Por Leno F. Silva –
Tenho críticas ao investimento de recursos expressivos em um único evento, por que defendo políticas consistentes e continuadas de apoio e de valorização da cultura, para que os cidadãos da cidade de São Paulo tenham condições de usufruir de distintas expressões artísticas todos os dias e em todas as regiões desta metrópole.
Feita essa breve consideração, vale dizer que é muito bom ver São Paulo ocupada por centena de atrações, principalmente musicais que tomaram conta do último final de semana em mais uma edição da Virada Cultural. Espalhadas por todas as de Sampa e com apresentações para todos os gostos, pelo menos no Centro, por onde circulei, foi um verdadeiro festival das diversidades, com a população ocupando as ruas e avenidas e se divertindo juntos.
Das 22 horas do sábado às 7h30 do domingo, vi três shows bacanas: Marcelo Jeneci e Laura Lavieri; Otto e Baby do Brasil, ambos no SESC Consolação, e Língua de Trapo no Theatro Municipal de São Paulo.
Entre a saída do SESC e a ida em Direção ao Centro Velho, as ruas estavam repletas de pessoas de faixas etárias e de classes sociais variadas: sozinhos, ou em grupo; casais, duplas, e tribos de diversas tendências seguiam para destinos diferentes em função das preferências de estímulos musicais.
Enquanto aguardava o horário para ficar na fila do show histórico do grupo Língua de Trapo, marcado para as seis da manhã do domingão, percorri dois palcos: um de música instrumental na Rua Barão de Itapetininga e outro dedicado ao forró, na Praça da República.
É inegável que a ideia de realizar 24 horas de atividades artísticas é muito boa. O desafio, como disse acima, é garantir políticas públicas perenes. Outro aspecto que vale destacar é a parceria de realização entre a Prefeitura de São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo e o SESC, entre outras instituições as quais, juntas, ofereceram as condições para que o povo desta cidade e aqueles que vieram por causa do evento, pudessem circular pelas diferentes localidades com rapidez, segurança e conforto.
Havia tempo que não passava a madrugada na rua. Embora só de filas para a retirada de ingressos registrei mais de quatro, valeu a pena a experiência e a alegria de assistir as atrações e ver tanta gente transitando pelas artérias de Sampa por pura diversão. Por isso, sempre: mais amor, por favor, e uma cidade para todos. Até a próxima.
Serviço:
Saiba mais:
facebook.com/viradaculturaloficial
www.viradacultural.prefeitura.sp.gov.br
(#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.