Histórias que você não lê na grande imprensa. Crimes dos poderosos denunciados. Acusados de crimes sem provas inocentados. Casos de violência policial expostos. Cenas dos constantes crimes contra nossos biomas. Estes são apenas alguns dos impactos que o jornalismo digital causou em 2021. Sem o trabalho das organizações que participam do Dia de Doar para o Jornalismo, nada disso teria acontecido. São impactos reais que fazem a diferença na vida das pessoas e na rotina de comunidades inteiras. Quem disse que o Jornalismo não salva vidas?
Por conta dessa coragem de estar do lado dos mais vulneráveis e chamar os criminosos pelos seus nomes, o jornalismo digital não recebe a mesma atenção e os mesmos recursos de quem diz que defende a liberdade de imprensa. Só podemos contar com você para garantir que histórias como as que trazemos abaixo possam ser contadas:
A Agência Pública revelou as acusações de que Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, manteve um esquema de exploração sexual de meninas por ao menos 30 anos. O Ministério Público do Trabalho passou a investigar o caso. O Jornal Metamorfose expôs casos de tortura na Unidade Prisional de Caldas Novas. Chico, idoso e manco, foi acusado de cometer dois roubos e fugir a pé. Reportagens da Ponte Jornalismo ajudaram Chico a ser absolvido.
A Eco Nordeste falou sobre como a população do interior da Caatinga convive com grandes desafios e qualquer desajuste nos termômetros para cima significa menores possibilidades de sobrevivência com dignidade. Já a agência A agência Saiba Mais contou o caso do homem negro, descendente de quilombolas, que foi preso, amarrado e agredido por um comerciante bolsonarista no interior do Rio Grande do Norte. A Alma Preta jornalismo acompanhou o líder do movimento Entregadores Antifascistas, Paulo Galo, que foi detido na manhã do dia 28 de março, em São Paulo. Em meio ao retorno da fome no Brasil, O Joio e O Trigo denunciou como fabricantes de ultraprocessados fogem dos impostos.
O Sul21 acompanhou de perto as transformações em andamento na cidade na série “Que Porto é esse?”. Já o Matinal Jornalismo revelou que pacientes com Covid-19 internados em hospital da Polícia Militar de Porto Alegre participaram de um estudo irregular com uma droga experimental sem a autorização de órgãos regulatórios, entre eles a Anvisa. O Plural publicou em primeira mão que Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados, está sendo investigado num escândalo milionário na Copel, companhia estatal de energia do Paraná.
A defesa dos direitos das mulheres também foi pauta das nossas organizações. A Revista AzMina, por exemplo, revelou que o governo Bolsonaro não usou um terço dos recursos aprovados para políticas para mulheres desde 2019. Por sua vez, a Gênero e Número mostrou que 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza. Ainda falando sobre a vida das mulheres brasileiras, a Nós, mulheres da periferia contou histórias sobre os desafios no atendimento às vítimas de violência doméstica durante a pandemia. O Portal Catarinas denunciou a criminalização das mulheres ao buscarem atendimento médico pós-abortamento em prontos-socorros do País. O Projeto #Colabora contou as histórias de mulheres em situação de prostituição na pandemia para as quais quarentena não existiu.
Há um grupo de organizações de olho no meio ambiente. Durante a COP26, ((o))eco foi o primeiro veículo a informar que o governo federal estava indo para a Conferência sem os dados do Prodes, divulgados pelo INPE. Em novembro de 2020, o Fauna News escancarou o aumento do tráfico de araras-azuis-grandes e micos-leões-dourados. Em parceria com a Repórter Brasil, a Amazônia Real denunciou a violência sobre indígenas, a destruição do garimpo ilegal e o caminho criminoso do ouro até as joalherias na série “Ouro do Sangue Yanomami“. Por sua vez, a Agência Envolverde denunciou como a pesca predatória tem prejudicado os rios na Ilha de Marajó.
O Radar, do Aos Fatos, gerou reportagens que expõem o ecossistema da desinformação no Brasil aliando conhecimentos da Linguística e da Ciência de Dados. O Manual do Usuário mostrou que fabricantes de celulares como Apple, Asus e Samsung tentam comprar a simpatia de jornalistas e youtubers especializados em tecnologia. O Nonada Jornalismo vem monitorando a censura e a perseguição aos artistas no Brasil. Em uma reportagem feita com dados do Diário Oficial do Rio de Janeiro, o data_labe mostrou que R$ 29 milhões deixaram de ser investidos na destinação sustentável do lixo na cidade em 2020. A revista Quatro Cinco Um mostrou como as políticas públicas de incentivo à leitura vêm sendo deixadas à deriva pelo Estado e as consequências práticas sobre a população brasileira.
Em uma reportagem especial, os correspondentes locais da Agência Mural mostram o impacto da pandemia nas crianças imigrantes em um bairro da zona leste de São Paulo que ficaram sem aula e sem comida. A Periferia em Movimento registrou a participação histórica da marca Mile Lab na SPFW que trouxe para a passarela referências marcantes do dia a dia das quebradas. Em um levantamento inédito, os repórteres bolsistas da Énois descobriram que nenhuma das principais vacinas previstas no calendário de vacinação infantil chegou a 50% de cobertura no Brasil neste ano. O Maré de Notícias apontou que, nas 16 favelas da Maré, mais de 4 crianças foram mortas em ações da polícia e em nenhum destes casos houve denúncia do Ministério Público.
Imagina o que nós e todas essas organizações podemos fazer com a sua ajuda? As histórias que podemos contar, os projetos que podemos realizar, as denúncias que podemos fazer! Não deixe o jornalismo digital na mão. Apoie as organizações de mídia do Dia de Doar para o Jornalismo.