Sociedade

Os meninos correm sério risco de não concluir seus estudos, alerta UNESCO

Um novo relatório da UNESCO chama atenção para os desafios cada vez maiores que meninos enfrentam para concluir seus estudos.

Embora meninas ainda tenham mais dificuldade de acesso à educação nos níveis primários, fatores como pobreza e trabalho infantil têm dificultado que meninos progridam para os níveis mais avançados de educação.

No mundo todo, apenas 88 homens estão matriculados na educação superior para cada 100 mulheres. Em 73 países, menos meninos do que meninas estão matriculados no ensino médio, enquanto o oposto ocorre em 48 países. Em todas as regiões, exceto na África Subsaariana, os homens jovens estão sub-representados na educação superior.

Embora as meninas tenham mais dificuldade de acesso à educação e constituam a maioria das crianças fora da escola no nível primário, os meninos enfrentam desafios cada vez maiores em níveis mais avançados, de acordo com o novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)Leave no child behind: global report on boys’ disengagement from education.

No mundo todo, apenas 88 homens estão matriculados na educação superior para cada 100 mulheres. Em 73 países, menos meninos do que meninas estão matriculados na educação secundária superior (ensino médio), enquanto o oposto ocorre em 48 países. Esses dados da UNESCO destacam um fenômeno global: o trabalho infantil e a pobreza, entre outros fatores, impedem os meninos de se envolverem de forma plena com a aprendizagem e contribuem para a repetência e a evasão escolar.

Em todas as regiões, exceto na África Subsaariana, os homens jovens estão sub-representados na educação superior. Isso é ainda mais grave nas regiões da América do Norte, da Europa Ocidental e da América Latina e Caribe, onde 81 rapazes para cada 100 moças estão matriculados na educação superior. No Leste da Ásia e no Pacífico, o equivalente são 87 rapazes, e nos Estados Árabes e na Europa Central e Oriental, 91.

Pobreza e trabalho infantil

Das 160 milhões de crianças envolvidas em atividades laborais em 2020, 97 milhões eram meninos. Uma das principais razões é a falta de um marco legal de proteção. Dos 146 países que fornecem dados, apenas 55 estipulam uma idade mínima de emprego alinhada com o fim do período de escolaridade obrigatória e acima dos 15 anos; por outro lado, 31% têm uma idade mínima para o emprego abaixo dos 15 anos ou não definem claramente essa idade mínima.

“A pobreza e o trabalho infantil podem levar os meninos a abandonar a escola. Para evitar isso, é urgente que os Estados alinhem a idade mínima de emprego com o fim da escolaridade obrigatória”, alerta a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

Identificar os sinais de alerta e fornecer soluções

Em alguns países, os sinais de que os meninos estão ficando para trás já aparecem no final do primeiro nível educacional. Em 57 países que fornecem dados, os meninos de 10 anos apresentaram um desempenho pior do que as meninas no domínio das habilidades de leitura, e os garotos adolescentes continuaram a ficar atrás das garotas nas habilidades de leitura no nível secundário. Essa tendência é observada no Leste da Ásia e no Pacífico, na América Latina, no Caribe e nos Estados Árabes, que apresentam os maiores riscos de os meninos abandonarem a escola.

O Relatório da UNESCO também revela que apenas alguns programas e iniciativas tratam do fenômeno de abandono escolar dos meninos. O documento fornece um conjunto concreto de recomendações para evitar a desistência dos meninos, fazer com que a educação seja segura e inclusiva, investir melhor em dados e evidências, construir e financiar sistemas educacionais equitativos, bem como promover abordagens integradas e coordenadas para melhorar a educação para todos os estudantes.

*Créditos imagem destacada: Legenda: O relatório destaca que são necessárias medidas para manter os meninos aprendendo e evitar a repetência e evasão escolar / Foto: © Banco Mundia

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