Na mesma semana em que repercutiu essa notícia, a Maestrello escreveu sobre a importância da divulgação de boas práticas socioambientais, para a replicabilidade delas.
Por Juan Piva*
“É tanta notícia ruim, de calhordice, desses políticos só pensando em si, não pensando no país, que eu sempre tento me esforçar para mostrar histórias do nosso Capital Humano, e a história dessa menina deve virar um caso nacional”, foi com essa introdução que o jornalista Gilberto Dimenstein abriu um de seus comentários desta semana na CBN, para divulgar o projeto de uma estudante brasileira, de 16 anos, que torna o leite comum bom para o consumo de pessoas intolerantes à lactose.
Essa ideia surgiu de pesquisadores da Universidade Norte do Parará (Unopar) e foi desenvolvida pela paranaense Maria Vitória Valoto, com o apoio do colégio em que ela estuda em Londrina, o Interativa. Após um ano de experimentos, a jovem cientista criou uma cápsula que guarda a enzima responsável pela quebra do açúcar do leite, justamente o processo que falta aos alérgicos desse alimento e seus derivados.
Para dar adeus à lactose, basta colocar o sachê no leite e esperar seu efeito, que demora de quatro a cinco horas. “O que diferencia a cápsula de todos os produtos que a gente tem, hoje, é a aplicação. A maioria desses produtos é de uso oral, você ingere o medicamento e pode consumir algo que tenha lactose. As cápsulas, não: são de uso direto no leite. Então, em vez de pagar mais por um leite sem lactose, você compraria as cápsulas e o leite comum. Colocaria as cápsulas no leite com lactose e o leite se torna um leite sem lactose”, explicou a empreendedora socioambiental, em entrevista ao G1.
“Uma menina de 16 anos conseguindo montar esse tipo de solução. Você imagina o que pode economizar as pessoas que têm essa rejeição? E o que é bonito é que essa menina pode se tornar um casemundial, porque ela é uma das finalistas da feira de ciências do Google, que vai acontecer no próximo mês, na Califórnia. Ou seja, são essas pessoas que fazem grande o Brasil”, ressaltou Dimenstein.
E o jornalista fez questão de pesquisar mais sobre a vida dela: apaixonada por Química e Biologia, ela quer ser farmacêutica para seguir com as pesquisas de forma profissional. Maria disse ao portal que, com sua ideia, busca mudar realidades, impactar a sociedade, ajudar quem mais precisa. A adolescente quer entregar um produto barato e simples de usar, para alcançar o maior número de pessoas possível.
“É esse tipo de gente que temos que apostar no Brasil – com mais conhecimento, mais investimento, Educação -, que estão fazendo da sua vida um jeito de enriquecer o país. Tomara que ela seja uma cientista que ajude a mudar o mundo, como já está mudando”, enfatizou ele, em seu comentário.
Vale ressaltar que, ao mesmo tempo em que essa notícia repercutiu no país (como profetizou Dimeinstein), a Maestrello Consultoria escreveu uma matéria sobre a importância da divulgação de boas práticas socioambientais, o que pode contribuir com a replicabilidade delas.
“Temos um Curso de Empreendedorismo Socioambiental, voltado a adolescentes, que estimula o desenvolvimento de projetos inovadores, sustentáveis e de impacto positivo na sociedade. Escutar essa notícia no rádio foi ótimo, porque ela demonstra que estamos no caminho certo. Parabéns, Maria! Você será exemplo para nossos alunos, a partir de agora!”, reforçou a diretora executiva da startup educacional de Nova Odessa (SP), Ana Lúcia Maestrello. (#Envolverde)
* Juan Piva é graduado em Jornalismo, com especialização em Educação Ambiental e Políticas Públicas pela Esalq-USP. Iniciou sua trajetória na Comunicação Socioambiental há sete anos, como estagiário da Oscip Barco Escola da Natureza; já como assessor de imprensa dessa organização, passou a apresentar programas de tevê e rádio, com a intenção de democratizar a informação ambiental. Hoje é colaborador da Maestrello Consultoria Linguística, onde dissemina o conhecimento para atender o interesse público, divulgando projetos educulturais e socioambientais. É coautor do livro-reportagem “Voluntariado ambiental: peça importante no quebra-cabeça da sustentabilidade”, promotor do Curso de Empreendedorismo Socioambiental, membro da Câmara Técnica de Educação Ambiental dos Comitês PCJ, jornalista responsável pelo Jornal +Notícias Ambientais e associado-fundador da Associação Mandacaru – Educação para Sustentabilidade.