Por Redação do Greenpeace Brasil –
Em atividade realizada em frente à Prefeitura, uma ampla maioria (97%) manifestou seu apoio. Agora, a Prefeitura precisa responder se exigirá os combustíveis renováveis na licitação de ônibus.
Nesta terça-feira (21), fomos para a frente da Prefeitura de São Paulo realizar uma atividade com a população. A pergunta foi simples e pode parecer óbvia: você quer ônibus que não poluem em São Paulo? Por meio da passagem por um portal, as pessoas poderiam se manifestar pelo SIM ou pelo NÃO e maioria, claro, 3484 contra 119, declarou seu apoio aos ônibus não poluentes. Afinal, quem gosta de viver em meio à fumaça? Agora reflita: se esta é uma questão tão evidente, por que o poder público ainda não tomou providências quanto a isso?
Em breve, São Paulo terá uma grande oportunidade de colocar isso em prática. “A licitação que vai contratar as novas empresas de ônibus será lançada nos próximos meses, por isso o momento de pressionar o prefeito João Doria é agora. Ele pode exigir que, assim como o ar-condicionado, os combustíveis renováveis, que são mais limpos, sejam obrigatórios na nova frota”, afirma Davi Martins, da campanha de Mobilidade do Greenpeace.
Se isso for ignorado, corremos o risco de ter mais 20 anos de ônibus a diesel poluindo o ar da nossa cidade e afetando a saúde de todos, não importa a idade. “Sofro de asma e bronquite, sinto o ar fedido e abafado”, diz a operadora de telemarketing Taiane Reis Santos, de 19 anos. Tenho netos que sofrem de alergia e preciso limpar a casa todos os dias”, conta a dona de casa Margarida Helena da Silva, de 53 anos.
A lei, no entanto, está do nosso lado para ser cobrada. A Política Municipal de Mudanças Climáticas determina que, a partir de 2018, todos os ônibus sejam abastecidos com combustíveis renováveis, como biodiesel, que é de base vegetal, os elétricos ou os híbridos, que são uma mistura dos dois. Basta que o prefeito se comprometa a exigir isso das empresas na licitação. A desculpa do custo maior não é válida. Produzimos um relatório mostrando que há várias condições e fatores que fazem com que essa transição não pese no bolso do usuário, por meio de aumento da tarifa – veja aqui como.
“Foi uma pena que a Ecofrota e os trólebus foram reduzidos. A poluição é visível, sentida no nosso nariz, na nossa garganta. Temos que exigir mudanças e o meio para isso é fazer pressão”, diz o administrador Miguel Francisco Jaime, 52, um dos que atravessou a porta do SIM para os ônibus mais limpos.
Desde a gestão Haddad, o Greenpeace tem cobrado o poder municipal a levar a questão da poluição a sério. Como a licitação foi empurrada para a nova gestão, temos conversado com as equipes da Secretaria de Mobilidade e Transportes e da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, mas até o momento não há uma posição clara sobre o assunto. Também enviamos, há algumas semanas, uma carta solicitando reunião com o prefeito João Doria, mas não houve resposta, e por isso chegou o momento de cobrar essa posição, antes que seja tarde.
Até que isso seja comunicado pela Prefeitura, continuaremos com a nossa atividade de consulta à população na internet. Acesse aqui o nosso portal virtual e responda essa mesma pergunta que fizemos nas ruas. Na sequência, você poderá enviar uma mensagem diretamente para a Prefeitura e os secretários responsáveis, manifestando sua posição.
Vamos juntos garantir um ar mais puro, começando por São Paulo!
(Greenpeace Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Greenpeace Brasil.