Sociedade

Projeto Douradinho debate questão hídrica e sustentabilidade com crianças

Projeto Douradinho em Tocantins, 2009. Foto: Divulgação
Projeto Douradinho em Tocantins, 2009. Foto: Divulgação

Por Katherine Rivas, da Envolverde –

O peixinho de 14 anos de trajetória quer chegar em 41 cidades brasileiras.

Se você chegar na cidade de Governador Valadares no Estado de Minas Gerais com certeza ouvirá do Douradinho. O peixe cascudo que vivia na foz de um rio poluído e que leva uma lata dourada presa na sua nadadeira, que faz menção ao seu apelido, já levou sua história para alguns estados do Brasil e hoje tem 14 anos no mundo da educação infantil.

Escritor e comunicador, Thiago Cascabulho deu vida ao Douradinho no livro “Amigo Lata, Amigo Rio”, onde o peixinho vive uma jornada de autoconhecimento pela nascente do rio e avalia a relação do homem e seu impacto na natureza. O Douradinho passa de um agente vulnerável a um transformador da realidade.

A história nasceu em 2002 e desde então já passou em algumas cidades do Rio de Janeiro como Niterói, Barra Mansa e Vale do Paraíba. No ano 2008 o projeto distribuiu dez mil livros em 24 cidades do interior de Bahia, Maranhão, Tocantins, Distrito Federal e Goiás conscientizando 7419 estudantes.

Neste ano iniciou uma parceria com o Instituto pelo Bem do Planeta e foi selecionado pela organização internacional Brasil Foundation para levar a iniciativa a 40 escolas estaduais e particulares da cidade. A parceria desenvolve projetos socioambientais no universo da Sustentabilidade e Gestão de Resíduos.

Esta é a primeira edição do Douradinho em Governador Valadares e a primeira vez que o projeto tem uma didática diferente com cinco etapas: leitura, debate, jogo, análise de resultados e palestra.

A iniciativa começa com a leitura do livro “Amigo Lata, Amigo Rio”nas salas de aula, e logo dá lugar a um debate sobre a temática do livro avaliando a realidade hídrica da região.  Com o fim do debate inicia uma gincana de jogos onde os estudantes realizam cinco missões diversas dentro e fora da aula procurando soluções para os problemas dos rios.

A etapa de missões iniciou no 26 de setembro e vai até a 3 de outubro. A novidade deste ano é a integração com as mídias sociais. Os estudantes vão cumprir um desafio que será fotografado e divulgado nas redes sociais pelos padrinhos destes. O estudante com mais destaque na missão receberá um troféu.

A escola com maior participação também será premiada e seis medalhas serão outorgadas para os estudantes com melhor desempenho na missão três. Para Thiago Cascabulho esta nova estratégia apresenta um objetivo mais ousado de desenvolver três planos humanos. “Queremos motivar o sentir, o pensar e agir. Sentir no momento que as crianças sentem empatia pelo peixe, pensar quando estas refletem na situação hídrica e ambiental dos rios e agir por meio das atividades das missões”, explica

Cerca de 3000 estudantes participam este ano do projeto. O Douradinho tem duas etapas finais de monitoramento do impacto social e uma palestra final com Cascabulho.

Este ano a palestra acontecerá na Praça dos Pioneiros onde o Coletivo Teatral Sala Preta recriará a história do Douradinho. Após o evento o autor visitará as 20 escolas com melhor desempenho nas atividades.

Para Cascabulho o foco do projeto é claro: mudar o caráter das crianças para que estas levem as suas famílias o conceito de sustentabilidade.  Com 14 anos de história o autor presenciou algumas mudanças “Quando escrevi o livro pouco se falava nas aulas sobre os rios. Hoje é uma temática muito abordada em especial pela crise hídrica. ”comenta

Nos próximos anos o Douradinho quer chegar em 41 cidades brasileiras e tem projetos especiais para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Governador Valadares as negociações para uma segunda edição já estão acontecendo.

Para conhecer mais acesse o site do Projeto Douradinho. (#Envolverde)