No contexto global da Covid 19, o Mês da Terra adquire um significado especial que leva à reflexão sobre os tempos que virão. Exploradores da National Geographic fazem parte da conservação global com suas próprias mensagens de aprendizado e esperança para o planeta.
Neste ano, o mundo inteiro comemorou o quinquagésimo Dia Internacional da Terra em circunstâncias inéditas. Essa data tão especial para o meio ambiente nos encontra mais conectados do que nunca como comunidade global, atravessando juntos uma pandemia que, em todos os continentes, já transformou completamente a forma em que vivemos.
Inevitavelmente, nós seres humanos estamos perguntando-nos o que podemos fazer para aprender daquilo que está acontecendo e que medidas podem ser adotadas para proteger-nos e proteger nosso planeta – nos anos que virão.
Com essa premissa, e atentos ao contexto atual, quatro exploradores latino-americanos do National Geographic que, como conservacionistas e amantes da natureza, trabalham diariamente para cuidar do meio ambiente, apoiar a proteção dos habitats e a vida selvagem e a reduzir os impactos que a atividade humana exerce sobre eles, revelam aprendizados desta pandemia, que consideram chave, ao mesmo tempo em que compartilham mensagens de esperança para a era pós Covid-19.
Aprender da pandemia
“Essa situação ensina para nós que a ciência é o bem humano mais apreciado, o conhecimento puto construído ao longo de séculos e que nos permite entender a situação atual, como superá-la e como aprimorá-la. Além disso, permite-nos perceber que o ser humano, como ser natural, depende física e psicologicamente do contato com a natureza. A conexão que perdemos necessita ser restabelecida.” – Leonardo Lanna.
“O impacto desta pandemia têm muito a ver com a forma insustentável com que temos manejado os recursos naturais: temos incrementado a possibilidade de transmissões de vírus não conhecidos entre as espécies reservatórios de vírus e a espécie humana, e incrementamos as emissões atmosféricas como resultado do desenvolvimento econômico, fazendo com que as pessoas que moram nas urbes sejam mais vulneráveis. Estamos diante de uma grande oportunidade para perceber que o mais importante é a vida mesmo e que isso é o que tem que levar-nos a ser melhores pessoas, porque a saúde humana e a saúde dos ecossistemas são incindíveis, e veremos se somos capazes de ser melhores vizinhos neste planeta, para poder melhorar a qualidade de vida, não só dos animais, mas também das pessoas.” – Pablo Borboroglu.
“Foram registradas imagens impressionantes da fauna selvagem movendo-se à vontade em diversos ambientes, por causa da ausência dos humanos. Tomara que sejamos conscientes e, no futuro, promovamos uma convivência pacífica e um respeito pela natureza, que tem dado para nós um grande ensino durante esses tempos tão difíceis.” – Rosamira Guillén.
Os guardiões da Terra
Na cruzada por conscientizar a população mundial sobre a importância de proteger a Terra na era pós Covid-19, as novas gerações exercem um papel chave. Inspirar e educar crianças e adolescentes para agirem pelo planeta é a ferramenta mais poderosa que a humanidade tem para garantir o seu bem estar e futuro. Esse desenvolvimento da consciência e dos valores da conservação da natureza deve ser construído em conjunto entre as gerações atuais e futuras.
“Educar os mais jovens é a melhor oportunidade que nós temos para gerar mudanças significativas a futuro na forma em como os humanos se relaciona com o mundo natural. Se aumentarmos o conhecimento deles sobre as espécies, porque são importantes para nós e de que forma podemos contribuir para sua conservação, por exemplo, com certeza teremos uma melhor oportunidade para gerar mudanças de atitude e de comportamento quando essas crianças forem adultas.” – Rosamira Guillén.
“É particularmente importante que os jovens protejam a biodiversidade porque daqui a pouco eles serão os que tomam decisões. Garantir seu interesse e paixão pelo mundo natural é absolutamente crucial.” – Rodrigo Medellín.
“Felizmente, as crianças e adolescentes já são guardiões do ambiente. As novas gerações possuem o tema ambiental em seu DNA. E não somente os jovens que se dedicam a trabalhos meio ambientais, mas também os que trabalham na economia, engenharia e outras disciplinas. Todos eles estão pensando constantemente sobre como conduzir suas vidas minimizando o seu impacto no planeta.” – Pablo Borboroglu.
“A mudança deve começar em nós. Muitas vezes falamos sobre como a vida das gerações futuras terá que ser diferente, porém, temos que superar também esse receio de mudar as nossas vidas. A vida tem que ser diferente agora. Necessitamos de mais guardiões na nossa geração. E, certamente, é muito importante inspirar futuras gerações. As crianças, notadamente, são muito mais curiosas e despidas de preconceitos. Nesse cenário, com cada vez mais crianças longe da natureza, necessitamos inspirar essa curiosidade, para que fiquem encantados pela vida no nosso planeta.” – Leonardo Lanna.
Leonardo Moutinho Lanna (Brasil)
Estudante de biologia, fundador do “Projeto Mantis”, um programa que objetiva mostrar às pessoas que surpreendente e interessante o mundo dos micro insetos pode ser. É fotógrafo da vida selvagem, poeta e nascido no Rio de Janeiro.
Para conhecer mais sobre o projeto acesse: www.projetomantis.com e @ProjetoMantis no Facebook e Instagram.
Pablo García Borboroglu (Argentina)
Doutor em ciências biológicas, ele é fundador e presidente da Global Penguin Society, uma aliança da conservação internacional que protege as espécies de pinguins do mundo. Também é pesquisador do Conselho de Pesquisa Cientifica da Argentina. Dedicou 25 anos ao campo da conservação marinha, com especial ênfase nos pinguins. Entre outros projetos, coordenou um programa focado nas escolas e comunidades locais próximas de colônias de pinguins no Chile, Equador e Argentina.
Para conhecer mais sobre o projeto acesse: www.globalpenguinsociety.org e @GlobalPenguinSociety no Facebook e Instagram.
Rodrigo Medelín (México)
É Explorer-At-Large da National Geographic, professor titular de Ecologia no Instituto de Ecologia da Universidade Nacional Autônoma do México. É fundador do Programa para a Conservação dos Morcegos do México, diretor da Rede Latino-americana para a Conservação dos Morcegos e copresidente do Grupo de Especialistas em Morcegos da União Mundial pela Natureza.
Para conhecer mais, www.bioconciencia.org.mx, e no Facebook facebook.com/rodrio.a.medelin, no Instagram @Rodrigomedellin1223.
Rosamira Guillén (Colômbia)
Arquiteta paisagista, desenhadora ambiental e conservacionista colombiana, ela é cofundadora e diretora executiva da Fundação Projeto Tití, uma organização dedicada à proteção e conservação de primatas nativos em maior perigo da Colômbia: o sagui cabeça de algodão.
Para conhecer mais sobre o projeto acesse: www.proyecotiti.com e @Proyectotiti no Facebook e Instagram.
Clique no link para acessar informações temáticas sobre o Mês da Terra
www.nationalgeographical.com/
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