Sociedade

Livro da Embrapa que discute papel do Brasil na geopolítica do alimento é finalista do Prêmio ABEU

Acesse aqui para fazer download da publicação “Geopolítica do Alimento: o Brasil como fonte estratégia de alimento para a humanidade”

O livro “Geopolítica do Alimento: o  Brasil como fonte estratégica de alimentos para a humanidade”  é um dos finalistas da 6ª Edição do Prêmio ABEU, promovido pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias, na categoria Ciências da Vida. A publicação tem como editores técnicos os pesquisadores da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) da Embrapa, Pedro Abel, Elísio Contini, Gilmar Henz e Virgínia Nogueira. Entre os finalistas estão dois outros livros editados pela Fiocruz e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Com 40 autores, 20 capítulos e disponível gratuitamente na internet, a obra pretende contribuir para melhor compreensão sobre as relações de poder entre os países e as condições de competição no mercado mundial do agronegócio. A obra é resultado de parceria com o Fórum do Futuro.
Entre os autores, estão especialistas de instituições de pesquisa como a Embrapa, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e de instituições como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Grupo de Países do Cone Sul (GPS), além de universidades públicas como Unicamp, USP, UFRJ, UniRio e UnB.

Também destaca-se a participação de três ex-ministros na elaboração dos capítulos: Alysson Paulinelli, Roberto Rodrigues (Agricultura) e José Botafogo Gonçalves (Indústria e Comércio) e do ex-presidente e um dos fundadores da Embrapa, o pesquisador Eliseu Alves.

Lançada em 2019, a publicação aborda temas contemporâneos relacionados à produção de alimentos no Brasil e sua inserção no mercado internacional, sob o ponto de vista geopolítico, incluindo questões relacionadas ao trabalho, à comunicação, regulamentos, desperdício de alimentos, entre outros.

“A seleção do livro como finalista mostra que a escolha do tema foi acertada. O Brasil se tornou um grande produtor e exportador de alimentos e, neste contexto, a produção de informações transversais que possibilitem uma análise mais profunda sobre o assunto é estratégica. Por isso temos uma pluralidade de autores, dos mais diversos campos do conhecimento, entre economistas, agrônomos, filósofos, jornalistas”, afirma um dos editores técnicos, o pesquisador da Embrapa, Gilmar Henz.

Entre os temas tratados, destaca-se a relação da produção e distribuição de alimentos e sua relação com a paz entre as nações. “Um ambiente favorável à paz entre as nações só é possível mediante a disponibilidade de oferta que assegure a entrega de alimentos em volume e qualidade compatíveis com a demanda e, em conseqüência, oferecidos a preços acessíveis”, afirmam os autores Alysson Paulinelli e Roberto Rodrigues, ex-ministros da Agricultura que assinam o primeiro capítulo da publicação.

“Com o advento da pandemia da Covid-19 fica bem clara a preocupação dos países em assegurar estoques que garantam a segurança alimentar de suas populações e a importância da autossuficiência na produção de alimentos”, contextualiza Henz, lembrando, ainda, que o Prêmio Nobel da Paz de 2020 foi para o Programa Mundial de Alimentação da ONU. “O que reforça a tese dos ministros de que alimento é sinônimo de paz”, complementa.

Para Pedro Abel, pesquisador da Embrapa e também editor técnico da publicação, o Brasil desenvolveu as capacitações básicas para sustentar o crescimento da agricultura e atender as expectativas de atender, de modo sustentável, parte da demanda futura de alimentos. Mas este jogo não é disputado apenas com base nas competências básicas, disponibilidade de terras, tecnologia e know-how. Envolve também uma dimensão política, que no final determina as regras do jogo e as condições de competir no mercado mundial. “A reflexão proposta é se o país está de fato preparado ou, pelo menos, se preparando para o jogo da política internacional que, cada vez mais, afeta o comércio agrícola internacional e tem na reputação a sua base”, afirma

Prêmio ABEU

A diretoria da ABEU e a Comissão Organizadora do 6º Prêmio ABEU divulgaram, no dia 19/10, os finalistas da premiação. Este ano, as editoras universitárias e de instituições de pesquisa puderam submeter suas obras em 8 categorias: Ciências Humanas, Ciências Sociais, Ciências da Vida, Ciências Naturais e Matemáticas, Ciências Sociais Aplicadas, e Linguística, Letras e Artes.

O objetivo da ABEU é incentivar a qualificação das publicações editoriais universitárias e fomentar a produção técnico-científica, em relação tanto à excelência dos conhecimentos veiculados pelos títulos, quanto à concepção estética das edições.

Por conta da pandemia de Covid-19, não será realizada a cerimônia presencial para a entrega dos troféus, como de costume. No lugar do evento, os vencedores de cada categoria serão anunciados em uma live transmitida pelo canal da ABEU no YouTube, no dia 26 de novembro, a partir das 19h. (#Envolverde)

apoie