Sociedade

ONG de Garopaba forma guardiões mirins dos oceanos

Por Ciclo Vivo

Há 8 anos, o Instituto Monitoramento Mirim Costeiro desenvolve um programa de educação ambiental para crianças

Transformar o olhar das crianças para instigá-las a conhecer as características do lugar em que vivem, gerando consciência e transformando os pequenos em guardiãs e guardiões dos oceanos.

Isso faz parte da missão do Instituto Monitoramento Mirim Costeiro – IMMC, de Garopaba, em Santa Catarina. Formar uma rede de guardiões mirins dos oceanos pode parecer uma ideia ousada, mas com 8 anos de trabalho a ONG vem mostrando que é uma meta possível. O trabalho envolve escolas da região, ações em empresas, eventos e ações na beira da praia.

A equipe de educadores responsável pelas atividades é formada por dois oceanógrafos, uma bióloga e um geólogo, além de especialistas em marketing digital, projetos e comunicação para o terceiro setor. Esta é parte da expertise dos profissionais que estão juntos há anos neste trabalho inovador de mudança de cultura na garotada e sua relação com o ambiente costeira.

Sonho que virou realidade
A oceanógrafa Caroline Schio, idealizadora do IMMC, começou a desenhar a ideia de trabalhar com as crianças desde a faculdade de Oceanografia. Inquieta e questionadora, queria passar um pouco do conhecimento aprendido na academia para a garotada, de forma que pudessem conhecer sobre o ambiente onde viviam e despertasse nelas a vontade de preservá-lo.

“Enquanto estava no curso, aprendendo os conteúdos, ficava imaginando o quanto seria importante para as crianças, principalmente as que moravam no litoral, aprender sobre o ecossistema em que viviam. Imaginava que quando iam a praia e tomavam banho de mar ou faziam castelos na areia, não tinham noção de onde surgiu aquela areia da praia, ou porque a água do mar é salgada, por exemplo”, conta Carol.

Ela convidou profissionais de outras áreas e assim formaram a primeira equipe do IMMC: a bióloga Simone Poletto e o geólogo Gelson Riggo ajudaram a implementar este método pioneiro de pesquisa na praia que usa ferramentas de verdade, como bússola, termômetro, trena, pá, peneiras, lupas e binóculos, entre outros itens.

“Este programa começou como uma ideia lá na faculdade e hoje é uma metodologia pioneira certificada com tecnologia social e que já está sendo replicada fora do estado de Santa Catarina”, explicou Carol.

Os planos da oceanógrafa não param por aí. Com pós-graduação em Economia e Gestão Pesqueira e mestrado em Agroecossistemas, Caroline vai começar o doutorado em Portugal na área de Educação com o objetivo de desenvolver uma formação em Cultura Oceânica (Ocean Literacy) para crianças do ensino fundamental.

Aprendizado em movimento
Entre as ações da ONG estão o ‘Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias’, que acontece há 10 anos nas 7 praias de Garopaba, eventos em celebração de boas-vindas às Baleias Franca e ações como o projeto Verão Praia Limpa. Além disso, para ajudar no trabalho de educação ambiental das crianças e suas famílias, a ONG ganhou uma sede: em 2017 Carol e sua equipe passaram a contar com um espaço para receber os futuros guardiões e oferecer mais atividades educativas no contra turno escolar.

O espaço é um Centro de Referência em Educação Socioambiental na região, com Mini Museu do Mar, Oceanoteca com livros, vídeos e jogos educativos sobre os oceanos e ambiente marinho.

A ONG oferece gratuitamente oficinas de arte-educação, yoga infantil, sessões de ‘cineminha com pipoca’, entre outras atividades, além de oportunizar para as famílias o projeto ‘História Contada’, uma forma de resgatar o conhecimento tradicional a partir das histórias contadas pelos anciões da comunidade.

Existe ainda um projeto para grupos de crianças, as Expedições Científicas, onde são feitas saídas de pesquisa exploratória em praias, costões e restingas com duração de três horas com direito a pique-nique.

Inovação em 2020
Com o isolamento social, a equipe teve que fechar temporariamente as portas da sede institucional e inovar. Começaram então a utilizar mais as redes sociais como forma de manter o contato com os frequentadores da sede e os seguidores das contas do Instituto no Facebook, Twitter e Instagram.

Por meio deste contato virtual, criaram um conteúdo totalmente voltado para crianças que querem ser ‘guardiãs dos oceanos’. Este foi o mote da primeira edição do Minicurso Oceanos On-Line para crianças com parte teórica e prática com experimentos.

“A preocupação com o oceano tem crescido em todo planeta e as crianças estão sendo cada vez mais envolvidas neste tema. Devido aos pais estarem mais comprometidos em ver mudanças positivas para garantir a vida das próximas gerações, os filhos por ‘tabela’ acabam se inserindo neste cenário e, assim, fica muito mais fácil engajá-los. Ver estes relatos no motiva ainda mais a continuar nosso trabalho”, disse a gestora do IMMC.

Parcerias e apoios importantes
Além disso, o IMMC, em parceria com o Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e outros parceiros, vão implementar em Florianópolis sua tecnologia social como um projeto pioneiro de monitoramento de praias feito pelas crianças de escolas municipais no entorno das unidades de conservação estaduais costeiras, tendo como piloto as praias na região do Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis (SC).

A primeira fase será uma capacitação on-line com professores de disciplinas relacionadas ao meio ambiente e dos membros da equipe gestora do projeto que irão acompanhar as atividades práticas nas praias. Desta forma, quando as aulas retornarem, as escolas terão condições de agregar às atividades escolares a metodologia de pesquisa do IMMC.

Ajude a formar guardiões do mar
Para continuar com o seu trabalho, o Instituto Monitoramento Mirim Costeiro precisa de recursos. A ONG tem uma equipe de profissionais que se dedica diariamente para dar continuidade as ações on-line e as futuras atividades na sede, nas escolas e com os novos parceiros.

O IMMC contava com apoiadores com cotas mensais, além de projetos e editais, mas com a crise atual os apoiadores não estão conseguindo contribuir financeiramente, o que tem sido bastante difícil para a equipe gerenciarem a crise financeira.

Alternativas como a ‘lojinha IMMC’ com alguns produtos como caneca, blocos, camiseta, chapéu, chaveirinho, entre outros para ajudar nas despesas não estão acontecendo, pois a sede está fechada.

Para ajudar, acesse a campanha de arrecadação no site Benfeitoria e colabora com a campanha de arrecadação.

Se preferir, entre em contato por telefone (+ 55 48  99171-1601) ou pelo e-mail [email protected].

Para saber mais acesse o site e blog Instituto Monitoramento Mirim Costeiro e acompanhe o trabalho da ONG nas redes sociais – FacebookInstagram e Twitter.