Aproximadamente 200 pessoas compareceram ao lançamento nacional da obra, em Brasília. Iniciativa faz parte do trabalho de popularização da Ciência da escritora e bióloga Nurit Bensusan.
Com ilustrações que conquistaram crianças e adultos, o livro 7 Histórias de Paisagens e Uma Biografia, da editora Mil Folhas e Três Joaninhas (ligada ao Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB) foi lançado no último dia 10, em Brasília (DF). De autoria da bióloga brasiliense Nurit Bensusan, a obra faz uma contextualização histórica e cultural das principais paisagens pelo mundo, desconstruindo clichês e destacando a importância da conservação desses espaços, independente das áreas terem sido transformadas pelas atividades humanas. Na ocasião, foi comemorado o primeiro ano da editora Mil Folhas, especializada em temas socioambientais, e os 18 anos do IEB.
Autora de mais de 15 títulos técnicos sobre Ciência e meio ambiente, e seis livros infanto-juvenis, Nurit Bensusan se diz instigada com a grande repercussão de sua nova obra. O livro 7 Histórias de Paisagens e Uma Biografiadestaca os principais processos de transformação das paisagens, passando pela savana africana, a Amazônia, os bosques de Minnesota, Tierra del Fuego (ilha localizada ao sul da Patagônia) e Madagascar.
“Mais do que atingir minhas expectativas, acho que elas foram até superadas. Acredito que o livro vendeu tanto porque essas ilustrações são sensacionais e também porque o texto realmente está espelhado nelas. Esse livro, talvez mais do que qualquer outro que eu tenha escrito na minha vida, conta com uma ilustração que está umbilicalmente ligada ao texto e como elas são muito legais, acho que desperta ainda mais o interesse das pessoas pelas histórias das paisagens”, avalia a autora.
Diante dos bons resultados durante o lançamento, que reuniu pelo menos 200 pessoas em um café de Brasília, a autora não descarta a possibilidade de concorrer futuramente a premiações literárias. Em 2012, Bensusan lançou o livro-jogo Rio + 20, +21, +22, +23… na abertura da conferência internacional e com os títulos Quanto Dura Um Rinoceronte? (2012) e Labirintos – Parques Nacionais (2012), concorreu ao Prêmio MalbaTahan, da Fundação Nacional do Livro Infanto-juvenil (FNLIJ), conquistando o primeiro lugar na categoria Informativo para o Labirintos – Parques Nacionais, e o selo Altamente Recomendável para Quanto Dura Um Rinoceronte?. Em 2013, Nurit destacou-se nacionalmente como finalista do prêmio Jabuti, com Labirintos – Parques Nacionais. Sua última obra destinada ao público infanto-juvenil, Dividir Para Quê? – Biomas do Brasil, foi lançada em outubro de 2015.
“A gente vai se candidatar ao Prêmio da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, com o Dividir Para Quê? – Biomas do Brasil; e vamos inscrever agora esse. Vamos aguardar o ano que vem, tem aí o prêmio Jabuti, tomara que tenhamos bons resultados. Também acho que esses livros têm grande chance de ganharem prêmios de Ilustração e Design.”, comenta.
Sintonia em cores
Com cores fortes, formas geométricas e animais detalhados, a tão elogiada ilustração da obra, assinada pela artista plástica e ilustradora carioca Ana Cartaxo, tem chamado a atenção dos leitores. Durante o lançamento, ela expôs parte das 34 gravuras em aquarela que preenchem os espaços das 60 páginas do livro e comentou a sintonia com Nurit Bensusan e o escritório de design Grande Circular, responsável pelo projeto gráfico do livro.
“A gente (Ana e Nurit) já vem trabalhando juntas há alguns anos e a sintonia vai afinando a cada projeto que a gente faz. Nesse projeto pareceu que estávamos lendo o pensamento uma da outra. Também foi delicioso trabalhar com o pessoal do Grande Circular”, afirma. “A expectativa agora é ganhar o mundo”, brinca. “Quero continuar fazendo projetos desse tipo com ela”, conclui.
Acompanhada da colega Judith Zuquim, a psicóloga Angela Jacklane Martins Cabral prestigiou o lançamento e elogiou autora e obra.
“Acho que a forma com que ela se propôs a fazer o livro e o trabalho artístico da Ana Cartaxo tornam ele um meio mais acessível para se tratar assuntos que são tão importantes e que são muito falados, mas que precisam despertar mais consciência. É preciso sair do discurso e ir para a prática. O trabalho dela é muito relevante, aprovei”, diz.
Reconhecimento
Durante o evento foi comemorado o aniversário de 18 anos do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), que desenvolve e fortalece ações voltadas para a sustentabilidade e a conservação do meio ambiente. De acordo com Nurit Bensusan, que participou da trajetória da ONG entre 2006 e 2008, e atua como consultora até a atualidade, a criação da editora Mil Folhas (há um ano) e do selo Mil Folhas e Três Joaninhas (voltada publicações infanto-juvenis) têm contribuído cada vez mais para o avanço da sociedade na temática socioambiental.
“O IEB é uma instituição muito bacana porque ela trabalha com a ideia de fortalecer instituições e capacitar pessoas para que façam a diferença nessa área socioambiental. Não são muitas instituições que apostam nisso, que acabam sendo uma atividade ‘meio’ e não ‘fim’.”, avalia Bensusan.
Maria José Gontijo, diretora executiva do IEB, faz um balanço positivo dos anos de trabalho desenvolvidos em Brasília, Belém e Sul do Amazonas, com projetos que gravitam em torno de três eixos temáticos: Apoio à pesquisa, formação e capacitação; Fortalecimento institucional; e Manejo de recursos naturais e gestão territorial.
“Estamos sempre aprendendo que não basta treinar e capacitar as comunidades e depois ir embora. É preciso estar lá acessível. O balanço é muito positivo, pois percebemos todos os dias que as gentes amazônicas são capazes de fazer a luta coletiva cada um e cada uma na briga pela terra, por políticas inclusivas. O IEB só ajuda se fazendo presente e dando voz. Os vetores da mudança são as próprias comunidades.”, comenta.
Sobre a recente criação da editora Mil Folhas pelo IEB, Gontijo explica que, assim como os demais trabalhos desenvolvidos pela instituição, a intenção é colaborar com a construção de uma sociedade mais justa e orientada por valores humanos.
“É um caminho longo que, para ser consistente precisa ser trilhado coletivamente. A Editora Mil Folhas foi um sonho acalentado há bastante tempo e que se tornou realidade. Agora, a Mil Folhas e Três Joaninhas trouxe um desafio novo, mas muito gostoso: falar de meio ambiente, sustentabilidade, biodiversidade para quem vai ser adulto amanhã. Nossa pretensão é influenciar os corações e as mentes desses novos adultos para que eles façam pelo planeta o que nossa geração não fez.”, afirma.
Sobre Nurit Bensusan:
Bióloga e engenheira florestal, pós-graduada em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Hebraica de Jerusalém, mestre em Ecologia e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). É criadora da Biolúdica, oficina de jogos com temas biológicos voltada para crianças e adolescentes. Participa também do coletivo de ideias Biotrix. Possui mais de 15 livros publicados, entre eles Biodiversidade: é para comer, vestir ou passar no cabelo (IEB); Meio Ambiente: e eu com isso? (Ed. Peirópolis); Quanto dura um rinoceronte? (Ed. Peirópolis) ;Seria melhor mandar ladrilhar? (Editora Universidade de Brasília e Peirópolis) e A diversidade cabe na unidade: áreas protegidas no Brasil (Ed. Mil Folhas). Seu livro Labirintos: parque nacionais (Ed. Peirópolis) ganhou o Prêmio MalbaTahan da Fundação Nacional do Livro Infanto-juvenil (FNLIJ) e foi finalista do prêmio Jabuti, em 2013. Foi responsável pela área de biodiversidade e coordenadora de políticas públicas do WWF Brasil, coordenadora de biodiversidade no Instituto Socioambiental e coordenadora do núcleo de gestão do conhecimento do Instituto Internacional de Educação do Brasil. Hoje é professora visitante da Universidade de Brasília.
Detalhes do livro:
Classificação: livre
Valor do livro: R$ 60,00
Pontos de vendas: Livraria da Editora Mil Folhas
Mais informações: http://www.iieb.org.br/