Sociedade

Envolverde: Profissionais de diversas áreas debatem questões do meio ambiente e fake news

Por Igor Guedes para o Rudge Ramos Online –

Na Semana da Água, o Talks Culturais fala sobre fake news e o meio ambiente. O debate teve a  participação do jornalista Reinaldo Canto, Débora Salles, professora de comunicação da UFRJ, e André Borges, repórter do jornal O Estado de S. Paulo. Para o jornalista  André Borges, a questão das fake news e como é disseminado notícias falsas sobre o meio ambiente, mostra que ela é institucionalizada na área ambiental. “É um combate que você faz diretamente com aqueles que deveria preservar e valorizar o dado cientifico, e o que vemos hoje desde do início do governo Bolsonaro, é justamente o desmonte disso tudo.”

Ainda, de acordo com Borges, a descrença das informações sobre o meio ambiente, reafirma o papel que deve existir na transparência do poder público. “É uma descredibilização das instituições, entidades, poder público, e mídia, além dos pesquisadores. Isso vem de bastante tempo, e ocorre faz alguns anos quando existiu uma descrença no que seria a democracia, de trazer benefício para todos e teve grupos políticos que ficaram desse lado e perderam o seu protagonismo. André, alerta sobre as questões climáticas e os danos que causam para produtores, ele explica os impactos na agricultura. “Estamos vendo agora, a quebra de quase metade da safra da região sul, perdidas, as chuvas completamente descontroladas nas regiões produtoras, no Mato Grosso que é um grande seleiro brasileiro com prejuízo de centenas ou bilhões para o setor, isso é clima e meio ambiente, o uso descontrolado, desrespeito a natureza, não é possível mais negar isso, é inacreditável que ainda tenha resistência e falem em expansão da área agrícola no Brasil. ”

Para Débora Salles, professora de comunicação da UFRJ ( Universidade Federal do Rio de Janeiro), fake news são um sistema organizado, e ela explica como isso funciona: “Desinformação é mais que fake news, estamos lidando com uma estrutura que tem algumas características bem especificas que vão além da produção de notícias, tem um centro de produção de conteúdo, e a disseminação disso, esse sistema tem um financiamento sustentável, pois quando estamos falando dos problemas de notícias falsas faz parte de uma aparelho que gera lucro com o objetivo de manipular a opinião pública.”

Salles, relata que notícias falsas faz com que a população acredite em narrativas sem fundamentos sobre o meio ambiente, e cobra do governo uma postura. “Aqui no Brasil colocam a culpa nos povos tradicionais, os grupos indígenas, são acusados de estarem fazendo um complô com ideologia de esquerda e que defende um mundo que está tentando tirar a produção do país, então o agro é colocado no meio dessa narrativa conspiratória, e eles se aproveitam dessa tentativa de descrédito da mídia e da ciência e os dados do governo são de difícil acesso.”

Reinaldo Canto, jornalista da Envolverde, explica que temos que abrir os olhos para algumas mudanças climáticas. “Incrível como a dificuldade que os fatos, eles têm aparecido e cada vez com mais força em relação a mudança climática e o aquecimento global, fenômenos globais extremos e mesmo assim continua existindo uma resistência enorme de setores econômicos, é uma coisa muito complicado. ”

Os especialistas, finalizam com um consenso que é papel do governo colaborar com a transparência, e a verdade dos fatos, e que muitas vezes isso é deturpado e destorcido causando desinformação e prejudicando ações que poderiam ajudar o meio ambiente.

*Esta reportagem foi produzida por estagiários da Redação Multimídia da Universidade Metodista de São Paulo.