Sociedade

Aluna cria grupo para incentivar amigos em campeonatos digitais

No 8º ano de um colégio estadual de Roraima, Amanda mostra como as ferramentas tecnológicas ajudam no dia a dia para o aprendizado e domínio da matéria

Apaixonada por matemática, Amanda Isis Miranda (13), estudante do 8º ano do Colégio Militar Estadual Cel PM Derly Luiz Vieira Borges, de Boa Vista em Roraima, conta como a sua história com a disciplina vem ajudando outros colegas. Quando começou a utilizar a plataforma online Khan Academy no ano passado, desconstruiu uma verdade absoluta que tinha até então: o quanto a matemática não a agradava por conta de suas dificuldades.

Completamente entusiasta da matéria nos dias atuais, Amanda enfatiza a relação do aluno com a disciplina pode ser potencializada por meio de soluções digitais, uma vez que ela é a prova viva disso.

A dificuldade com a matéria começou no 2º ano, com pontos de atenção para multiplicação e divisão. Sua mãe, inclusive, no 3º ano, tentou ajudar com um caderninho especial para que ela dominasse a multiplicação. Na escola, a ajuda vinha através de desafios de tabuada extras.

Em 2021, a escola inseriu a Khan Academy para a turma em que a Amanda fazia parte. A intenção era auxiliar – de forma gratuita – no reforço dos conteúdos que os alunos aprenderam em sala de aula. “Quando a professora trouxe a Khan, ela fazia desafios semanais. É muito divertido, pois tem bonificação com pontinhos e medalhas que podem até te salvar no ranking geral. Fazemos em casa e discutimos isso em sala”, conta a jovem, que afirma querer ter conhecido a plataforma antes.

“Não sei porque não usei antes. A Khan é incrível para prender a atenção de uma forma divertida. Vídeos de exercícios são muito mais fáceis de aprender. Quando tinha só o livro, eu não gostava”, destaca Amanda.

A Khan Academy é uma organização sem fins lucrativos, que tem como missão fornecer educação de forma gratuita para todos, auxiliando professores no reforço do que os alunos aprendem em sala de aula. Idealizada por Salman Khan, uma das maiores autoridades globais na área de educação, a plataforma conta com atividades interativas, exercícios, vídeos e artigos sobre diversos assuntos acadêmicos, desde a educação básica (alinhada à BNCC) até o ensino superior.  No Brasil, a plataforma reúne cerca de 5,8 milhões de usuários, sendo 5,2 milhões de estudantes, 375 mil professores e 207 mil pais/famílias.

A visão do educador

“A Amanda é uma aluna protagonista no uso da Khan. Ela fazia tutoriais para ajudar os colegas a entrar, fazer login e inspirar a turma a ganhar campeonatos”, diz a professora Elisângela Helena Andrade Silva.

Inclusive, Amanda criou um grupo de alunos e colocou amigos interessados para ajudar na usabilidade. Com o auxílio da professora, ela divulgava os campeonatos e estimulava os amigos a se destacarem nos rankings.

Hoje em dia, a professora Elisangela aplica a Khan Academy para mais de 150 alunos e diz que a ferramenta ajuda muito, pois otimiza seu tempo. Como ela começou a implementar em época de pandemia, não precisava criar, pesquisar e produzir os conteúdos. A plataforma já oferecia tudo, inclusive  o relatório de notas dos alunos. “Eu conseguia mapear todos os alunos individualmente. Isso para mim foi essencial”, analisa.

Mesmo o colégio não oferecendo sala de informática, não foi um empecilho, pois ela direcionava como atividades extra classe. E isso foi certeiro, pois em sua análise, os alunos não gostam de atividades tradicionais, como as de livro, xerox, etc… “Alunos se dispersam facilmente. Com a recomendação dos vídeos – no mesmo conteúdo – conseguem fazer a tarefa de casa de uma forma divertida, sendo mais eficaz para o seu domínio”, completa.

Outro ponto importante foi a ajuda na defasagem. Elisangela percebeu que alguns alunos do 9º ano estavam com dificuldades em equações do 1º grau, que são conteúdos do 7º ano. “Fiquei assustada porque eu não teria tempo de abrir uma semana para explicar isso novamente. Recomendei exercícios sobre equações na plataforma da Khan para fazer em casa e isso amenizou a dificuldade dos alunos. Foi primordial, explica.

A educadora achou que foi eficiente e a compreensão dos alunos foi eficaz, sem que ela precisasse ficar voltando ao conteúdo em sala de aula. Eles aprenderam, inclusive, cálculo mental utilizando as equações. Ou seja, a aprendizagem para o domínio no formato de vídeos com diversão no contexto, fluiu muito bem na sua estratégia como educadora.

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