O Brasil está na vanguarda do tratamento e prevenção do HIV na América Latina, foi o primeiro a disponibilizar gratuitamente a terapia antirretroviral altamente ativa e participou de estudo que relatou a eficácia da profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir a infecção em homens que fazem sexo com homens (HSH) e em mulheres trans. A conclusão é de editorial publicado na semana passada (18) pela revista científica The Lancet HIV.
O editorial cita estudo segundo o qual o uso da PrEP com emtricitabina oral diária e fumarato de tenofovir disoproxil é eficaz entre HSH e mulheres trans vulneráveis ao HIV. O texto também cita outro ensaio liderado pela pesquisadora brasileira Beatriz Grinsztejn indicando a eficácia da PrEP e sua boa adesão entre essa população. Para a publicação, tal estudo pode ser catalizador para que os demais países da região implementem a PrEP.
A revista lembra que as epidemias de HIV na América Latina e em grande parte do Caribe estão altamente concentradas entre homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, com as taxas de infecção nessas populações permanecendo altas desde 2010.
O Peru é um caso ilustrativo, com aproximadamente 0,3% dos adultos entre 15 e 49 anos na população geral vivendo com o HIV, mas com uma taxa de prevalência de 15,2% entre HSH e de 13,8% entre mulheres trans.
No México, as estatísticas são ainda piores, com uma prevalência geral de HIV de 0,2% versus 17,1% entre HSH e de 20% entre mulheres trans. No entanto, em 2018, poucos países da América Latina e do Caribe incluíram a PrEP em seus planos nacionais de prevenção do HIV. Fonte ONUBr (#Envolverde)