das instituições de ensino no enfrentamento dos desafios socioambientais; como trabalhar um filme em sala de aula; o potencial transdisciplinar do cinema e como envolvê-lo em disciplinas diversas. A atividade acontece no dia 23 de junho, no Instituto Singularidades.

Serviço:

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental

31 de maio a 13 de junho de 2018

entrada franca

Locais:

  • Reserva Cultural,
  • Espaço Itaú de Cinema – Augusta,
  • Centro Cultural Banco do Brasil,
  • Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo),
  • Circuito Spcine Paulo Emílio (Centro Cultural São Paulo),
  • Circuito Spcine Olido,
  • Circuito Spcine Cidade Tiradentes,
  • Unibes Cultural,
  • Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo,
  • Fábricas de Cultura – Catavento (Fábrica Cidade Tiradentes, Fábrica Itaim Paulista, Fábrica Parque Belém, Fábrica Sapopemba e Fábrica Vila Curuçá)
  • Fábricas de Cultura – Poiésis (Fábrica Brasilândia, Fábrica Capão Redondo, Fábrica Jaçanã, Fábrica Jardim São Luís e Fábrica Vila Nova Cachoeirinha)
  • CEU Aricanduva
  • CEU Butantã
  • CEU Caminho do Mar
  • CEU Feitiço da Vila
  • CEU Jaçanã
  • CEU Jambeiro
  • CEU Meninos
  • CEU Parque Veredas
  • CEU Paz
  • CEU Perus
  • CEU Quinta do Sol
  • CEU São Rafael
  • CEU Três Lagos
  • CEU Vila Atlântica
  • CEU Vila do Sol

Realização: Ecofalante, Ministério da Cultura, Governo Federal, Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo

Correalização: Spcine, Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Goethe-Institut

Patrocínio: Sabesp, Tigre, Kimberly-Clark

Apoio: White Martins, Pepsico e ICS

Lei de Incentivo à Cultura e ao Programa de Apoio à Cultura (ProAC).

 

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