Divulgado hoje (8) pela World Animal Protection, relatório aponta que as 15 maiores empresas de pescado do mundo precisam promover ações para acabar com a pesca fantasma – que é aquela realizada por equipamentos de pesca abandonados, perdidos e descartados, também conhecidos como petrechos fantasmas. Esses materiais matam cruel e desnecessariamente milhões de animais marinhos (peixes, mamíferos, tartarugas) todos os anos. Além do alto impacto ambiental pela demora na decomposição desses equipamentos, até 600 anos, estima-se que 5 a 30% do declínio populacional de algumas espécies pode ser atribuído à pesca fantasma.
No relatório, as empresas foram classificadas de 1 a 5 em sua capacidade de enfrentar o problema dos equipamentos e da pesca fantasma: sendo nível 1 o melhor e o nível 5 o pior. Nenhuma dessas companhias alcançou o nível 1 e 2. “Nosso objetivo com esse relatório é chamar a atenção do setor para algo tão prejudicial aos animais. A ideia é que essas companhias integrem a gestão responsável e o gerenciamento de pesca nas estratégias de negócios”, afirma João Almeida da World Animal Protection.
Apenas três das 15 empresas alcançaram o nível 3, pois estabeleceram políticas para a gestão e manuseio de suas redes de pesca: Young’s Seafood, Thai Union e TriMarine. No nível 4 estão Bumble Bee Seafoods e Dongwon. Essas empresas contam com gerenciamento responsável de pesca em suas agendas, mas os dados sobre as ações e mudanças ainda são limitados.
As 10 empresas restantes, incluindo o gigante canadense High Liner Foods, cujos produtos de marca de varejo são vendidos nos Estados Unidos, Canadá e México, sob as etiquetas High Liner, Fisher Boy, Sea Cuisine e C. Wirthy, ocupam o nível 5 e não estão envolvidas com o tema. “Esperamos que essas empresas trabalhem duro para melhorar suas posições nos próximos anos. Afinal, além da questão ambiental, os consumidores já tratam o bem-estar animal como fator decisivo de compra”, declara João Almeida da World Animal Protection.
Com preocupação, o relatório mostra que 73% das empresas avaliadas não possuem uma posição clara sobre os petrechos e sobre a pesca fantasma. Nem mesmo reconhecem publicamente a questão.(#Envolverde)