Sociedade

Entidade lança campanha Zero Fósseis e quer sociedade engajada

Cientistas de todo o mundo afirmam que nos próximos três anos haverá um declínio significativo no uso de combustíveis fósseis para evitar as piores consequências das alterações climáticas. Em todo o mundo, comunidades estão agindo para confrontar aqueles que lucram com o caos climático, e para promover alternativas justas de geração de energia, lideradas pelas próprias populações.
Foi com esse intuito que a 350.org lançou a nova campanha global Zero Fósseis.
O objetivo é devolver o poder às pessoas com relação às decisões sobre empreendimentos que as afetam diretamente – e o futuro que desejam. O objetivo é dar apoio de todos os tipos, com ferramentas de mobilização online e off-line, a grupos locais no combate aos combustíveis fósseis em todo o mundo, rumo a uma matriz energética 100% renovável, livre, limpa e acessível para todos.
Segundo a entidade, a campanha Zero Fósseis exige que seus alvos locais se comprometam a realizar uma transição justa e imediata rumo a 100% de energia renovável e livre para todos, não aprovar mais nenhum novo projeto com combustíveis fósseis e retirar todos os investimentos em energias sujas.
“A importância é clara e a inspiração está ao alcance dos olhos. O vídeo de lançamento da campanha traz exemplos reais do que pode acontecer quando pessoas se mobilizam para fragilizar as estruturas da indústria fóssil, exigindo que, no lugar dela, tenhamos uma realidade alternativa mais saudável. Um mundo onde conseguimos evitar o pior cenário dos impactos climáticos e nos livramos de empresas que alimentam e financiam casos de corrupção em diversos níveis, além de causar a destruição do planeta e obstruir ativamente qualquer possibilidade de solução”, destacam seus dirigentes.
O 350.org toma como exemplo Atimonan, nas Filipinas. Ao saber dos planos para uma nova usina de carvão, religiosos perguntaram: por que, em vez disso, não colocamos o dinheiro na energia solar? Tendo consciência de que a passividade significaria ser cúmplice de uma injustiça, os líderes locais assumiram as rédeas e se mobilizaram para reivindicar a alternativa que sabiam ser viável. A instalação de painéis solares forneceu evidências claras do poder que a comunidade tinha em mãos.
No Brasil, a comunidade de Peruíbe, município no litoral de São Paulo, se deparou com a ameaça de uma usina termelétrica movida a gás, que pretendia ser uma das 50 maiores do mundo – o que os moradores sabiam que provocaria danos socioambientais irreversíveis. Meses de campanha ativa contra o projeto culminaram em uma votação acalorada na câmara de vereadores local. Os depoimentos da população engajada ajudaram a conscientizar os vereadores, que aprovaram uma emenda à lei municipal, vetando a instalação de indústrias poluentes, o que afastou de forma bem-sucedida a ameaça à uma bela vida marinha e área de conservação.(#Envolverde)