Por Katherine Rivas, da Envolverde –
Com inscrições abertas até 15 de setembro prêmio incentivará novas tendências.
Com trinta e quatro anos de história, o Prêmio ECO BRASIL chega este ano com a missão de instaurar novas tendências de responsabilidade socioambiental e está com inscrições abertas até 15 de setembro.
Organizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) a edição deste ano tem como novidade a parceria com o Grupo Estado. Os vencedores da trigésima quarta temporada receberão o troféu “Prêmio ECO Amcham &Estadão” unindo as duas marcas no reconhecimento de projetos sustentáveis.
Como parte da iniciativa o Estadão colocou no ar, na semana passada, o site “Ecoando” que divulgara matérias sobre sustentabilidade assim como a cobertura do Prêmio Eco 2016 e suas respectivas etapas.
Diretor de Marketing do Estadão, Marcelo Moraisafirma que o principal pilar desta parceria é a transformação “Vivemos em um mundo de transformação nas empresas e num contexto geral. O Estadão já passou por isso e hoje lidera transformação no mundo” comenta. Para Morais a sustentabilidade é umconceito base da sociedade atual.
Daniela Aich, diretora de Sustentabilidade da Amcham, parabenizou a iniciativa do Estadão e reforçou o compromisso do Prêmio em incentivar mudança e sustentabilidade nos novos negócios.
Pioneiro desde 1982 no reconhecimento de práticas socialmente responsáveis e desenvolvimento sustentável no contexto empresarial, o Prêmio ECO já mobilizou 2064 companhias brasileiras e multinacionais que inscreveram ao longo dos 34 anos 2563 projetos.
Este ano o Prêmio conta com duas modalidades: Sustentabilidade em Processo e Sustentabilidade em Produtos ou Serviços. Empresas ou startups interessadas em participar devem se inscrever no link: http://www.premioeco.com.br/inscricao
Iniciativas Sustentáveis
Em comemoração do lançamento da trigésima quarta edição, o Estadão e a Amcham promoveram, na semana passada, o Seminário de Sustentabilidade: Transformação do Modelo de Negócios. O evento que contou com três paneis de debate apresentou os vencedores do ano 2015, seus projetos e as mudanças efetivas no meio corporativo.
Entre os participantes estavam: Priscilla Cortezze da CitiGroup, KamiSeide da HP, Juliana Seidel da Tetrapak, Fernando Figuereido da Schneider Electric e Mileide Cubo da Sinctronics.
O projeto “Economia Circular na cadeia de Eletrônicos” da Sinctronicsmostrou estratégias inovadoras para a reutilização do lixo eletrônico. Gerente de Operações da empresa, Mileide Cubo acredita que este tipo de economia cabe em qualquer segmento e se transforma com base na pesquisa e desenvolvimento “Nos influenciamos a nossa própria corporação a criar um modelo de negócios que ofereça aos clientes a chance de se reinventar e entender que os recursos naturais têm limite” explica.
O Projeto Somar, também vencedor, fomentou a integração de funcionários com deficiência mental ao mercado corporativo. “Percebemos que o deficiente intelectual é pouco incluído no trabalho apesar de ter muitas habilidades para desenvolver e encontramos nisso um desafio. Mostramos aos clientes que é possível. E os participantes nos surpreenderam, hoje estão trabalhando até nas áreas comerciais”relata Priscilla Cortezze, diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do CitiGroup.
Para as equipes a sustentabilidade é uma atividade necessária no mundo corporativo, mas esta não pode estar ligada a uma ideia romântica e sim dever ter um retorno econômico. É dizer ser sustentável e manter estáveis os negócios.
Muitos dos projetos apresentaram como alternativa a economia circular para promover sustentabilidade nos dias atuais.
Segundo Kami Seidel, headof manufacturing do grupo HP na América Latina, a economia circular tem uma eficiência em matéria prima de 70% e 1/3 dos empregos são relacionados a geração deste serviço. Para o especialista, o Brasil encontra na economia circular uma alternativa para sair do desemprego na crise atual. No entanto ele reforça que a temática ainda é muito nova no mercado e o país precisa entender a importância de conceitos como reciclagem e lógica reversa.
Seidel acredita que na medida que o Brasil amplie seus comércios na América Latina poderá também levar consigo esta estratégia de sustentabilidade.
Qual é o papel das empresas?
Durante o seminário Hélio Mattar, diretor do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente; Hugo Bethlem, sócio-diretor da Gouvêa de Sousa e Luiz Carlos Dutra sócio-diretor da FSB debateram com o público a evolução da sustentabilidade e a função das empresas neste contexto.
Ansioso e preocupado, Hélio Mattar cobrava dos participantes a urgência de atividades para transformar o modelo de consumo atual. Segundo Mattar se o padrão de consumo se manter como está haverá um incremento de 2,6 milhões de pessoas na classe média e 80% nos níveis de consumo. “Se a gente continuar consumindo desta forma vamos precisar 4 planetas em vinte anos. E por ser só vinte anos é alarmante” desabafa
Na visão do diretor é preciso que a tecnologia permita a redução de 75% dos recursos naturais por cada unidade de produto elaborado.
Para Luiz Dutra o discurso de consumo sustentável é colocado de forma errada apelando ao não consumo. Já Hugo Bethlem manifesta a necessidade de conhecer o propósito real das empresas de forma que estas tenham um compromisso firme com a formação de consciência ambiental nas futuras gerações.
Os palestrantes concluíram que são necessários cinco pilares para ter uma cultura de sustentabilidade no Brasil: Mudanças Tecnológicas, Políticas Públicas, Novas Tendências do Consumidor, Mudanças dos Produtos e Nova administração de sustentabilidade.
Com a aplicação desses cinco conceitos será possível manter os recursos naturais além de 2036 de forma com que sejam suficientes para todos. (#Envolverde)