Dr. Edwin O. Willis, o Prof. Willis, como era conhecido no Câmpus da Unesp de Rio Claro, foi ornitólogo e professor no Departamento de Zoologia. Era um ávido estudante de aves desde sua infância, e direcionou sua carreira profissional para o estudo das aves.
Em 2005, depois de 28 anos de trabalhos como professor de zoologia na Unesp, Câmpus de Rio Claro, foi aposentado compulsoriamente, sendo na ocasião figura conhecida por suas caminhadas à procura de aves, tanto no campus, como no Lago Azul, na Fazenda São José ou no Horto Florestal de Rio Claro ou Itirapina.
Tendo sua saúde comprometida pela artrite que o incomodava desde cedo em sua vida, caminhava com dificuldade, mas era persistente e aplicado em seus estudos. Nos anos 2010, depois de 2 quedas em 2 anos consecutivos, ficou impossibilitado de andar, mas continuou suas observações de sua cadeira e auxiliado por sua esposa, Yoshika.
Com as complicações decorrentes desta condição, veio a falecer em abril de 2015. Na ocasião, era mundialmente famoso, juntamente com sua esposa, pelos seus estudos ímpares pela dificuldade e o desafio que era estudar as aves seguidoras de correição. Até hoje, não se encontrou alguém a aceitar tal desafio, tal a dificuldade e a dedicação que é necessária para tal estudo.
Seus relatos, suas monografias acerca da história natural das aves de matas tropicais são ímpares. Mais importante se tornam quando vemos a todo dia, a mata sendo devastada por donos de serraria, de propriedades enormes com matas luxuriantes devastadas por cobiça ao dinheiro, posição ou status. Hoje em dia, poucos no Estado de São Paulo conhecem as formigas de correição, porque elas desapareceram das matas aqui; o estado tendo menos de 3 % de sua área coberta por vegetação natural.
Prof. Willis, como resultado de seus estudos, publicou e batalhou para a preservação das matas do Brasil, tendo uma certa ocasião, ido até Brasília, solicitar ao então Secretário do Meio Ambiente, Dr. Paulo Nogueira Neto, a preservação de um trecho de mata na região de Santo Amaro, na Bahia para proteção de várias espécies de aves, em especial dois thamnofilídeos, o papa-taóca-da-bahia, Pyriglena atra e o gravatazeiro, Rhopornis ardesiacus.
Presentemente, Yoshika Oniki-Willis , sua esposa e companheira de pesquisa por quase 45 anos, em sua homenagem, esta tentando terminar e tornar público os manuscritos e os rascunhos deixados por ele. Desde 2015 ela publicou 7 de seus trabalhos (um deles de co-autoria com ela) e um livro na Alemanha com uma coleção de 6 trabalhos dele, mais duas traduções para o inglês (ambos de co-autoria com ela).
O livro publicado na Alemanha em 2017, está em inglês, é denominado “Collection of Papers by Edwin O. Willis and Yoshika Oniki-Willis” e consta dos seguintes trabalhos:
– On the shady origins of bipedalism and endothermy in birds.
– Birds last: Avoiding zoological zigzags.
– Statistics, gringos and woodpecker toes.
– Birds at two human used parks on the Itirapina Chapada, São Paulo State, Brazil.
– A second look at the birds of the Fazenda São José Forest, 1982-2005.
– Could natural corridors slow down “bandit transit?”.
– Dust-bathing in sparrows: still a mystery (YO-Willis – EOWillis)
– Bird bathing in a natural tree cavity (YO-Willis – EOWillis)
Fonte Unesp (#Envolverde)