O Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, faz referência à morte de Zumbi, um líder do Quilombo de Palmares, da Região Nordeste do Brasil. No Marista Escola Social Ir. Lourenço, localizado na Zona Leste de São Paulo, este é um assunto que está em pauta o ano todo. A escola, que atende crianças e adolescentes do Ensino Fundamental e Médio gratuitamente, criou um projeto chamado “Embaixadores Maristas Por uma Educação Anti Racistas “, que tem como objetivo promover formações sobre o tema, assim como atuar como parceiros da Gestão Escolar e de toda a comunidade educativa.
Para Andreia Aparecida Castro, diretora da Escola Social, é missão da escola atuar neste tema de forma transversal. “Atuamos em momentos de formação, no atendimento individual a famílias e estudantes, assim como em eventos culturais que podem ser integrados e abertos aos pais, familiares e toda comunidade”, finaliza.
O projeto foi idealizado em 2022 na busca por estratégias para atender a duas situações distintas responder aos desafios e questões relacionais entre os estudantes mediante a reprodução do racismo estrutural no ambiente escolar e identificar, reconhecer e potencializar a atuação de alguns adolescentes e jovens que já estão buscando fazer a diferença. “Ao todo, 9 alunos foram selecionados do Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio, e eles tornaram-se parceiros de toda escola, em momentos de estudo, assim como na implantação de rodas de conversas, debates, clube de leitura, incluindo o tema da maneira que o diálogo seja a principal ferramenta de transformação”, reforça Andreia.
Jovens protagonistas e defensores de direito
Andreia afirma que os benefícios são notados ao longo do projeto. “A implantação do projeto garantiu o engajamento dos estudantes na pauta antirracista, assim como o protagonismo e o empoderamento dos adolescentes e jovens, a representatividade entre os pares, a parceria com a gestão escolar e os educadores e a relação de cuidado de estudante para estudante”, finaliza.
Entre as pautas debatidas, os estudantes encontram em livros, filmes e referências forma de conversar sobre o tema. “Já conversamos sobre a questão da beleza, e dos cabelos de quando uma estudante passou a aceitar mais o seu cabelo e a se achar bonita a partir das conversas que teve com uma colega. Com esses indícios, percebemos que estava valendo a pena”, reforçou.
A ideia é que o projeto se estenda para os pais e responsáveis, e comunidade educativa. “Algumas famílias têm demonstrado o interesse e o compromisso na promoção de uma educação antirracista, algumas têm se colocado como parceiras tanto na participação das formações como também de se colocando como formadores e multiplicadores de um futuro melhor”.
(Envolverde)