por Júlio Ottoboni, especial para a Envolverde –
Depois de ter suprimido duas árvores tombadas pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Comphac), com grande repercussão na cidade, a prefeitura de São José dos Campos se comprometeu ai intensificar o plantio de novas espécies no centro e nos bairros. O plano de arborização que está em vigor prevê o plantio de 56 mil mudas nos próximos 12 anos. Ainda pequeno se comparado ao avanço da frota de veículos motorizados e principal fonte de poluição atmosférica da cidade.
De janeiro a maio, já foram plantadas cerca de 300 mudas. Até o final deste ano, a meta é que o município ganhe mais três mil novos exemplares. Segundo levantamento da prefeitura, São José dos Campos tem em sua área urbana 172.300 árvores, tendo em média uma árvore para aproximadamente 4 habitantes. Sendo que 309 delas são centenárias ou tombadas pelo patrimônio público, possuindo imunidade ao corte.
As duas figueiras que foram retiradas estavam doentes e comprometidas por fungos e podridão. Elas já tinham perdidos galhos com os temporais e ameaçavam desabar. Em contrapartida, o jequitibá rosa no distrito de Eugênio de Melo, com 700 anos de idade, tem recebido uma atenção especial para que se mantenha vivo.
Segundo informações da prefeitura, em 2016, em vias públicas, nas quais se incluem calçadas e praças, foram suprimidas 961 árvores e plantadas 7.924. Em 2017, a Secretaria de Manutenção da Cidade pretende plantar 3.000 árvores. Deste total, já foram executados 400 plantios de mudas, sendo 160 como compensação ambiental pela retirada, em junho último, de duas figueiras nas praças Dom Bosco e Cônego Lima, na região central.
Algo ínfimo, se comparado ao avanço da frota motorizada na cidade. São 48 veículos para cada 100 habitantes em 2017, segundo o Denatran e IBGE. De 2010 a 2016, a frota cresceu 31% enquanto a população cresceu 10% . A frota de veículos de São José dos Campos em Maio de 2017 é de 338.315 automóveis, mais 60.507 motocicletas e 12.647 caminhões e ônibus, contra apenas 6 mil veículos não motorizados. Hoje há um carro para cada dois habitantes.
Para amenizar as ilhas de calor criadas pelo excesso de concreto e asfalto expostos a insolação, quanto maior for a quantidade de manchas verdes dentro da cidade significará em temperaturas mais amenas, melhor a qualidade do ar e ganhos na paisagem urbana e no microclima local. O sombreamento e a umidade geradas pela vegetação são fundamentais para uma melhoria na qualidade de vida.
Segundo os técnicos da prefeitura, as concentrações arbóreas contribuem ainda para equilibrar as temperaturas. Elas absorvem parte dos raios solares, evitando que aqueça demais as áreas atingidas pelos raios solares, além de ajudar a manter a umidade do solo, ampliando a sensação de frescor na cidade.
A prefeitura possui duas frentes de atuação, coordenadas pela Secretaria de Manutenção da Cidade e pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade. A primeira pasta realiza o plantio de árvores em calçadas, praças, parques e áreas verdes e a segunda, de Urbanismo e Sustentabilidade, executa o serviço por meio dos programas de revitalização de nascentes e de educação ambiental que envolve alunos da rede municipal e é desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Educação.
Cerca de 70% dos pedidos de supressão de árvores são feitas por moradores que reclamam das árvores por terem calçadas quebradas ou mesmo pela queda de folhas. Após os pedidos, técnicos da Assessoria de Arborização e Áreas Verdes da Secretaria de Manutenção da Cidade realizam vistorias, podendo ou não decidir pelo corte.
Os responsáveis por loteamentos aprovados têm que apresentar um projeto de arborização para os locais onde haverá a compensação ambiental. O trabalho de ampliação arbórea da cidade inclui também o replantio por unidades retiradas. A prefeitura iniciou o plantio de 106 árvores em calçadas da região central como compensação pelas retiradas das figueiras das praças Dom Bosco e Cônego Lima. Outras 40 mudas já foram plantadas nas proximidades. (Envolverde)
