ODS 2

Mais da metade dos supermercadistas brasileiros não reportam qualquer número referente ao compromisso público de venderem apenas ovos livres de gaiola

Mais da metade dos supermercadistas brasileiros não reportam qualquer número referente ao compromisso público de venderem apenas ovos livres de gaiola

A Alianima, organização sem fins lucrativos dedicada a promover melhorias de bem-estar animal nas cadeias produtivas, divulgou hoje a primeira edição do relatório “Observatório do Ovo”, que avalia o progresso de supermercadistas brasileiros na transição para a venda exclusiva de ovos livres de gaiolas até 2028 ou antes. A pesquisa revela que, apesar dos avanços significativos por parte de algumas redes, 74% das empresas não responderam ao relatório com informações claras sobre suas metas e progressos.

O relatório é resultado do trabalho da organização em monitorar e divulgar o cumprimento dos compromissos públicos em bem-estar animal assumidos por supermercadistas brasileiros. Desde 2015, aproximadamente 200 empresas dos setores alimentício e de hotelaria assumiram o compromisso de utilizar e vender apenas ovos produzidos por galinhas criadas em sistemas livres de gaiolas. Dentre as empresas comprometidas, os supermercadistas ganham destaque, sendo o setor com maior alcance populacional, através das lojas físicas ou e-commerces.

“O prazo para a transição completa para ovos livres de gaiolas está se aproximando, e é crucial que as empresas mostrem transparência e responsabilidade para com os consumidores e a causa do bem-estar animal. Nosso relatório evidencia que há um longo caminho a ser percorrido, especialmente em termos de comunicação e compromisso.”, comenta Patrycia Sato, Diretora técnica da Alianima.

De acordo com os dados coletados pela organização, apesar do compromisso público de transição para ovos cage-free até 2028, muitas redes, incluindo Cencosud, Sonda e Záffari, falharam em fornecer atualizações claras e regulares sobre seu progresso.

Por outro lado, redes que responderam ao relatório, como Carrefour e GPA, apontaram alguns desafios na transição para ovos livres de gaiolas, dentre eles, os regionais. As regiões Norte e Nordeste enfrentam maiores dificuldades devido à baixa oferta de ovos livres de gaiolas e altos custos de transporte — tornando a transição mais complexa. Conheça o ranking de varejistas e atacadistas do Observatório do Ovo:

Entre as principais recomendações, a Alianima sugere que as empresas supermercadistas:

  • Aumentem a Transparência: Empresas devem fornecer relatórios anuais detalhados sobre o progresso de suas metas de transição para ovos cage-free.
  • Amplifiquem a Comunicação: É essencial que as empresas comuniquem claramente seus compromissos e avanços para os consumidores.

De acordo com a organização, a regulamentação do setor é fundamental. Patrycia Sato destaca que a falta de regulamentação oficial é um desafio significativo e órgãos governamentais devem estabelecer padrões mínimos de boas práticas de criação na avicultura de postura 

“A Alianima reforça o compromisso em monitorar o progresso das empresas que se comprometeram publicamente em adotar políticas de bem-estar animal”, destaca Patrycia Sato. “Estamos comprometidos em manter a pressão sobre as redes supermercadistas para que cumpram suas promessas e avancem na direção de um futuro mais ético e sustentável com os animais na indústria alimentícia.”, conclui a Diretora técnica da Alianima.

Clique aqui para acessar o relatório completo “Observatório do Ovo”.

Envolverde