ODS 5

Mulheres indígenas e extrativistas fazem encontro pela Amazônia e o enfrentamento da Crise Climática

Mais de 70 mulheres indígenas e extrativistas de cinco terras indígenas (Erikpatsa, Escondido, Japuíra, Aripuanã e Arara do Rio Branco) e da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt realizaram um encontro entre os dias  07 e 09  agosto, na cidade de Aripuanã, no Noroeste de Mato Grosso, a 963 km da capital mato-grossense.

Mulheres indígenas e extrativistas fazem encontro pela Amazônia e o enfrentamento da Crise Climática

Por Juliana Arini

O Sul da Amazônia é uma das regiões mais ameaçadas da maior Floresta Tropical do mundo, principalmente o Noroeste de Mato Grosso – campeão de desmatamento acumulado, de queimadas (com mais de 10 mil focos registrados em 2024) e emissões de gases do efeito estufa do Brasil (GEE). Para debater o enfrentamento da crise climática por meio da continuidade do modo de vida tradicional da floresta e do estabelecimento de uma cadeia produtiva e de cestas de produtos da bioeconomia, mais de 70 mulheres indígenas e extrativistas de cinco terras indígenas (Erikpatsa, Escondido, Japuíra, Aripuanã e Arara do Rio Branco) e da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt realizaram um encontro entre os dias  07 e 09  agosto, na cidade de Aripuanã, no Noroeste de Mato Grosso, a 963 km da capital mato-grossense.

O debate será focado na inclusão e no fortalecimento das mulheres na gestão dos territórios tradicionais e como estas podem participar de forma mais ativa da gestão do projeto Biodiverso, projeto apoiado pelo programa Petrobras Socioambiental. Os povos indígenas e populações tradicionais são reconhecidos pelo Programa de Meio Ambiente da Nações Unidas (PNUMA/ONU), como os mais eficientes em promover um modo de vida e atividades que garantam a manutenção da floresta em pé, o que também gera a mitigação das mudanças climáticas.

O desmatamento e as queimadas fazem de Mato Grosso o campeão nacional de emissões, sendo o Brasil o quarto colocado no ranking mundial segundo dados do Sistema de Estimativas Nacional de Emissões de Gases do Efeito Estufa (SEEG).  As mulheres e meninas foram consideradas pelo último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o AR6, como os grupos mais vulneráveis aos desastres gerados pela crise climática, como os eventos extremos, a falta de alimentos e aumento da violência.

O encontro é organizado pela Associação Pacto das Águas,  entidade criada para viabilizar alternativas de renda mais sustentáveis para os povos indígenas e populações tradicionais de Mato Grosso e Rondônia.

O foco das ações desenvolvidas pela Pacto é o apoio aos povos no manejo e na melhoria da qualidade produtiva de produtos florestais não madeireiros como a castanha-do-Brasil, o açaí, e a borracha nativa; agregando valor aos produtores e conectando a população da floresta com mercados mais justos, ajudando a manter a floresta em pé e a mitigar as mudanças climáticas.

Para o coordenador do projeto, Sávio Gomes, a iniciativa é um argumento prático de que a floresta em pé é um bom negócio. “O Biodiverso vai ajudar essas comunidades a desenvolver suas cadeias produtivas, sem renunciar o uso sustentável dos seus territórios”.

O desafio agora é aumentar a participação e a liderança das mulheres, por isso o encontro de agosto também contará com a presença de palestrantes que possam inspirar esse engajamento, como Ângela Mendes, filha do seringueiro Chico Mendes,

Presidenta Executiva do Comitê Chico Mendes e Conselheira do Memorial Chico Mendes que é a organização de execução técnica do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

Patrocinada pela Petrobras e Governo Federal, o projeto mantém quatro objetivos principais: (1) Desenvolvimento da Cadeia de Valor Produtos Florestais Não Madeireiros-PFNM e da agricultura de subsistências. (2) Promoção da inclusão e empoderamento feminino. (3) Conscientização e conservação do meio ambiente. (4) Articulação Institucional e redes, autonomia e gestão dos povos.

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