“O muro da USP é incompatível com a cidade moderna e reforça a ideia de que a Universidade deve ser isolada e estar segregada da sociedade. A nossa gestão procurou adotar uma política inversa, derrubando os diversos muros que nos separam da sociedade e buscando uma integração com todos os seus setores – governo, empresários, movimentos sociais. Derrubar o muro da raia e expor a Universidade para aqueles que passam pela Marginal Pinheiros, simbolicamente, mostra aos paulistanos e paulistas que a USP não é algo isolado, ela é propriedade da população do Estado de São Paulo”, afirmou o reitor Marco Antonio Zago.
Para o prefeito João Doria, “a ideia é devolver um pouco do território da USP para a cidade de São Paulo, aumentando a visibilidade dessa área de uma forma integrada com a sociedade, colocando-a no dia a dia daqueles que utilizam a Marginal Pinheiros, considerada a via de maior fluxo não só da cidade, mas de toda a América Latina”.
O projeto é assinado pelo escritório de arquitetura Jóia Bergamo e conta com o apoio e coordenação do diretor-geral do Shopping D&D e ex-presidente da Casa Cor, Angelo Derenze. Segundo Jóia Bergamo, “a cidade não terá apenas um muro de vidro, ela terá uma vitrine da USP, porque a USP é linda. O projeto visa a humanizar a Marginal Pinheiros e trazer para as pessoas que passam ali, no seu dia a dia, um pouco da beleza, do verde. Esse é o nosso presente”.
O muro será substituído por um painel de 2,2 km de extensão, feito por alumínio e vidros suspensos com a ajuda de uma barreira de concreto. Serão quatro metros de altura: três metros de vidro e um metro de concreto. O isolamento acústico é considerado igual ou superior ao do muro de concreto existente e todo o material utilizado é 100% reciclável. O material que será utilizado é cinco vezes mais resistente que o vidro comum, com 10 milímetros de espessura e película de proteção. Em caso de quebra, o vidro se fragmenta em pequenos pedaços que ficam aderidos na película. A reflexão se mantém dentro das normas de similaridade dos para-brisas dos carros.
O projeto prevê também a revitalização de toda a área da raia olímpica, que será beneficiada com a instalação de câmeras de monitoramento, paisagismo e iluminação por LED. O objetivo é valorizar a beleza da natureza do local.
O custo total, orçado em R$ 15 milhões, será assumido pelas empresas parceiras, como a operadora de saúde Prevent Sênior e as empresas GCL Brasil, Estrutec Engenharia, Falcão Bauer, Guardian Vidros e Espelhos, Tempermax, Ci&Lab, Votorantim/CBA, Magna Studio, Farah Service e Frances Alves. “Nós não estamos privatizando a USP. O apoio da iniciativa privada é muito simbólico, porque significa que a sociedade participa dos projetos da Universidade, atendendo aos nossos interesses”, defendeu Zago.
A previsão é que a obra seja iniciada em setembro para ser entregue na semana do próximo dia 25 de janeiro de 2018, data do aniversário tanto da cidade de São Paulo quanto da USP. Para não atrapalhar o trânsito na Marginal e garantir a segurança de motoristas e frequentadores, os trabalhos de substituição do muro serão feitos de forma gradual, durante o período da noite.
Veja como ficará o muro de vidro da raia olímpica da USP: