De acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo (IDI) 2018 do World Economic Forum, a recuperação econômica da América Latina pode esconder alguns desafios econômicos importantes para gerações futuras. O Índice é uma fonte de informações para líderes regionais, apresentando uma visão mais precisa do crescimento econômico e da saúde de cada economia, destacando as desigualdades, as dívidas e os ônus ambientais que serão deixadas como legado para as gerações futuras.
A avaliação de 2018 foi realizada depois de duas décadas de atividade econômica robusta. Durante esse período, maior acesso à educação e transferências governamentais ajudou a reduzir a desigualdade de renda na América Latina. Essas mudanças ajudaram a diminuir as diferenças salariais entre mão de obra especializada e não especializada, no entanto, a América Latina ainda é uma das regiões de maior desigualdade do mundo.
“As abordagens econômicas precisam enfatizar o bem-estar e a inclusão social das gerações futuras prioridades fundamentais para as economias latino-americanas, e muitos países ficam atrás de seus vizinhos de acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo. À medida que os países saem da recessão, eles deveriam aproveitar a janela de oportunidades para acelerar as reformas para esse fim “, disse Margareta Drzeniek-Hanouz, Chefe do Futuro do Progresso Econômico, Membro do Comitê Executivo do World Economic Forum.
Os resultados do índice apresentam uma nova visão dos desafios econômicos regionais. Embora o ano de 2017 terminou com tom positivo, o fim da recessão no Brasil e na Argentina, a expansão moderada de atividade econômica e eficiência durante os últimos cinco anos e o crescimento de 1,7% previsto para 2018 não serão suficientes para aliviar seus desafios de sustentabilidade ou aumentar o padrão de vida mediano da região.
O World Economic Forum acredita que o crescimento econômico duradouro depende da construção de sociedades inclusivas. Com eleições previstas no Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México ainda esse ano, os governos devem priorizar estratégias proativas para reduzir ainda mais as desigualdades e garantir o bem-estar de gerações futuras.
Principais resultados
De acordo com o índice, as economias mais inclusivas da América Latina são as do Panamá, Uruguai, Chile, Costa Rica e Peru. O Panamá avançou muito na redução da intensidade de carbono de seu PIB, que caiu 39,7% em cinco anos. O país também apresenta o segundo maior nível de produtividade na região, atrás do Chile.
A poupança líquida ajustada, uma forma de medir a taxa real de poupança dentro da economia depois de contabilizar os investimentos em capital humano, a redução de recursos humanos e os prejuízos causados pela poluição, caiu na metade das economias regionais incluídas no índice, com a Bolívia, o Brasil e o El Salvador registrando o pior desempenho.
Além disso, a dívida pública como porcentagem do PIB, uma ilustração aproximada do nível de endividamento da geração atual comparado com as capacidades de gerações futuras, aumentou em todos os países durante os últimos cinco anos, especialmente no Brasil (+16%) e México (+14,9%).
A desigualdade de renda caiu em 14 dos 16 países da América Latina pesquisados para o ranking desse ano, no entanto, a região inclui 11 dos 25 países em desenvolvimento com a maior desigualdade de renda. De acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo 2018 do World Economic Forum, os níveis crescentes da dívida pública e as significantes desigualdades de riqueza e renda estão prejudicando a América Latina, apesar da perspectiva de maior crescimento econômico na região.
As gerações mais jovens e futuras são as mais vulneráveis, com a sustentabilidade e equidade intergeracional caindo nos últimos cinco anos em 11 das 16 economias regionais pesquisadas. As economias do Panamá, Chile e Uruguai são as mais inclusivas da região. Entre as maiores economias da região, a Argentina, o México e o Brasil estão na 23a, 24a e 37a colocação do ranking, respectivamente. (#Envolverde)
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