Por Juan Piva*
A formação integral de jovens com idade entre 15 e 21 anos, que serão capacitados para o ecomercado de trabalho por meio de um programa social, fará do distrito piracicabano de Tupi um polo de Empreendedorismo Socioambiental. O núcleo de Piracicaba (SP) será associado ao Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS), que vem sendo desenvolvido há 20 anos pelos institutos Florestal (IF) e Auá em 15 dos 78 municípios da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCVSP), sendo premiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2001 e pelo Banco Mundial em 2005 como referência em educação ecoprofissional.
Segundo a equipe gestora do polo de Tupi, o processo educativo do PJ-MAIS estimula o protagonismo juvenil e o reconhecimento das potencialidades dos participantes, criando oportunidades de vivências produtivas, reflexivas e de desenvolvimento da capacidade de iniciativa. A formação tem duração de dois anos, com quatro módulos semestrais, voltados a despertar vocações, interesses, vontades, capacidades de observação e interpretação da realidade, geração de competências ecoprofissionais e intervenção na comunidade, por meio do empreendedorismo socioambiental, entre outros projetos. “É importante destacar que, a partir do segundo módulo, os jovens participam do processo de seleção dos futuros participantes e tornam-se monitores dos iniciantes”, ressaltou a Comissão de Elaboração do Projeto (CEP), que se reuniu nos últimos três dias, no Horto de Tupi, para elaborar uma proposta de financiamento para o primeiro núcleo do programa fora da capital paulista.
“As oportunidades de inserção dos jovens no ecomercado de trabalho são quase uma consequência do desenvolvimento das ações do PJ-MAIS. O ecomercado, por sua vez, é um movimento que busca trazer o bem-estar humano e a conservação ambiental para o centro dos setores produtivos. O núcleo de Tupi objetiva contribuir para a formação integral de jovens do ensino médio, com ênfase na educação ecoprofissional, visando à transição para sociedades sustentáveis e o desenvolvimento local”, informou a educadora e membro da CEP, Ana Lúcia Maestrello.
Coordenado pelo IF local, o polo piracicabano é organizado pelas seguintes instituições: Maestrello Consultoria Linguística, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Pira 21, Núcleo de Educação Ambiental (NEA)/Secretaria de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), Esalq/USP (via Laboratório de Educação e Política Ambiental – OCA e Grupo de Pesquisa em Mineralogia do Solo – Gpemso), Iandé – Educação e Sustentabilidade, Grupo Multidisciplinar de Educação Ambiental (Gmea), Instituto Ambiente Total e Auá. A iniciativa ainda conta com os seguintes parceiros: Escola Estadual Pedro de Melo, Associação dos Moradores do Distrito de Tupi, Programa Ponte – Esalq, Permearte, Cooperativa Reciclador Solidário, Casa do Hip Hop Piracicaba, Conectividades – Inspirações Socioambientais, RBCVSP, além de diversos profissionais que atuam voluntariamente nessa construção coletiva.
De acordo com Maria Luísa Bonazzi Palmieri, responsável pela Estação Experimental de Tupi e coordenadora PJ-MAIS de Tupi, o programa a ser desenvolvido no horto incluirá a capacitação para o empreendedorismo no ecomercado e os módulos terão seus conteúdos construídos segundo às necessidades locais. “Agora, estamos em um processo de diálogo com professores e alunos da escola e com a comunidade do bairro, para apresentar a proposta e adequá-la às demandas locais”, destaca Maria. (#Envolverde)
* Juan Piva é graduado em Jornalismo, com especialização em Educação Ambiental e Políticas Públicas pela Esalq-USP. Iniciou sua trajetória na Comunicação Socioambiental como estagiário daOscip Barco Escola da Natureza; já como assessor de imprensa dessa organização, passou a apresentar programas de tevê e rádio, com a intenção de democratizar a informação ambiental. Hoje é colaborador da Maestrello Consultoria Linguística, onde dissemina o conhecimento para atender o interesse público, divulgando projetos educulturais e socioambientais. É coautor do livro-reportagem “Voluntariado ambiental: peça importante no quebra-cabeça da sustentabilidade”, promotor do Curso de Empreendedorismo Socioambiental, membro da Câmara Técnica de Educação Ambiental dos Comitês PCJ, jornalista responsável pelo Jornal +Notícias Ambientais e associado-fundador da Associação Mandacaru – Educação para Sustentabilidade.